Família em Movimento

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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Gabriele Amorth

Faleceu no dia 16 o exorcista oficial da Diocese de Roma desde 1986.

O Expresso dedica-lhe - e bem - 2/3 da página 36 na coluna In Memoriam.

Lemos o texto assinado pelo José Cutileiro e retiramos algumas notas que nos parecem importantes escrever ou, no caso, transcrever.

Amorth foi nomeado exorcista de Roma depois do exorcismo ter passado a receber renovada atenção com a chegada de João Paulo II.

Amorth terá realizado 160.000 exorcismos em três decénios.


Descreveu, em mais de uma entrevista, aspectos de uma possessão: «Das suas bocas pode sair tudo - bocados de aço, às vezes do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosa».

Dizia que "o primeiro dever do exorcista é libertar seres humanos do medo do Diabo." 

Diabo com quem Amorth falava todos os dias em latim recebendo as respostas em italiano, revelou em 2004.

Há uma frase curiosa de Amorth: «Menos ficarão convencidos que o Diabo use a ioga para desviar católicos para fés do Oriente, ou os livros de Harry Potter para espalhar mau-olhado e feitiçaria». E, dizia, «Satanás não descansa: basta olhar à roda e ver o número de divórcios, abortos, casamentos homossexuais».

Nós cá em casa temos muito presente a convicção que o Diabo é como um cão que por aqui anda. Ladra muito. O latir é constante, muito presente. Gosta muito de estar em todo o lado mas não é menos verdade que tem particular gosto em permanecer dentro das casas de família.
Morde? Sim, morde quando nos chegamos demasiado perto. E às vezes chegamos... 
Quando isso acontece, a ferida sangra e recomenda-se uma ida imediata às urgências do confessionário mais próximo.
Se outro não houver, recomendamos o Oratório de São Josemaria que tem sempre sacerdotes disponíveis para confessar.

Terminamos este texto com remissão para um outro publicado recentemente neste blogue. Aquele complementa este.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Iniciativa de cidadania europeia para defender o casamento e a família


O nosso querido amigo Paulo Faria escreveu-nos um e-mail para nos associarmos na partilha de um site cuja iniciativa é a defesa do casamento e da família na Europa.


Confessamos ter muita dificuldade em compreender a Europa e os seus valores. Aliás, parece-nos clara a ausência destes o que, no nosso ponto de vista, só a enfraquece. Mutatis mutandis em relação aos europeus para quem, grosso modo, tudo é relativo. Mas só será se deixarmos.


Elogiamos assim esta iniciativa partilhando-a no Blogue que hoje completou 26.000 visitas, as quais muito agradecemos.

Defender a FAMÍLIA e o CASAMENTO que para nós é SACRAMENTO é dar substância à matriz cristã de que somos inequivocamente detentores. Compete na primeira linha aos cristãos defender os valores que professam. 
No fim desta publicação está o link que direcciona para o site Pai, Mãe e Filhos.

Citação dos Objectivos principais:
«A crescente fragmentação dos conceitos de «família» e de «casamento» constitui um problema para a UE. A legislação da UE faz referência aos dois termos, mas o seu significado é cada vez mais obscuro, havendo definições divergentes em diferentes directivas da UE. Esta iniciativa propõe uma solução para esta situação, mediante a adopção de uma definição ao nível da UE dos dois termos que seja compatível com a legislação de todos os Estados-Membros. Em observância do artigo 9.º da Carta dos Direitos Fundamentais, respeita na íntegra a competência dos Estados-Membros em matéria de legislação sobre o casamento e a família.»

Iniciativa de cidadania europeia para defender o casamento e a família
Juntos vamos apoiar o casamento e a família na Europa:

Casamento: união permanente e fiel entre um homem e uma mulher com o propósito de construir uma família.

Família: o pai, a mãe e os filhos.

Relação familiar: relação jurídica entre os dois cônjuges, ou de cada um dos pais com o(a) filho(a).

Sim, eu apoio o pedido à EU para haver legislação que defina o significado de casamento e família:
casamento, como a união entre um homem e uma mulher e a família, como relação baseada no casamento e/ou descendência.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Catequese ao Domingo (ponto de vista do não praticante)

Nove da manhã e o despertador toca na casa dos Andrades.

No quarto inicia-se o habitual diálogo dominical:

- Apaga isso.
- Já vai.
-Tens mesmo de meter isso ligado ao Domingo?
- Hoje vais tu?

- Não me apetece. Vai tu.
- Mas eu fui a semana passada.Vai tu.
- Eu estou cansada.
- Mas a ideia foi da tua mãe.
- Eu sei.
- Quando é que isto acaba?
- Não sei... deixa-me dormir.
- Mas podias perguntar à tua mãe?
- Achas que ela sabe?


- Então porque disse para a miúda ir para a catequese?
- Sei lá! Caramba, fazes perguntas idiotas de manhã.
- Quando é que ela faz a primeira comunhão?
- É isso!
- É isso o quê?
- É isso que a minha mãe quer que ela faça.
- Para quê?
- Sei lá... Estás insuportável. Levanta-te e leva a miúda.
- E depois acaba?
- Acho que sim. São três anos, acho eu. Sei lá...
- Que inferno. Há dois que andamos nisto.Não há descanso. E se ela hoje não fosse?
- Hoje tem de apresentar um trabalho com uma amiguinha sobre a cruz do Jesus. Hoje tem de ir.
- A cruz do Jesus? E quem faz um trabalho sobre a minha cruz de levantar ao Domingo de manhã?
- Apre! Cala-te de uma vez e leva a miúda se faz favor.
- Sempre eu! Ficas no bem bom e eu levo a miúda. Mais uma manhã sem saber o que fazer...
- Vai ao shopping fazer tempo.
- Eu sei. Passo lá praticamente todas as manhãs de Domingo.
- Trazes frango para o almoço?
- Quando?
- Quando fores buscar a miúda.
- Mas também sou eu que vou buscá-la?
- A semana passada fui eu...
- Vou perder a manhã toda por causa disto.
- Já não te posso ouvir.
- Quem devia levar a miúda era a tua mãe!
- Pede-lhe!... Agora deixa-me dormir.
- A miúda vai a contarolar no carro...
- E?
- Aquelas cantiguinhas insuportáveis...
- Liga o rádio. Agora levanta-te e dá-lhe o pequeno almoço e leva-a à igreja.
- Para a semana vais tu.
- Isso vemos depois...deixa-a com a catequista.
- Achas que sou irresponsável? Não ando a dormir!
- Por falar nisso... até logo, Não esqueças o frango.

Os meus dias

Os meus dias têm sido passados de uma forma que parece um permanente estado de ócio não o sendo. Parece ocioso e digno de um verdadeiro preguiçoso estar deitado a maior parte do dia (nem sentado... sempre deitado), e sair de casa duas vezes por períodos não superiores a trinta minutos para andar. 

Este é o tempo que Deus quis que eu tivesse e se o permitiu, aceito-o. Não estou ocioso, pese embora pareça. O descanso nesta fase da recuperação é vital.

Leio bastante. Ao meu lado tenho para ler artigos dos Senhores Doutores Rui da Silva Leal, Carlos Pinto de Abreu e Orlando Marcelo Curto, os semanários Expresso e Sol, um livro do Grisham, o Novo Testamento, o computador e o telemóvel. 


Procuro não me distrair com o que não é susceptível de obter a minha atenção nem com programas idiotas que não edificam.

A televisão, pese embora ligada, está no silêncio e raramente recebe a minha atenção.

Ouço ópera praticamente o dia inteiro. A App Spotify está conectada com a aparelhagem via bluetooth.

Além de ler, escrevo. E além de escrever, rezo. Procuro o cumprimento do maior número de Normas. O Terço está reservado para uma das duas saídas autorizadas e recomendadas pelo neurocirurgião. Caminho e levo o terço na mão. Vou rezando enquanto dou os meus passos vagarosos. No bolso, o telemóvel com a App Runtastic que me orienta no tempo e distância.
Caminhar pelas ruas com o terço na mão, rezando-o, é testemunho cristão. É esse o fito.

No mais, ofereço este tempo da minha vida. Como antes escrevi, este tempo tem propósitos definidos. E darão fruto.

Uma palavra para a minha família. A vida continua. Têm enfrentado igualmente as dificuldades próprias de um período de convalescença. Todavia, com elevado brilhantismo. Nota 20!

domingo, 25 de setembro de 2016

Uma espécie de odisseia

Infelizmente não estou capacitado para me deslocar à igreja e assistir à Santa Missa. Sabia-o.

Mas queria muito comungar. 

Convidei o meu querido amigo Padre João para jantar connosco no dia de ontem e pedi especial favor de me trazer a Sagrada Comunhão. Aceitou prontamente. Todavia e infelizmente, adoeceu e não pôde vir. Desejo-lhe rápidas melhoras e agradeço o que se propôs fazer por mim.

Mais tarde, liguei para uma pessoa da minha paróquia e perguntei se algum ministro extraordinário da comunhão podia vir a minha casa.

- Só se ligar para a pessoa X e pedir.

Assim fiz. Liguei para a pessoa X. Uma vez não se ter oferecido pessoalmente para me trazer a comunhão perguntei se podia facultar o número de contacto de outros ministros extraordinários da comunhão que fizessem essa gentileza. Disse que mais tarde me enviaria uma mensagem escrita com os números de telefone.

Não tendo recebido resposta enviei SMS a um sacerdote de uma paróquia que dista 4 kms daqui. O pedido era igual. Mas também o sacerdote não respondeu.

À 1:06 horas da manhã e dada a ausência de uma resposta da pessoa X, escrevi-lhe um SMS com o seguinte teor: Não se esqueça de mim, por favor.

Nunca me respondeu. Paciência.

Lembrei hoje que num lar perto da minha casa os ministros extraordinários da comunhão de outra paróquia visitam os utentes aos Domingos de manhã. Liguei para esse lar, expliquei a situação e deixei o meu contacto.

Foi um desses ministros, o Senhor Soares, que me trouxe a desejada comunhão. 
Pobre coitado homem de Deus teve de voltar primeiro à igreja e ao Sacrário pois não tinha mais hóstias consagradas. Agradeço-lhe imenso o gesto e atitude cristã.

Compreendi hoje a grande importância destas pessoas. São fundamentais e devem ser muito estimadas. Contudo, nem todos os ministros extraordinários têm vocação ou condições para o ser.

Retomo. No fim e ao sair da minha casa, ofereci-lhe uma pagela de São Josemaria e prometi entregar algumas dores por ele. Compenso-o dessa forma. Ele ficou grato e eu grato fiquei.

Foi uma espécie de odisseia. Tive de "viajar" muito para receber Nosso Senhor.

Não entendo a razão de Deus me ter provado. Às páginas tantas parecia um capricho meu. Parecia surreal. Queria comungar e ninguém se chegava à frente.
Mas Deus permitiu tudo isto. Quereria saber se eu desistiria facilmente ao primeiro obstáculo? Não parece. Acredito antes que me fez a prova para O desejar mais e mais, lutar por Ele, ir ao limite para O receber. Mas só Ele saberá.

Gostava muito que na minha paróquia me tivessem ligado a perguntar como estava e se precisava de alguma coisa. Prefiro pensar que desconhecem a minha situação ou tenham assumido que não comparecemos as duas missas dominicais por estarmos em gozo de férias.

Assisti à Santa Missa pela televisão, deitado. Reflecti muito com o sacerdote e aqui partilho a reflexão.  

A palavra do Senhor propõe uma reflexão muito séria sobre a indiferença. O Senhor provoca-nos. Fala aos fariseus que viviam certinhos, limpinhos e cumpriam todos os preceitos. Porém, faltava-lhes o resto, o essencial. Ao contrário, criticavam muito. Havia neles hipocrisia e indiferença.

Assim também nos falou o Profeta Amós que foi o primeiro Profeta a escrever no século nono antes de Cristo. Naquela altura vivia-se bem em Israel mas vivia-se igualmente com indiferença.
Os israelitas vivam bem mas viviam igualmente com enorme indiferença perante os demais, "sem se compadecerem da ruína de José".
Quem é este José? Amós cita José, o filho rejeitado de Jacob, o mais novo de doze irmãos, que foi rejeitado pelos irmãos e vendido para o Egipto. Este paralelismo de Amós significa que somos indiferentes perante os os humildes.

Jesus diz o mesmo no Evangelho de forma ainda mais contundente.
Quantas vezes olhamos para o lado? Será que precisam de nós ou vivemos indiferentes perante o próximo?

O problema do rico não foi ser rico. O abismo depois da morte do rico e o pobre já existia antes. O problema do rico que cavou o abismo foi não ter olhado para o lado e ter compaixão para com os irmãos, um amor sincero e cuidado com os outros. Ele não reparou em mais ninguém.

Lucas cujo o Evangelho lemos descreve a igreja primitiva nos Actos dos Apóstolos como um grande espaço de solidariedade, onde as pessoas cuidavam umas das outras. Isto tem de ser dito e ensinado a quem segue Jesus. Deve ser uma matriz dos cristãos.

A indiferença é um problema sério. Na Carta a Timóteo também nos é dito algo importante. Conquista a vida eterna para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. E isto não é coisa pouca.

Medito os textos e lembro o Senhor Soares que olhou para o lado, para quem precisava e não se poupou a esforços para me trazer Jesus vivo. Ele não foi indiferente.
  
Seguir Jesus compromete e traz-nos implicações. Não bastam teorias. Essas tinham os outros e foram repreendidos.

Por último, um à parte. Ramalde tem um grande Padre. É o Padre Mário Henrique Melo.

Santo Domingo.

sábado, 24 de setembro de 2016

Nossa Senhora das Mercês

Hoje é dia de Nossa Senhora das Mercês. 

Esta festa comemora a fundação da Ordem dos Mercedários, dedicada nas suas origens à redenção dos cativos.

Conta uma piedosa tradição que a Santíssima Virgem apareceu certa noite ao Rei Jaime I de Aragão, a São Raimundo de Peñaforte e a São Pedro Nolasco, pedindo-lhes que instituíssem uma Ordem para libertar os cristãos que tinham caído em poder dos muçulmanos.

«Todos os símbolos das imagens de Nossa Senhora das Mercês recordam-nos a sua função libertadora: cadeias quebradas e grilhões abertos, como os seus braços e as suas mãos estendidas oferecendo a liberdade [...], o seu filho Redentor» 1


Mercê significa benefício concedido, graça, favor, serviço prestado por amabilidade ou amizade.

Sempre que estamos aflitos ou preocupados devemos recorrer à Mãe do Céu. 
Façamo-lo instintivamente. Temos inúmeras situações para o fazer. Por exemplo, quantas vezes não lutamos contra o pecado? Por vezes somos ligeiros e pecamos sem dor nem esforço e dizemos à nossa consciências que mais tarde havemos de o acusar diante do sacerdote. Queridos amigos, não basta ir confessá-lo. Antes de sermos vencidos, tenhamos vontade de o vencer. Mas para que tal aconteça e porque nos encontrarmos tantas e tantas vezes fragilizados, é a altura certa para recorrer à Mãe que liberta, pois as suas mãos estão cheias de mercês - graças e dons - para derramar sobre nós.

A melhor maneira de não ceder ao pecado é não dialogar com o Inimigo. Ele ladra mas morde apenas se nos aproximarmos demasiado. Quando ocorre a tentação (ei-lo ao nosso lado), devemos recorrer a Nossa Senhora. Imediatamente. Depois, lutar. 
Não devemos esquecer que não resistimos até ao sangue na luta contra o pecado, como nos recorda São Paulo na Carta aos Hebreus (Capítulo 12).

Gosto particularmente da frase Vae Victis atribuída a Brenno aquando da conquista de Roma no ano de 390 antes de Cristo. Significa Ai dos vencidos e é usada para lembrar que o vencido (Inimigo) está à mercê do vencedor (nós). Mas para isso acontecer, luta-se. 

Nós, cristãos católicos, temos mil maneiras de recorrer a Maria. Pela oração do Terço, por via de jaculatórias, quando encontramos imagens na rua, quando ladeamos uma igreja ou vemo-la lá ao longe,  ou cruzamos o nosso olhar com uma imagem que tenhamos na nossa casa...

«Mulher, eis aí o teu filho.» Ao aceitar João como filho, foram-lhe confiados todos os homens.
São João recebeu Maria em sua casa e cuidou dela com extrema delicadeza até subir aos céus em corpo e alma.
Há um convite expresso a todos os cristãos a receberem Maria em sua casa. Mais que em casa, nas suas vidas.

E devemos receber Nossa Senhora não com delicadeza mas com extrema delicadeza. 
Na nossa casa temos várias imagens da Virgem, um quadro muito bonito que nos foi oferecido de Nossa Senhora da Conceição, um pequeno oratório com imagens da Virgem junto ao genuflexório e ao lado da imagem da Sagrada Família um cesto cheio de Terços para nós e para quem se queira juntar ao Terço em Família. Um detalhe. No pequeno oratório, a imagem de Nossa Senhora de Fátima tem sempre uma flor, comprada em cada Domingo ou apanhada da nossa roseira.

Procuramos assim ter esta relação de proximidade e educamos os filhos de igual maneira. Enquanto este texto era escrito, convocámos a casa para o Ângelus, ao meio dia. São estes pormaiores que se educam e mantém a relação viva. Todas as relações carecem de mimo, cuidado, delicadeza e cumplicidade. Maria está sempre à nossa espera.
  
1 - A. Vázquez, Santa Maria de la Merced, Madrid, 1988, Página 86  

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Sou-vos muito agradecido

A cirurgia correu muito bem e menos de 24 horas depois de realizada tive alta médica.

Neurocirurgião, anestesista, demais médicos, enfermeiros e auxiliares foram excelentes profissionais. 

A Unção do doentes e a correspondência enorme por parte dos meus amigos sacerdotes, dos meus amigos católicos, da minha família católica, dos meus amigos não católicos que a meu pedido rezaram uma Avé-Maria por mim, a correspondência das minhas queridas Irmãs Carmelitas e inclusive a oração das pessoas que lêem o Blogue Família em Movimento tornaram tudo mais fácil.


A cirurgia foi oferecida por uma pessoa. Talvez agora compreenda a razão da Venerável Montse Grases não ter agarrado o meu caso, uma vez que tanto lhe pedi. Sempre disse ao meu Director Espiritual que todas as causas têm uma causa e eu queria ser a sua causa. E rezei por isso.
Contudo, a cirurgia tinha mesmo de ser realizada e oferecida por uma pessoa concreta. Era a vontade de Deus. O Senhor assim providenciou.

Um obrigado enorme a todos os que estiveram comigo. 
Um obrigado enorme à minha família. Incansáveis.
Um obrigado enorme às minhas outras duas famílias. Got it?
Um obrigado enorme aos que cuidaram de mim. 
Um obrigado enorme aos que por mim rezaram. 
Um obrigado enorme a quem deu apoio à minha família. 
Um obrigado enorme a quem me telefonou.
Um enorme obrigado a quem me escreveu.
Um obrigado enorme a quem me visitou. 
Um obrigado enorme ao senhor Jorge que me levou a comunhão ao quarto do hospital, 
Um obrigado enorme ao médico que me encaminhou para os médicos que me trataram. 
Por fim, um obrigado enorme a quem me operou.

Que Deus abençoe a todos.

Menos de 24 Horas após a realização da cirurgia tive alta médica tendo regressado a casa. Sei que o sucesso esteve relacionado com a categoria dos profissionais que me trataram mas igualmente pelas muitas orações feitas em missas, terços, mortificações, recolecções e orações várias. Tenho certeza que o Senhor esteve no bloco operatório auxiliando os médicos que fizeram tão bem o seu bom trabalho.

Obrigado a todos.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

20.IX.2016

 Quero o que quereis, quero porque o quereis, quero como o quereis, quero enquanto quiserdes.


Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. Amén.

Amigos, uma Avé-Maria por nós nesta data. Obrigado.

FEM

domingo, 18 de setembro de 2016

Contem-me histórias daquilo que eu não vi

Uma comunidade cristã...

Uma comunidade que não fosse mesquinha...

Uma comunidade onde não existissem quintais...

Uma comunidade preocupada com o seu semelhante...

Uma comunidade em que o Padre fosse Pastor...

Uma comunidade que não fosse - tantas vezes - feira de vaidades...

Uma comunidade orante...

Uma comunidade onde as pessoas soubessem o nome das outras...

Uma comunidade onde se rezasse por quem sofre...

Uma comunidade que lembrasse dos fiéis defuntos que um dia a integraram...

Uma comunidade sem ascendente de algumas pessoas...

Uma comunidade com multiplicidade de carismas...

Uma comunidade que fomentasse a integração das crianças na Santa Missa além da obrigatoriedade da catequese até conclusão do objectivo estipulado pelos progenitores dando-se posterior deserção...

Uma comunidade em que os escuteiros além de cantarem melodias delico-doces, assumissem a sua condição cristã todas as semanas...

Uma comunidade em que o Verão e férias escolares não trouxessem o deserto juvenil...

Uma comunidade onde os problemas de cada um fossem rezados...

Uma comunidade onde se fomentasse a prática da Santa Missa diária...

Uma comunidade que fomentasse a prática do sacramento da confissão...

Que raio... quem reza por mim? E por quem rezo eu?
Quem sabe o meu nome. E eu sei o nome de quem?
Ninguém tem problemas? Ninguém precisa das minhas mortificações?
Acaso ocorre à comunidade que eu preciso das suas  orações e mortificações?
Alguém me conhece? Quem conheço eu?
No pasa nada!

Ninguém de mim sabe. Nem o Padre. E eu não sei de ninguém. Mas adivinho existirem pessoas com problemas. E a comunidade não reza por elas. Ou será que reza e apenas eu não sei? Prefiro acreditar que sim. 

Não me valem e não lhes valho. É uma pena...
O que é uma comunidade estanque  em si mesma?
Ao fim e ao cabo... o que é uma comunidade se não o é efectivamente?

Contem-me histórias daquilo que eu não vi... 
Ou melhor, vi. Mas não aqui.

Unção dos enfermos é multivitamínico espiritual.

São Tiago na sua Epístola:
Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. 
A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados (Tg 5, 14-15).

Assim o fiz no dia de ontem para preparar o que aí vem. Os meus agradecimentos ao Reverendo Padre João Luís.

Que perdoem a ousadia, mas diria que este sacramento é um multivitamínico espiritual
Mais forte e robusto... estou pronto! 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

The Voice

Conhecemos pessoalmente o Senhor Armando.

Gosta particularmente dos nossos Santos para Brincar.

Dizem dele ser um homem muito santo

Agora que escrevemos, lembramos o seu sorriso e o da tia quando, em Fátima, diante deles, nos afirmámos família numerosa. Logo a eles que têm familias verdadeiramente numerosas...


Penso que a partir dali derivámos para a sub-espécie de família numerosa de Lisboa, que - salvo as honrosas excepções - é mais curta no número de elementos.


No dia seguinte escrevemos um e-mail à família Mendes não apenas para elogiar a actuação da pequiena Filomena como também pelo enorme testemunho de família numerosa e unida que deram a um país inteiro. Recebemos prontamente a simpática resposta.

Voltando ao concurso, o jurado Anselmo Ralph disse «isto é que é uma família!».

Agora publicamente, escrevemos com muita satisfação que esta família está de parabéns pelo enorme testemunho de família cristã. Que maravilha.

Para quem os quiser conhecer, esta família gere o Solar da Marta, em Fátima.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O Domingo passou de "Dia do Senhor" para "dia de relaxo"


Sempre me fez confusão ver alguns católicos vestidos de fato e gravata na Missa.

Provavelmente tanta quanto lhes faz verem-me de ganga e T-shirt.

De igual modo, no Oratório procuro ir de camisa para não chocar com os demais.

Mas esses demais vestem-se de fato e gravata ou mesmo um polo ou blazer. 

Nunca destoam e estão sempre bem.


Confesso nunca ter ligado verdadeiramente ao vestuário e inclusive passei uma vergonha quando num retiro auxiliei um sacerdote numa "Benção do Santíssimo" sem cuidar do dress code..

Sempre pensei serem coisas desta malta mais engravatada. Mas também sou desse rol devido à minha profissão.

Eis que o burrinho me ensinou mais uma coisa. Como sabem leio as "Lições do burro" escrito pelo Doutor Hugo de Azevedo. E reitero: comprem e leiam-no pois aprenderão muitíssimo.

No que concerne à vestimenta, ensina-nos o livro que a elegância é um valor, expressão indispensável da nossa dignidade. Ninguém tem obrigação de ser bonito mas todos devem ser elegantes.

São Josemaria dizia aos casados para nunca perderem a elegância. E em que consiste? Ser elegante consiste em vestir de tal modo que nos sintamos à vontade no ambiente em que estivermos, ensina-nos o burrito.

Prossegue o livro. Nos últimos anos os católicos vestem-se de passeio ou de desporto para assistir à Missa aos Domingos, reservando a "correcção" para o trabalho e os negócios.

Assim - escreve o Doutor Azevedo - só pode significar que o Domingo passou de "Dia do Senhor" para "dia de relaxo". Que se desleixe a elegância pessoal quando se participa do Santíssimo Sacrifício da Missa é lamentável.

Confesso que o burrico, essa enorme personagem deste livro, me ensinou algo e eu jamais poderia deixar de partilhar convosco.

Quando era miúdo dizia ao João Paulo (que é feito de ti, meu caro?) que, se nos vestimos a rigor para falar com o Presidente de uma Câmara, por que não termos cuidados acrescidos quando visitamos a casa do Pai para a celebração da Missa?

Depois com o tempo fui relaxando e até critiquei a postura nobre de alguns. Ao longo destes dez anos fui aceitando e convivendo a situação de alguns aqui citados sem assumir eu essa postura.

Eis que um capítulo de um livro me faz mudar o pensamento. Creio assim que já este Domingo terei todo o cuidado e apresentar-me-ei muito elegante junto do meu Senhor.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Os retiros dos jovens católicos

De quando em quando passamos por locais que nos lembram o passado, o início do namoro, o início da vida cristã.

Há dias comentávamos os nossos retiros e da sua importância. 

Comentávamos igualmente que na nossa paróquia não há um grupo de jovens pelo que os nossos filhos cresciam sem oportunidade de crescer em retiro.


Foi com elevada satisfação com que recebemos o contacto de um director do Clube Xénon a perguntar se o nosso mais velho não teria gosto em fazer um retiro de silêncio.

A decisão de filho e pais foi em sentido único: SIM!

No nosso grupo de jovens estavam muitos rapazes e raparigas. Nem todos aqueles jovens abraçam hoje Jesus Cristo. Mas para quem escreve este texto os retiros foram muito importantes. Aliás, foi num retiro que nós iniciámos um caminho lindo e fecundo até hoje. Foi num retiro que o pai leu pela primeira vez uns textos bíblicos que o tocaram rumo à conversão.

Este caminho que o Xénon proporciona tem sido fundamental. Ponto de encontro com Deus, ponto de crescimento pessoal e espiritual, ponto de convívio com outros rapazes católicos, ponto de meditação com directores, ponto de evolução como homem e ponto de harmonia com a família.

domingo, 11 de setembro de 2016

Meter Deus em tudo

Lemos em casal mais um capítulo do livro As mãos de Deus, de António Vazquez.

A leitura aludia à unidade de vida do cristão. 

Tal como disse São Josemaria Escrivá, o cristão não deve ser um esquizofrénico. 

Então, meter Deus em tudo é a solução.


O principal é a oração. Iniciamos com uma breve jaculatória (no meu telemóvel tenho uma lista de jaculatórias e escolho uma consoante a dedicação do dia). Depois evoluímos para a oração, que mais não é que uma conversa espontânea entre nós e Ele. E essa conversa vai sendo feita hoje, amanhã, depois... uma vez, duas vezes, três vezes.... vamos sentindo a presença de Deus na nossa vida com suavidade e exigência. Detesto as figuras delicodoces do Senhor porque Ele não é assim. Amou-nos até à morte e morte de cruz. Como tal, exige-nos. 

Retomando, essa conduta terá como consequência a necessidade dos Sacramentos. Por outro lado, assumimos de tal maneira um compromisso com o Senhor que o nosso coração deixa de ser igual. Leva o seu tempo, mas Deus transforma-nos.

O oferecimento do nosso trabalho (bem feito, bem feito...) é igual e cumulativo caminho de santificação. Essa santificação leva-nos a depender do Senhor e a entregar-lhe tudo. O tudo é uma totalidade que abarca o bom e o menos bom, na certeza de que nunca estamos sós.

Depois... é ter Deus connosco em todas as circunstâncias porque o Senhor faz-Se presente em todos os ambientes. 

Nessa vivência, façamos pequenas renúncias. O Senhor aprecia.

Vou dar um pequeno exemplo ocorrido ontem. Quando vou a futebol com o mais velho trago sempre pães com chouriço para a família. Agradecem sempre a lembrança!
Onde deixamos o carro estacionado há sempre um vendedor. Dizer que eu e ele comemos os nossos pães ali mesmo, pois a fome é sempre muita e ainda temos o caminho de regresso a casa por fazer. 
Curiosamente, ontem deixámos o carro estacionado num outro ponto que não o habitual. 
Os derradeiros 10 minutos de jogo foram consumidos pela ideia de que me esperava um pão quente, coberto de farinha e com chouriço no interior para devorar à saída do estádio. Com o bom resultado da equipa ía que nem ginjas... Mas à saída do estádio pensei... compro apenas quatro. Abdico de comer o meu. O mais novo come o seu e levo os outros três para casa.
Queria mesmo aquele pão. Queria-o verdadeiramente. Mas estava decidido a oferecer o sacrifício ao Senhor. Infelizmente, não vimos nenhum vendedor ao longo daquele novo e pontual trajecto. Logo, não me mortifiquei. Mas tive a firme decisão de o fazer.

Há mais exemplos. Beber o café sem açúcar. Esperar um minuto antes de beber água quando temos sede e o copo repleto de água fresca à nossa frente. Comer mais do que gostamos menos e menos do que gostamos mais. Há muito para oferecer.

O que pretendo escrever é que o objectivo de meter Deus em tudo passa igualmente por Lhe oferecer pequenos presentes, pequenas renúncias. Vivê-las em conjunto com a prática sacramental e com a oração reiterada, é um bom caminho rumo à unidade de vida.

Não devemos esquecer a necessidade de sermos acompanhados por um sacerdote. Eu tenho a dita de ter dois directores que me orientam.

Cada caminhante siga o seu caminho. Nós encontrámos o nosso.

FEM

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Pequeno Testemunho

Hoje foi dia de forrar os livros escolares bem como etiquetar todo o material. O entusiasmo neste início de ano lectivo é grande e o desejo de estrear o material enorme.

À semelhança do ano lectivo anterior juntámos todo o material que restou no final da escola e avaliámos o que seria realmente necessário comprar.

Preparámos tudo.

As meninas, depois das mochilas preparadas quiseram dar-lhe um toque pessoal.

A princesa mais velha foi buscar uma medalha de Nossa Senhora do Carmo que a querida Irmã Ana lhe ofereceu numa das nossas visitas ao Carmelo e que já a acompanhou no ano anterior na sua mochila.


A nossa menina confidenciou que costuma colocar a medalha em cima da secretária em dia de testes e que de vez em quando a olha para pedir à Mãe do Céu ajuda.

A benjamim que não quis ficar para trás, também quis colocar na sua mochila uma medalha.


Sem saber bem que medalha colocar, pus-me a pensar e lembrei-me de uma que a pequenina gosta particularmente: Santa Teresinha do Menino Jesus.

A pequena princesa ficou radiante com a ideia e enquanto colocava no fecho da mochila a medalha disse-me:

- Agora todos os meus amigos vão ver a minha Santa Teresinha! E ela vai comigo para a escola! Boa mãe!

Fiquei a pensar nestas duas medalhas tão pequenas que as meninas fizeram questão de colocar na mala da escola são um pequeno testemunho para fora do que somos.

As princesas da casa sentem a presença de Nossa Senhora e dos Santos nas suas vidas e têm-nos como amigos, companheiros. E são-no de verdade.

Não sentem vergonha ou constrangimento em mostrarem o que são: cristãs católicas.
Sentem alegria e essa alegria transborda para os outros.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Como o Pai Nosso nos compromete

No decorrer da tarde de hoje, estava a coser Santos para brincar e ao mesmo tempo ouvia a meditação da aplicação Passo a Rezar. O filho mais velho aproximou-se e perguntou-me:

- O que estás a ouvir, mãe?

- Estou a ouvir o Passo a Rezar de hoje. - respondi.

- Isso é uma meditação? - voltou a perguntar

- Sim é.

- No Xénon também temos meditações com o Padre. Lembro-me de uma meditação em particular  que de vez em quando me faz pensar.

Pus a meditação que estava a ouvir na pausa e questionei-o:



- Sobre o quê? 

- Sobre o Pai Nosso. O Padre fez-nos pensar em como nos comprometemos com Deus quando rezamos o Pai Nosso.

- Podes explicar-me? - pedi-lhe com o desejo que ele partilhasse comigo a sua reflexão.



- Quando rezamos o Pai Nosso dizemos Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido... Já alguma vez pensaste em como nos comprometemos com esta frase, mãe?

- Tens razão. O que te faz pensar esta frase? - perguntei pronta para ouvir a sua explicação.

- Eu peço a Deus que perdoe as minhas ofensas como eu perdoo a quem me ofende... significa que se quero que Deus me perdoe sempre as minhas ofensas, também devo perdoar sempre quem me ofende e isso nem sempre acontece. Faz-me pensar... 

- Ainda bem que te faz pensar, porque o céu de cada um de nós depende disso. Fico contente que penses e reflitas sobre as meditações que tens oportunidade de ouvir, que te ajudem a ter intimidade com Jesus.

Agradeci ao filho grande este momento de reflexão em conjunto. Agradeci também a Jesus por me ter dado a perceber através desta conversa a forma como vai "espicaçando" o nosso menino.

Confesso que experimentei um profundo sentimento de felicidade interior por saber que o nosso filho pensa, reflete e interioriza as coisas de Deus Pai.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Lázaro...

Decorria a transmissão televisiva da canonização da Madre Teresa quando gritámos:

- Meninos, venham todos!

Eles subiram a escada e encontraram-nos com os olhos vermelhos. Nada disseram mas perceberam que as lágrimas haviam visitado os pais ainda que tivéssemos procurado conter.

Puxámos a transmissão para trás e ouvimos novamente a história que o comentador da RTP  contava de forma eloquente.
Reza que nas ruas de Calcutá a Madre Teresa encontrou uma Senhora (permitam que coloquemos propositadamente maiúscula em Senhora) muito idosa, moribunda e prestes a partir para o Céu.

A Madre carregou-a até casa. Deu-lhe um banho de água morna, tratou as feridas e as pernas corroídas das ratazanas e deitou-a numa caminha.

Disse-lhe a Senhora: «Madre, é a primeira vez que este corpo se deita entre lençóis. Vivi toda a vida como um animal mas morro como um ser humano».

Disse-lhe tal frase com um sorriso e partiu.

Sim, era imperativo que esta história fosse partilhada, sentida e chorada. 
O choro é um dos sorrisos da alma limpa.

sábado, 3 de setembro de 2016

Sorrir

- Tens dores?
- Não. Obrigado por perguntares.

A resposta é sempre negativa à pergunta dos meninos e sempre dada com um sorriso. As dores nunca existem quando a pergunta me é feita. Nego a evidência para que não haja preocupação dos meus filhos. Só o mais velho não se deixa enganar.

É assim que tenho vivido estes dois meses, com um sorriso.

Pensei nada escrever porque podia ser mal interpretado mas entendi ser dever e testemunho para fora.

De que valeria fazer de coitadinho e lamechas? Para obter pena ou consolo?

Bah! Não é essa a massa de que sou feito. Nem eu nem os cristãos. 
Temos arcaboiço para muito mais. Venham elas!

Por outro lado e muito importante, por que não devo sorrir se tenho uma família assim? Quem tem família não pode ter razões para não sorrir mesmo que a vida, por instantes, seja mais difícil. 

É tão bom sentir a genuína preocupação dos miúdos e a genuína vontade de lhes fazer dissipar qualquer preocupação. Eis o amor.

Simultaneamente é tão gostoso sentirmos o amor, a preocupação e a enorme dedicação do nosso amado cônjuge. Uma família assim é um porto de abrigo assente em rochas firmes que não nos permitem vacilar ou ser medíocres quando algo não corre tão bem quanto gostaríamos.

O problema terá de ser solucionado e resolvido. Até lá, devo aproveitar todos os "ais" e fazer deles um significado. Como? Oferecendo. 

A debilidade momentânea pode, deve e é aproveitada por algo maior. Três são as intenções que ficam à guarda destas benditas dores. Sem elas, teria mais dificuldade em encontrar uma mortificação "como deve ser" para oferecer. Assim, Deus facilita-me a vida.

Tenho a confiança de acreditar cegamente de que se passo o que passo é porque Deus o permite e pretende que daqui brotem coisas bonitas.

Há uns anos atrás ofereci uma cirurgia pela cura de um amigo. Nunca lhe disse ou se disse ele não terá ligado patavina, porque não entende estas coisas que nós, cristãos, entendemos. Está curado. Tenho certeza que a minha cirurgia terá dado algo (ainda que pouco) ao Sérgio. Deus saberá o quanto.

Nesta situação actual, quando as dores começaram ser mais fortes e menos toleradas, pedi a intervenção de Montse Grases. Todos as causas têm uma causa. Como tal, dei-lhe o meu problema. Passaram alguns meses e a situação agravou. A nossa queridíssima, a Venerável Montse, não quis agarrar a minha cura. Provavelmente Deus terá para ela algo que valha a pena, algures por aí, no tempo que entender oportuno.

Perante a ausência da Montse - confesso que quis muito ser o seu caso rumo à beatificação - procurei humildemente compreender que Deus me queria dar algo diferente. Neste trajecto deu-me a amizade de um médico que me tem ajudado tanto que lhe dedico algumas mortificações (ele não sabe...) para ser um grande santo. E vai sê-lo. O que por mim tem feito não tem preço e o Senhor sabe-o.

No Carmelo de Fátima, encontro igualmente uma enorme rectaguarda. É a minha tropa de choque que não deixa que nada de mal me aconteça e aos meus amigos, quando por eles peço orações. Sempre foi assim. Amo-as muito.

Outros amigos, irmãos em Cristo, telefonam e preocupam-se. Com as suas orações têm sido uma grande ajuda.

Também alguns familiares têm estado comigo quando se manifestam preocupados. É muito bom sentir esse calor. 

Deus não me deu a Montse, mas deu-me muitas e muitos futuros "montses" que me têm aquecido o coração com as suas preocupações e orações.

Findo. Não tenho nada de especial (é super corriqueiro) mas acaba por ser aborrecido e traz-me dores e dificuldades motoras. O segredo de viver bem o momento é sorrir e ter bom humor e para sorrir há que viver a situação sobrenaturalmente. E é isso que quero testemunhar para fora. Saber viver os problemas é o caminho. Nunca foi um caminho.

“Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. Amén. Amén." - Josemaria Escriva.

P.S. - acabo de escrever o texto e o meu amor trouxe-me um café e um bolo. Como seria possível não sorrir com uma família assim?

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A preocupação da benjamim tem o seu quê...





As crianças da casa estão empenhadas na tarefa de educar o Verdi.

A nossa benjamim que por vezes faz analogias muito engraçadas que nos levam às gargalhadas, perguntou:

- Mãe, estamos a ensinar o Verdi não é?

- Sim.

- Também temos que ensiná-lo a rezar o terço? - finalizou a pequenina.