Família em Movimento

Família em Movimento

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Assim se educa


No caminho para casa depois de um dia de escola alusivo ao halloween a benjamim comenta:

- Mãe, perguntaram-me porque não fui mascarada de bruxa hoje para a escola, e sabes o que eu disse?

- Não.

- "Não me mascaro dessas coisas porque eu não gosto do demónio."



Entretanto, os saquinhos de Pão por Deus estão prontos para quem nos bater à porta esta noite. A pequenina já tem o discurso preparado.

- Mãe vou dizer assim quando tocarem à campainha: "Não temos nem doçura nem travessura só um saquinho de Pão por Deus"!

Halloween? Não, obrigado.

Não nascemos nem vivemos nos Estados Unidos da América. Nem tão pouco no Canadá. Nem somos de origem Celta.

Não procuramos contacto com espíritos dos mortos, fadas, bruxas ou com o diabo a sete. 

Também não praticamos rituais celtas.

Nascemos em Portugal, somos portugueses. Temos a nossa cultura própria e não precisamos que nos imponham culturas de outros países, mais a mais quando essas culturas são antagónicas com a nossa.

Não somos pagãos. Não celebramos a Festa dos Mortos. Não celebramos o Dia das Bruxas.

Poderão dizer que "tudo é uma brincadeira". Até pode ser, mas por ignorância. Os doces, as fantasias e as abóboras têm um significado.

Não somos da cultura da morte. Somos pela VIDA!

Os nossos filhos não sairão hoje vestidos de bruxas, fantasmas, vampiros ou zombies. Essa relação não é benéfica nem propícia. 

Mas amanhã, os nossos filhos irão pedir «um pão por Deus» de casa em casa. 

Provavelmente não terão um grupo de crianças ao seu lado como aconteceria hoje se não tivessem uma cultura própria. Serão assim coerentes com a sua religião, com a sua tradição, com a sua cultura e com os seus costumes. 

Somos PORTUGAL! Sejamos portugueses

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Novo livro eletrónico "Casar-se ou juntar-se?"

“Casar-se ou juntar-se?” é um folheto interessante e útil para quem se interessa por assuntos relacionados com o casamento e a família. Ajuda a pensar sem deixar-se levar pelo politicamente correcto. Fornece argumentos de grande utilidade para pais e educadores abordarem estes temas com os mais jovens.
Será que é indiferente casar-se ou juntar-se? Tem sentido comprometer-se para toda a vida? Qual é o mal de experimentar antes uma vida a dois? 
O folheto recolhe artigos breves, muito fáceis de ler, com uma argumentação acessível também aos mais jovens.
Foram artigos escritos originariamente para os jornais e que agradecemos ao autor que agora disponibilize em folheto e livro eletrónico.
Rodrigo Lynce de Faria é sacerdote da Prelatura do Opus Dei, licenciado em Engenharia Mecânica e Doutor em Teologia Moral. Reside actualmente em Lisboa na Residência Universitária Montes Claros.
Nota-se na sua argumentação uma grande capacidade de diálogo com os jovens actuais e um saber argumentar sobre estas questões tão importantes de um modo compreensível para eles.
iTunes Descarregar o livro a partir do ITunes (para iPad e iPhone) 
Testemunho de um casal espanhol com 17 filhos.
Almada, 10 de Novembro às 19 Horas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

«Acostuma-te a dizer que não»

A frase é de SJM no Ponto 5 do livro Caminho e foi alvo de uma singela meditação.
A frase está escrita em sentido lato. Compete-nos discernir o que SJM quis transmitir.


Ou por respeitos humanos ou por melindre dizemos SIM muitas vezes às pessoas que nos rodeiam na vida social ou no trabalho, para coisas e actos que em nada nos edificam e em nada acrescentam. E se acrescentam é negativamente. O que dirão de nós? Esta é, por via da regra,  a pergunta que nos melindra; para não beliscar a relação ou mesmo o que os terceiros pensam de nós, acedemos e dizemos reiteradamente SIM a tudo.


Em segundo lugar, SJM também nos quer falar da própria tentação. Diz-nos o Santo para não dialogarmos com ela.
Quando surge uma tentação há sempre uma escolha. Ela (tentação) é-nos apresentada e temos sempre a capacidade e a possibilidade de escolher. E muitas das vezes tentamos encontrar uma justificação para ceder à própria tentação, quando sabemos que aquela acção é efectivamente . Caso contrário não tentaríamos justificá-la.

Por outro lado, num outro plano ligado à tentação, ouvimos muitas vezes, aqui e ali,  dizer-se tranquilamente que se pecar, confesso-me depois ao padre.
O padre, na confissão, é meramente instrumental. Neste e nos demais sacramentos. De qualquer das maneiras, é mau e prejudicial este pensamento. No limite revela ausência de amor a Deus. É verdade que ao pecarmos temos necessidade de nos confessar para estarmos em graça. Sem embargo, a premissa não pode ser essa. A premissa é - antes - a luta. É sobre a luta que o sacerdote nos questiona no confessionário. Lutaste?

O lutar é aquela decisão livre de uma escolha que nos é dada... quando somos seduzidos pela tentação temos sempre a possibilidade de a aceitar e aí dizemos sim, consinto; ou  temos a possibilidade de recusar, e dizemos não, não consinto. E quando dizemos não, não consinto, estamos a lutar. Provavelmente, a tentação vai ao encontro daquilo que nos apetece, daquilo que nos sabe bem, daquilo que efectivamente nos dá prazer. Mas lutamos contra tudo isso.
E se lutamos, lutamos por amor a Deus.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

«Família cristã tem de marcar a diferença»

“Vivemos mudanças sócio-culturais e antropológicas que são obstáculo a que a família viva e enfrente as dificuldades e não pode desistir; a família cristã tem de marcar a diferença, precisa de testemunhar sem medo, pois o desânimo e a angústia não são dons do Espírito Santo”. 
D. Antonino Dias 


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Por cada 100 casamentos, há 70 divórcios em Portugal


Ontem À noite, ao jantar, comentámos em família o Evangelho do dia.

Jesus foi duro. Os nossos meninos disseram que lhes era difícil amar Jesus mais que aos pais, que naquele momento era a verdade de cada um.

Também nós partilhámos o que pensamos. É-nos muito difícil ser diferentes dos nossos filhos pela simples razão de sermos humanos. Temos, todos, fragilidades.

Amar Jesus mais que aos pais e aos filhos é algo sobrenatural. Caminha-se nesse sentido.


E como tal deve ser encarado dessa forma. Só a oração aliada à fé e a fé à oração possibilitarão, um dia, termos mais amor a Jesus.

E note-se que amar não é sentir. Quando a criança chora à noite não sentimos particular gosto em levantar da cama. Não sentimos gosto. Mas o amor faz-nos levantar celeremente, verdade?

Assim, amar Jesus não é sentir. Aqui em casa não somos propriamente místicos. Todavia, procuramos amá-Lo nos gestos, nas obras pequeninas, na oração e dizemos-Lhe muitas vezes, quando Ele nos pergunta o que queremos, que o queremos a Ele. É a Ti quem quero e quero que venhas para perto de nós.

Somos pequeninos. E procuramos pedir que Jesus nos ajude a amá-Lo mais e mais. Queremos ser como o publicano do Evangelho do próximo Domingo. Fez-se pequeno porque o era para poder crescer com Quem o pode fazer crescer.

Esta nova prática de lermos e meditarmos em família, ao jantar, com a TV desligada, o Evangelho do dia, tem sido muito bom. Muito bom.

O título desta publicação é algo que nos alerta. É uma notícia do Público. Tal notícia exorta-nos e aos demais amigos blogguers a prosseguir o trabalho de escrever, partilhar e edificar a FAMÍLIA. 

Quanto mais rezamos, quanto mais falamos e cultivamos o modelo cristão que queremos na nossa vida, mais unidos nos sentimos. É o nosso testemunho a todos os 30s que ainda permanecem unidos. O casamento não é um contrato. É uma vida para a vida. E para depois da vida.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Bem dizia SJM: Deus e Audácia!

Lembram-se deste post? Já lá vamos.

No Domingo estipulámos uma nova regra: a leitura do Evangelho ao jantar com meditação conjunta.
Assim foi. Ontem começámos esta prática que pretendemos se torne uma boa rotina.

Temos a noção que as coisas devem ser feitas paulatinamente até enraizar. Ou seja, não podemos quebrar abruptamente as rotinas do jantar sob pena do efeito ser contrário ao pretendido. 

Assim, estipulámos 10 minutos de meditação. Apenas 10 minutos. Depois da meditação, voltamos à conversa e ligamos a televisão. 

O compromisso foi igualmente que aqueles 10 minutos fossem intensos. Todos concordaram.

A televisão foi desligada e foi efectuada a leitura do Evangelho. Depois os pais explicaram a parábola. No fim, cada um falou sobre o que entendeu e apreendeu.

O que conseguimos com esta prática? Conseguimos que os nossos filhos também leiam o Evangelho do dia, conheçam o Novo Testamento e Jesus e rezem. Simples...

Testemunhamos: foi uma excelente experiência. Todos falaram, comentaram e estiveram atentos. Todos respeiteram a opinião dos demais. Os pais fizeram o seu papel de educadores e complementaram o que se ia dizendo.

Voltamos agora ao começo desta publicação. Lembram-se do post? Pois bem. No fim da meditação, a nossa filhota mais velha disse-nos assim:

- Vocês sabem que a minha Colega X estava na Missa?
- Quem é a tua Colega X?
- Vocês lembram-se de eu rezar o Terço nos intervalos da escola com o meus Colegas?
- Sim.
- A X disse que gostou tanto que pediu à mãe para ir para a catequese e vai ser minha Colega também no grupo de catequese. Este Domigo vi-a nos bancos da frente e perguntei-lhe hoje "o que estava a fazer" e respondeu-me o que vos disse.
- Graças a Deus! Estás a ver? São esses tesouros que Jesus prtende que acumules (de acordo com o Evangelho de ontem).

Note-se: se não tivese havido aquele momento de recolhimento, provavelmente esta notícia não tinha sido transmitida porque não teria havido ambiente que potenciasse a mesma. E isto é relevante.

Ficámos felizes pelo facto daquele gesto simples e simultâneamente ousado de rezar o terço numa escola ter mexido com aquela coleguinha que aqui chamámos de X.

Bem dizia SJM: Deus e Audácia!

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O Estado e o sexo


O Arquitecto José António Saraiva escreveu um artigo cujo título é O Estado e o sexo que saiu no pretérito Sábado na Revista bi do jornal SOL.


Gostámos do texto, do seu teor, do seu critério. Pesquisámos mas não encontrámos publicado na net.


O pai escreveu um e-mail ao Arquitecto José António Saraiva que gentilmente remeteu o artigo em formato pdf. Contudo, não nos foi possível colocar o link pelo que o escrevemos directamente no Blogue.

Em tempos de profundo relativismo e ausência de valores, este texto mostra-nos coragem e sentido crítico do autor. Citamos o artigo com excepção - e aqui fazemos essa ressalva - de o escrevermos de acordo com a antiga ortografia:

«A distribuição de preservativos nas escolas, proposta pelo PS, tem provocado enorme controvérsia. Argumenta o PS com um estudo de há dois anos segundo o qual um terço dos jovens já fez sexo sem preservativo. E, sendo assim, tornar-se-á imperioso facilitar ao máximo o seu acesso.

Trata-se de um bom argumento. Mas que pode ter outra leitura: parece um convite aos jovens para fazerem sexo nas escolas. "Podem ter relações à vontade, porque o problema era o preservativo e já aí o têm".

Esta ideia pode, aliás, estender-se a outros temas "fracturantes". O argumento do PS é o mesmo que leva à distribuição gratuita de seringas: "já que as pessoas se drogam, o melhor é drogarem-se com seringas novas e não com seringas usadas e possivelmente contaminadas".  Só que esta medida pode funcionar como um convite para as pessoas se drogarem. Enquanto o receio de utilizar seringas usadas poderia funcionar como um travão, embora pequeno - porque essas pessoas já estão por tudo -, a facilidade do acesso a seringas seguras pode ter o efeito oposto.

É uma discussão muito difícil, até porque estão em causa vidas humanas. 
No preservativo e nas seringas, têm vindo a impor-se o ponto de vista pragmático. Como, aliás, no aborto: "já que as pessoas abortam, façam-no em boas condições".  Mas por este caminho acabaremos a aceitar tudo. É aquilo a que chamo a "política da capitulação". Da aceitação do facto consumado.Ora, haverá um momento em que será preciso escolher entre o pragmatismo e os princípios e valores.

Se não faz sentido os jovens fazerem sexo na escola, não devem ser distribuídos preservativos nas escolas. É um sinal errado. Se o consumo de drogas é um suicídio, não devemos facilitá-lo oferecendo seringas. É um sinal errado. Se o aborto é um crime contra a natureza humana, mesmo que numa fase inicial da vida, não devemos aceitá-lo. É um sinal errado. 

Partilho a ideia de que o Estado deve dar à sociedade os sinais certos. E, neste aspecto, o problema das relações sexuais entre os jovens deverá ser objecto de uma reflexão séria. Se fazer sexo não pode ser encarado como beber um copo de água, pela simples razão de que é um acto onde há partilha de intimidade, não deveremos aceitar que as pessoas - jovens e não jovens - se comportem como coelhos. É uma "matéria" onde deve haver alguma contenção, alguma reserva, algum pudor.

Não é só a questão de transmitir ou não uma doença, nem o risco de engravidar: é uma questão de dignidade. Não se entrega o corpo de qualquer maneira. A banalização do sexo e a entrega fácil do corpo leva ao desrespeito do indivíduo por si próprio.

Mas vou mais longe. Ao distribuir preservativos e seringas, o Estado não está só a dar à sociedade sinais errados: está a ser cúmplice de comportamentos errados. E isso é o oposto do que deveria ser a sua função.

No combate à droga, por exemplo, o Estado não pode dar tréguas. Não pode baixar os braços, considerando-o como uma guerra perdida. A droga é um mal social terrível, que destrói indivíduos, destrói famílias e corrói a sociedade por dentro. Em nenhum momento o Estado pode admitir - ou dar a entender - que consumir drogas não representa perigo desde que o consumo seja feito em segurança.

A reflexão à volta destes temas ditos "fracturantes" terá de ser permanente. O problema é que, existindo hoje mais discussão do que nunca - nas televisões e nas redes sociais -, também com facilidade se forma um pensamento único que mata a discussão.

E os defensores do politicamente correcto dominam esses meios, pois são mais militantes. E são menos tolerantes. Actuam como "polícias do pensamento". Com facilidade, uma pessoa que defenda posições contrárias ao ar do tempo é proscrita e declarada imprestável».

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Um extraordinário testemunho que merece ser visto e partilhado


Após oito horas conseguimos, por fim, colocar o vídeo legendado em português no YouTube.
Valeu a pena a resiliência.
Que este testemunho seja proveitoso.
FEM

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A Bíblia da Universidade de Navarra em versão digital


Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra converteu em libro eletrónico os cinco volumes de mais de 6.600 páginas que compõem a Sagrada Bíblia da Universidade de Navarra. Esta nova edição faz parte de um projeto editorial impulsionado por S. Josemaría, fundador do Opus Dei e Grande Chanceler da Universidade de Navarra. O objetivo era oferecer o texto sagrado numa cuidada tradução em castelhano, acompanhada de abundantes notas e introduções que explicassem a mensagem espiritual e teológica da Bíblia.

Com mais de 38.700 ligações internas, um peso de apenas 6,6 megabytes e um desenho que permite o manejar facilmente uma obra tão extensa, a edição digital da Bíblia da Universidade de Navarra está já disponível em pré-venda nas plataformas iBooks da Apple, Amazon Kindle e Google Play Books. O preço de lançamento é de 2,99 euros e a data de publicação é o próximo dia 17 de outubro, embora se possa já descarregar uma amostra gratuita nessas plataformas.
Além do texto sagrado, o livro contém comentários do Magistério da Igreja, dos Santos Padres e de santos, índices, introduções e mapas.
A publicação desta obra coincide também com o lançamento da edição latino-americana desta Bíblia em versão eletrónica. Trata-se de um texto inédito que até ao momento não tinha sido publicado em papel.
A publicação em papel da Bíblia da Universidade de Navarra terminou em 2004. Desde então foi traduzida em inglês, português, italiano e francês. A versão castelhana foi realizada a partir dos textos originais.
O critério dominante foi manter a fidelidade ao original e também às formas de expressão das línguas hebraica ou grega. Ao mesmo tempo tentou-se apresentar uma redação castelhana fluída e inteligível para qualquer leitor.
Para simplificar, a edição digital desta obra não inclui o texto latino da Nova Vulgata que aparece em notas de rodapé nos volumes em papel.

Sagrada Bíblia Universidade de Navarra



Sagrada Bíblia Universidade de Navarra (Edição latino-americana)

A bênção da mesa

Ontem e depois do jantar o pai disse a todos:

- Estamos a falhar. Rezamos e bem antes das refeições mas não o fazemos após as mesmas. Devemos corrigir.

Todos ouviram o pai. O filho mais velho disse em seguida:

- Pai e não é só isso. No Xénon rezámos outra oração.


Explicou-se mal mas compreendemos imediatamente o que nos quis transmitir. Pretendeu dizer-nos que no Retiro feito há poucas semanas com o Clube Xénon haviam feito outra oração, utilizado outra fórmula. E esta oração, no seu entender, deveria substituir a oração simples e quase abreviada que costumamos fazer.

- Tens razão! - dissemos - Quando fazemos retiros também rezamos outra oração, mais completa que a que habitualmente fazemos. A partir de amanhã corrigimos a prática e a oração.

Ficámos muito satisfeitos. O nosso filho mais velho mostrou critério, e intenção de ir além, e isso revela que o Retiro efectuado continua a produzir frutos. Às vezes eles ocultam-nos e quase nada nos dizem. Mas nestes pormenores vamos notando as diferenças.

Fomos buscar o livro de orações e a fórmula ali estava. 
Já a redigimos na App que usamos nos telemóveis e temos o gosto de partilhar aqui no Blogue. 

Sinal da Cruz.

V. Oremos:
Abençoai-nos, Senhor, e a estes alimentos que recebemos das Vossas mãos. Por Cristo Nosso Senhor.

R. Amén 

V. Que o Rei da eterna gloria nos faça participantes da mesa celestial.

R. Amén 

DEPOIS DAS REFEIÇÕES 

V. Damo-Vos graças, Deus omnipotente, por todos os vossos benefícios. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.

R. Amén 

V. Que o Senhor nos dê a sua paz.

R. E a vida eterna. Amén.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

A oração pode ser um desafio constante


A oração pode ser um desafio constante. Não sei se lemos, se escrevemos, se ouvimos um dia. Mas partilhamos uma prática que adoptámos.


Essa prática muito simples que pode ser adoptada por cada cristão que consiste em rezar uma simples mas muito grata Avé-Maria ou mesmo um Pai  Nosso nos mais diferentes ambientes ainda que adversos.

Vamos dar exemplos. Por vezes estamos num café, num centro de saúde, num estádio, numa escola, num hospital, num restaurante, num transporte público, numa rua, num bar... e questionamos quando foi a última vez que alguém, naquele local concreto, rezou uma Avé-Maria ou um Pai Nosso; ou mesmo se alguma vez alguém o fez.

No fundo, colocamos a séria hipótese de Deus ter sido lembrado naquele local concreto há muito, muito tempo ou mesmo nunca o ter sido. E rezamos. Discretamente.

Garantimos desta forma maior presença de Deus no nosso dia além de mimarmos quem tantos nos mima nos mais diversos ambientes.

Simples... 

domingo, 9 de outubro de 2016

Lucas 17, 11-19

O Evangelho deste Domingo é propício à meditação. Exorta-nos a ela.
Na verdade, interpela-nos. Quão gratos somos? Devemos lembrá-lo muitas vezes.

Mais logo, em família, meditaremos em casa sobre o Evangelho e concluiremos, certamente, coisas muito bonitas.

Devemos ser muito gratos. Porque o Senhor, pese embora nos mime muitas vezes, enche-nos e aquece-nos o coração.

«Quantas vezes Jesus não terá perguntado por nós, depois de tantas graças» 1

Deste Evangelho surtem quatro situações.

A primeira. Apresentaram-se a Jesus dez leprosos e pediram compaixão. Os leprosos eram excluídos da sociedade pois a lei obrigava-os ao isolamento dos demais mas Jesus não os evita.

A segunda. Dos dez leprosos apenas um regressou para agradecer sendo, além de curado, salvo.

A terceira que, cronologicamente antecede a segunda, refere-se ao facto de Jesus não curar imediatamente os leprosos. É um pormenor que não deve passar despercebido. Não, Jesus diz-lhes para se apresentarem aos sacerdotes para que, certamente, fossem declarados curados. Tal é um acto de fé e de enorme confiança em Jesus e na Sua palavra. Na verdade, foram curados no caminho. Que este acto de fé e confiança na palavra seja para nós enorme motivo de esperança.

A quarta e última situação é o facto de ser «significativo que fosse um estrangeiro quem voltasse para agradecer. Isso recorda-nos que, por vezes, cuidamos de agradecer um serviço ocasional prestado por uma pessoa desconhecida, e ao mesmo tempo não sabemos dar importância às contínuas delicadezas e atenções que recebemos doa mais próximos». 1

1 Francisco Fernandez Carvajal


sábado, 8 de outubro de 2016

Conversei com Ele?

É possível que te assuste esta palavra: meditação. Faz-te lembrar livros de capas negras e velhas, ruído de suspiros ou rezas como cantilenas rotineiras... Mas isso não é meditação. Meditar é contemplar, considerar que Deus é teu Pai, e tu seu filho, necessitado de ajuda; e depois dar-lhe graças pelo que já te concedeu e por tudo o que te há-de dar. (Sulco, 661)
Para o teu exame diário: – Deixei passar alguma hora sem falar com o meu Pai, Deus? – Conversei com Ele com amor de filho? Acredita que és capaz!! (Sulco, 657)

O único meio de conhecer Jesus: privar com Ele! N'Ele encontrarás sempre um Pai, um Amigo, um Conselheiro e um Colaborador para todas as actividades honestas da tua vida quotidiana...
E, com esse convívio, gerar-se-á o Amor. (Sulco, 662)

"Fica connosco, porque anoitece!...". Foi eficaz a oração de Cléofas e do companheiro.
Que pena, se tu e eu não soubéssemos "deter" Jesus que passa! Que dor, se não Lhe pedirmos que fique connosco! (Sulco, 671)

SJM

Assim é Deus...


Hoje, enquanto caminhava com o filho mais velho para comprar os semanários, conversávamos sobre o facto de Deus não poupar os seus.

São tantas as histórias que não cabem num livro.
Simultaneamente está ao lado de quem sofre. 

E isso é curioso. Não poupa mas não abandona.



Um amigo nosso, pessoa muito querida e estimada, profundamente católico, tem um problema de saúde. Ligámos e ficámos muito surpreendidos pela calma, pela tranquilidade e pela forma sobrenatural como vive o mimo de Deus.
Disse-nos que via e sentia Deus na compaixão dos outros. O Senhor ao mesmo tempo que não nos poupa - para retirar sempre algo maior que nunca sabemos o que é - mostra-nos a Sua face.

Conta-se e escreve-se que Santa Teresa terá dito um dia ao Senhor o seguinte: Se tratas assim os teus amigos não admira que os tenhas tão poucos.

Por vezes pensamos nisso e damos razão à Santa reformadora do Carmelo. Sorrimos sempre porque não deixa de ser verdade. Mas há uma outra verdade que a complementa e essa é-nos totalmente oculta. Que bem retiras de tudo isto, Senhor?

Quantos sofrimentos, quantos dissabores, quantas contradições. 

Contudo, sempre aprendemos, nada cai em saco roto. Deus aproveita tudo.
Em quê?
Não sabemos. Mas saberemos. Tudo a seu tempo porque o tempo não é nosso mas d´Ele.

Este nosso amigo disse ter descoberto na doença que o Senhor se lhe revela na compaixão dos irmãos, amigos, crentes e não crentes, na família.

Na nossa situação mais recente nunca o percebemos. Mas foram as palavras ouvidas hoje que nos fizeram parar e pensar. Ao fim e ao cabo nós tivemos igual presença e nunca a vimos.

Sejam muito agradecidos, disse-nos um sacerdote um dia. Não nos faltam razões.

Foi importante para nós ouvirmos tão soberbo testemunho para entendermos que Deus sempre se manifestou próximo. Igualmente terá sido importante para quem nos ouviu saber que Deus continua a manifestar-Se.

Assim é Deus... desconcertante.

Agora... mãos ao terço! Estamos juntos e vamos vencer juntos. Porque Ele está connosco.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A liberdade é condição para que haja uma escolha livre


A caminho da escola, a nossa menina do meio perguntou:


- Mãe, se Deus nos quer a todos santos porque é que nos fez livres?

- Tens razão. Às vezes também penso nisso. Pessoalmente preferia não ter liberdade de escolha. Preferia fazer sempre o que Deus espera de mim. Mas Deus Pai não se quer impôr, quer antes que nós na nossa condição humana escolhamos segui-Lo de livre vontade. Mas entendo a tua pergunta.

- É exactamente isso, mãe. Eu quero seguir Jesus e quero fazer sempre o que Ele quer, mas às vezes sei que não o faço. Por isso, preferia não ser livre.

- Diz-Lhe isso mesmo como me estás a dizer a mim e Ele ajudar-te-à. Também ajuda colocares-te sob a protecção de Nossa Senhora, Ela ensinar-te-à a ficares próxima de Jesus.

domingo, 2 de outubro de 2016

As pequenas coisas e um aniversário

Ensina-nos Madre Teresa que devemos ser fiéis nas pequenas coisas porque para Deus nada é pequeno e nada tem pouco valor.

O amor manifesta-se sempre não por coisas espectaculares mas por gestos pequenos e, tantas vezes, sucessivos. Gestos possíveis, gestos de amor. 

Tenho reparado na forma como a minha mulher coloca amor em tudo quanto faz. Nestes momentos de particular dificuldade, não me falta com nada.

A medicação é tomada a horas; as refeições são de acordo com a prescrição médica; ajuda-me a vestir porque não consigo fazê-lo sozinho; acautela os lanches deixando-os preparados quando se ausenta; não se impressiona com a "costura" e muda o penso, limpando a ferida que sara paulatinamente com os agrafes ainda cravados; transporta-me ao Hospital quando necessário; cuida de me questionar sempre se estou confortável; cuida dos meus filhos sozinha sem qualquer ajuda da minha parte. E quando lhe agradeço... sorri e diz-me que não tenho de lhe agradecer.
Tenho sim. Tenho de ser muito agradecido.

Penso serem estes os pequenos gestos de que Madre Teresa fala. São gestos nobres de família, gestos de união, gestos de presença efectiva, gestos pequenos e paradoxalmente enormes que marcam a diferença.

Hoje é dia de festa! Hoje, festa dos Anjos da Guarda, é o aniversário da fundação do Opus Dei. No dia 2 de Outubro de 1928, São Josemaria viu o Opus Dei: um caminho de santificação no meio do mundo.




sábado, 1 de outubro de 2016

Amor conjugal e vida de piedade

Temos uma grande sorte porque o matrimónio não é coisa de dois, mas de três. Mas quem é o terceiro, estareis a pensar? Pois, além dos cônjuges há alguém ainda mais interessado em levar por diante o projeto de cada matrimónio, o projeto de santidade de cada cônjuge: Deus.
Jesus Cristo elevou o matrimónio natural à elevada categoria de sacramento, para dar uma graça especial a cada um dos esposos ao empreender este caminho apaixonante de formar uma nova ‘igreja doméstica’; e, além disso, não nos deixa sós, antes se intromete na nossa vida e é como se nos dissesse: “Eu envolvo-Me em tudo o que é vosso, pequeno ou grande, permanente ou efémero; percorrereis a minha senda, haverá tempos para tudo, estaremos em Nazaré, em Betânia… e no Calvário; mas não termina aí porque haverá também Ressurreição; mas, confiai, pois Eu estarei sempre convosco animando os vossos dias”.
Como dizia São Josemaría: “O matrimónio está feito para que aqueles que o contraem se santifiquem nele e santifiquem através dele; para isso os cônjuges têm uma graça especial, que o sacramento instituído por Jesus Cristo confere. Quem é chamado ao estado matrimonial, encontra nesse estado – com a graça de Deus – tudo o que é necessário para ser santo, para se identificar cada dia mais com Jesus Cristo e para levar até ao Senhor as pessoas com quem convive”(S. Josemaría, Temas actuais do cristianismo, n. 91)

A vida conjugal é verdadeiro itinerário de santidade cristã e o truque que qualquer casal procura para conseguir a felicidade consiste em fazer a Suavontade em cada situação e amar muito, muito, como Ele nos amou. Por isso numa família quando alguém está pendente dos outros é mais feliz, porque então os outros ocupam-se da sua felicidade e, é claro, Deus; Ele nunca falha.
Como nos disse o Papa Francisco na sua catequese sobre a família: “Deus confiou à família, não o cuidado de uma intimidade em si mesma, mas o emocionante desígnio de tornar o mundo ‘doméstico’. A família está no início, na base desta cultura mundial que nos salva; salva-nos de tantos, tantos ataques, tantas destruições, de tantas colonizações, como a do dinheiro ou como daquelas ideologias que tanto ameaçam o mundo. A família é a base para nos defender” (Papa Francisco, Audiência 16/09/2015).
Neste sentido, vale a pena recuperar o sentido do matrimónio sacramental. Não só como um evento festivo ou familiar – que o é – mas porque entendemos com profundidade o que vamos fazer; a recíproca entrega/aceitação das nossas pessoas na sua conjugalidade, participando do mistério de amor entre Cristo e a sua Igreja. Daí que a etapa de namoro ou noivado seja tão crucial para ir já pondo Deus no centro da nossa vida pessoal: que chegue a formar parte de um tu, de um eu e de um nós aberto aos filhos e a outras famílias. O homem não poderá retirar o melhor da mulher se não está próximo de Deus, e a mulher não poderá retirar o melhor do homem se não está próxima de Deus. Estar ou não próximo de Deus é a chave para a felicidade matrimonial.
A partir do nosso matrimónio também podemos ser – sem mérito algum da nossa parte – luz para os outros: luz que diga – sem dizer – que Deus está na nossa vida porque as coisas no nosso casamento e na nossa família, com naturalidade se sobrenaturalizam; não fazemos nada estranho: trabalhamos como os outros, saímos e distraímo-nos como os outros, rimo-nos como os outros, temos as inquietações próprias da nossa idade, sonhos, quimeras que talvez cumpramos ou talvez não. Mas procuramos pôr tudo nas mãos de Deus; esta é a diferença… e vivemo-lo com uma alegria profunda, porque se temos um filho com problemas, ou se parece que os filhos não aparecem, se há uma doença, choraremos como os outros, mas com os pés na terra e os olhos virados para o Céu.
“A caridade levará a partilhar as alegrias e os possíveis dissabores, – recorda-nos S. Josemaria – a saber sorrir, esquecendo-se das preocupações pessoais para atender os outros; a escutar o outro cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são verdadeiramente amados e compreendidos; a passar por alto pequenos atritos sem importância, que o egoísmo poderia transformar em montanhas; a fazer, com grande amor, os pequenos serviços de que se compõe a convivência diária.”( S. Josemaría, Cristo que passa, n. 23).
Rezar juntos em família – respeitando a liberdade e a idade de cada um dos filhos. A fé transmite-se não se impõe – é algo que a tradição cristã recomenda pois, através dessas pequenas mas concretas práticas de piedade familiares, transmitiu-se a fé de geração em geração: rezar pela manhã – o oferecimento a Deus do nosso dia – o Angelus ao meio-dia e pela noite as três Ave-marias; invocar a Deus ao começar uma viagem; assistir juntos à Missa dominical; e talvez rezar o Terço em família, porque como se diz “a família que reza unida, permanece unida”. Entre essas práticas é muito familiar a bênção da mesa, como nos recorda Laudato si’: “Uma expressão desta atitude [contemplativa diante da criação] é deter-se a dar graças a Deus antes e depois das refeições. Proponho aos crentes que retomem este valioso hábito e o vivam com profundidade. Esse momento da bênção, ainda que seja muito breve, recorda-nos a nossa dependência de Deus para a vida, fortalece o nosso sentido de gratidão pelos dons da criação, reconhece aqueles que com o seu trabalho proporcionam esses bens e reforça a solidariedade com os mais necessitados” (Papa Francisco, enc. Laudato si’, n. 227).
Nós, esposos temos o dever conjugal, que prometemos no dia do nosso casamento, da ajuda mútua, e ajudar o outro é abrir-lhe um horizonte para que possa retirar o melhor, e claro, animá-lo a estar junto de Deus – sem pressionar, nem importunar indevidamente; porque o melhor e mais eficaz modo de atrair para Deus, o compelle intrare (Lc 14,23) do Evangelho, é amar e rezar pelo outro cônjuge e pelos filhos – porque o mais importante para cada um é levar o cônjuge para o Céu, mas ajudando-o a apreciar o bem por si próprio.
Há que respeitar os tempos de cada um, as possíveis crises, estando presente, acompanhando, rezando e não angustiando. Mas ao contrário também: respeitar o outro nos seus tempos de intimidade com Deus, mesmo que o outro os não partilhe, é algo que não entorpece o nosso casamento, antes o enriquece. É importante o respeito mútuo e ainda mais no que toca à consciência, que é o lugar onde cada um abre a sua interioridade ao Senhor, o lugar onde a nossa liberdade elabora as decisões mais transcendentes da sua vida. A intimidade com Deus é pessoal e cada um deve descobrir o seu pessoal caminho até Ele, que certamente passa pelo outro cônjuge; isto é muito enriquecedor para ambos.
Deus envolveu-Se connosco nesta aventura do casamento, porque lhe apeteceu, porque nos ama de modo carinhoso e deseja a nossa felicidade e porque quer que sejamos luz para os outros e que formemos uma autêntica ‘Igreja doméstica’ com os nossos filhos. “Na medida em que a família cristã acolhe o Evangelho e amadurece na fé, faz-se comunidade evangelizadora (...). Esta missão apostólica da família está enraizada no Baptismo e recebe com a graça sacramental do matrimónio uma nova força para transmitir a fé, para santificar e transformar a sociedade atual segundo o plano de Deus” (São João Paulo II, exhort. apost. Familiaris consortio, n. 52).

Que grande é a missão a que Deus chamou os esposos e que pôs nas suas mãos! Que maravilhosa responsabilidade estar no surgir de uma sociedade renovada pela caridade de Cristo e que imperiosa necessidade do Seu auxílio!