Família em Movimento

Família em Movimento

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Porque tu és (sempre) mais importante

Pediste para escrever sobre o que te disse há dias.
Falas do quê? - perguntei.

Depois lembraste-me. Sim, escrevo. Aquilo que te disse foi simples. Falei-te do amor entre nós.

Enquanto esperava na sala de espera da clínica e depois de rezar por ti, esperar por ti,  li parte do último livro do Padre Rodrigo Lynce de Faria sobre o casamento. Li esta passagem bonita:

«Para ela o casamento era exactamente isso: a maior e mais definitiva viagem que tinha decidido realizar com ele até ao fim da sua vida. 

Ficou inquieta ao pensar na intensa vida social do marido (que viajara) e arrependeu-se de não o ter acompanhado. Resolveu escrever-lhe.

"Temo que o convívio com princesas e embaixatrizes te faça esquecer de mim, que sou uma mulher simples e sem títulos, excepto o maravilhoso de ser só tua."
Ele não tardou em responder-lhe:
"Esqueces, minha amada, que casei contigo não só porque te amava, mas porque tinha e tenho o propósito firme de te amar sempre, cada dia mais, aconteça o que acontecer".»

O amor, o compromisso do eterno é isto: "Tu, só tu, aconteça o que acontecer."
Amar em todas as circunstâncias, cada dia mais, até ao fim.
A resposta é atribuída a Otto von Bismarck (1815/1898), estadista prussiano e unificador da Alemanha.

Naquele dia concreto meu amor, as minhas dores não existiram para mim, porque tu estavas primeiro. A intensidade do amor repele a intensidade da dor mas esta é tradução daquele que, com ela, se fortalece e unifica. Farias o mesmo por mim. Quando amamos, o outro está sempre primeiro. Como foi possível levantar da cama alguém que não se mexia? Não sei. Mas aconteceu. Como fazer alguém andar quando não consegue? Não sei. Mas aconteceu. O corpo cede quando o outro de nós precisa. E cede porque o amor prevalece.

Amo-te muito. Até ao fim. Aconteça o que acontecer.

Teu! Muito teu.
P

Crisma


O nosso filho mais velho foi crismado este Domingo.

Foi um dia vivido intensamente pela nossa família. Um dia muito feliz.

Um passo firme consubstanciado numa decisão, num querer firme de seguir Jesus como discípulo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O fim da família micro-ondas. Uma aposta, um investimento.

As mudanças operadas (a caminho dos dois anos) trouxeram muitas coisas boas bem como muitas coisas que não sendo em si mesmas boas, foram benéficas. Parece um paradoxo mas não é.

Um sacerdote nosso amigo disse-nos há dias que a nossa decisão se tratava de um enorme investimento

Para quem não nos conhece bem, o Blogue é um complemento de uma decisão que implicou, entre outras, uma carreira profissional. Este Blogue apenas complementa uma realidade. E complementa porque nos faz sair para fora. Complementa porque procuramos, além da nossa família, fazer algo pela Família.

Hoje, com maiores ou menores dificuldades, assumimos que todas as decisões foram correctas. Hoje e fruto delas, temos uns filhotes muito abertos, cooperantes, dialogantes, comprometidos como nós, muito felizes na sua família.

Há dias comentámos entre nós que "antes" não havia tempo para nada. Os banhos, os TPC´s em final de dia e começo de noite, mais o jantar por fazer faziam da casa um reboliço desordenado onde nem lugar havia para a conversa pois era absorvido pela TV.

Chegámos a essa conclusão - que nos levou a comentar - pela abertura dos miúdos connosco. Não ficam mais fechados em si mesmos como antes porque antes não tinham espaço nem tempo para poderem falar, dialogar entre eles e connosco. A actividade diária, o stress, a aceleração de tudo fazer, era a realidade. Éramos uma família micro-ondas onde tudo era feito em cima do joelho.

Chegar a casa das escolas, colégio e trabalho - como a maioria das famílias a quem muitos queremos e estimamos - e fazer em duas a três horas uma panóplia de tarefas... é francamente difícil e, por via disso, muito ficava para trás. A relação ficava para trás. E ficava por falta de tempo para tudo fazer mas igualmente por desordem porque e por exemplo, queiramos ou não, desligar a televisão fica à distância de um click; e o click à distância de uma decisão.

Hoje temos ordem e a ordem é um imperativo de vida. Para tudo. E temos mais tempo.

Hoje falamos, dialogamos. Os meninos nada escondem de nós. As notas escolares são boas. Quando entram no carro falam de tudo e depois, quando chegam a casa, tudo é diferente. O abraço ao Verdi e as inevitáveis brincadeiras, os banhos tranquilos, os TPC´s com os pais ao lado e ainda tempo para os desenhos animados.

O jantar e ao contrário do que antes sucedia, quando os meninos chegam a casa, já se encontra feito ou encaminhado. Só aqui já se ganhou tempo. Os quartos - antes por arrumar do reboliço matinal - já se encontram arrumadinhos. Também aqui se conquista tempo.

Hoje temos tempo! Eles têm tempo! Nós temos tempo para eles e eles para nós!
Hoje temos a harmonia que antes não tínhamos.

Além da habituais orações, hoje em dia e como antes aqui escrevemos, lemos o Evangelho do dia à mesa da refeição, ao jantar, e falamos sobre ele. Antes não havia tempo. Além de lermos, comentamos e procuramos saber a interpretação que os meninos fazem. 
Em suma, há um notório crescimento no campo familiar, académico e espiritual.

Mas - notemos - não apenas os meninos cresceram. Também nós, casal, crescemos. Crescemos entre nós e crescemos em família.

Terá sido para nós o fim da família micro-ondas. Foi um crescer paulatino, uma aposta com várias implicações mas, citando o nosso amigo sacerdote, um investimento. O construir de um caminho que, procuramos, nos mantenha e aumente o amor existente e nos personifique como uma família cristã e feliz!

domingo, 20 de novembro de 2016

Para onde corremos, família?


Caros amigos, boa noite.
Estivemos ausentes por alguns dias mas regressamos ao convívio nesta data para escrever um pequeno texto sobre a proximidade conquistada à força de uma baixa médica e, simultâneamente, um conquistar paulatino de maior vida interior.

Este texto é escrito poucos minutos após termos rezado o terço em família. 


A lareira está acesa, a árvore de Natal está colocada na sala e as luzes já brilham anunciando o nascimento de Jesus. A proximidade familiar é notória.

Estes dias de recuperação da cirurgia têm sido benéficos. Não são dias de ócio mas podiam sê-lo. Felizmente, pese embora haja tempo para tudo, pouco tempo sobra e isso é muito bom. Não ter tempo é bom sinal. E não sobra porque todos os dias há muitos exercícios a serem feitos - faça chuva ou sol - que são criteriosamente complementados com oração, conforme indicação do Director. As tarefas que antes não eram ou, se quiserem, raramente eram feitas, são agora executadas cuidadosamente. Falamos no "casamento perfeito entre Marta e Maria", isto é, da acção necessária complementada com a necessária oração. Falamos na oração mental bi-diária, no terço bem rezado, na leitura da Bíblia, na leitura de um livro espiritual, etc. 

Com excepção das leituras, as demais orações são realizadas no operar dos exercícios de recuperação ordenados pelo médico, sejam em ginásio, rua ou piscina. Aliás, os exercícios são tão solitários que Jesus toma conta da totalidade do pensamento e do momento. Todo o ambiente é propício. É um bom exercício de meditação, perceber que Jesus nos chamou no nosso ambiente quotidiano e é aí que nos quer muito d´Ele. Aí e não em outro lugar. Para os outros lugares convoca outros irmãos. Fica para um texto próximo. 

Retomando, há dias foi transmitido a um Director que "não se tem morrido, antes pelo contrário".

Mas destacamos igualmente a cooperação e proximidade familiar. A família tem "crescido". Sentimos quão unida está em torno do que é central, seja a amizade, o amor, a abnegação, a oração conjunta, entre outros. Família, família, família!

As meninas andam sorridentes, o menino muito laborioso. A mãe sempre atenta, não descura o cuidado diário e os mimos de sempre, como sejam, por exemplo, os bolos para animar a família. O pai faz o que lhe compete fazer e oferece o que deve ser oferecido. Até o Verdi já está integrado na casa e na família. Já senta, quando ordenamos. Progressos! 😃

Felizmente muitas pessoas compreendem que uma doença, um hospital, uma recuperação, um dissabor, entre outros, são fontes inesgotáveis de graças. A cirurgia, a infecção pós-operatória, as dores... tudo contribui. São mimos de Deus para connosco. São igualmente excelentes momentos para oferecer por alguém ou por intenções particulares. E escrevemos "felizmente" pela razão simples de que muitos amigos nos terem pedido (e continuado a pedir) para que o momento seja oferecido por uma intenção particular. Isso alegra e transforma a situação em algo sobrenatural. Mais, faz-nos sair de nós mesmos.
Caros amigos, não tivesse - desde início - sido transformado em algo sobrenatural e teria sido francamente mau. O sofrimento "por nada" é um vazio e um vazio é um nada. Não fosse a visão sobrenatural e a "cantiga o coitadinho" teria sido cantada vezes sem conta, cheia de vitimização, como é apanágio de quem tem vistas curtas.

Findamos. A nossa família continua empenhada no propósito inicial. Além do Blogue Família em Movimento, temos em mente passar testemunho de família católica que somos. Sempre foi esse o fito. Nos últimos tempos fomos sondados para esse efeito por dois Sacerdotes. Se se concretizará, não sabemos. Colocamos nas mãos de Deus. Quando Deus quiser e se quiser, acontecerá.

Depois, há outras ideias. Todavia, colocá-las em prática não depende exclusivamente de nós. Aliás, com excepção deste Blogue e da tomada de rumo (em prol da família), pouco ou nada depende exclusivamente de nós. Retomando a escrita, ainda estão em pensamento e não foram comunicadas à comunidade paroquial. Aos nossos amigos que nos lêem, pedimos que pensem nestes nossos propósitos e rezem um pouquinho por eles. 

Ao fim e ao cabo, que missão pretende o Senhor que tenhamos? Mudámos radicalmente a nossa vida a pensar num caminho que se tem feito com muito amor e muitas lutas diárias. 

Para onde corremos? Que Deus nos ajude a ver mais nítido. E que o Senhor opere em nós e nos outros para que este nosso caminho seja percorrido de acordo com a Sua vontade.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O céu, a morte, o purgatório e o inferno: o que nos acontece?


Há dias atrás a nossa filha "do meio" perguntou-nos para onde teria ido Lázaro depois de morrer, antes de Jesus o ressuscitar.

Dias depois visitámos um familiar próximo que nos disse ter visto a Santa Missa por transmissão televisiva e que, além de ter sido muito bonita, o Padre havia dito na homilia que havia a ressurreição o que, para o nossa familiar, era algo estranho. No fundo questionou, "onde cabemos todos"?



Estas dúvidas são dúvidas de sempre. Se perguntarmos aos católicos o que sucede depois da morte, poucos saberão responder. Mas as respostas estão no Catecismo.

Encontrámos uma série de perguntas e respostas no site do Opus Dei que vão ao encontro das dúvidas existentes.

Nos Livros Santos chama-se Novíssimos às coisas que sucederão ao homem no final da sua vida, a morte, o juízo, o destino eterno: o céu ou o inferno. A Igreja torna-os presentes de modo especial durante o mês de Novembro. Através da liturgia, convidam-se os cristãos a meditar sobre estas realidades.
O que há depois da morte? Deus julga cada pessoa pela sua vida?
O Catecismo da Igreja católica ensina que «a morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou recusa da graça divina manifestada em Cristo».
«Cada homem, depois de morrer, recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na bem-aventurança do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre». Neste sentido, São João da Cruz fala do juízo particular de cada um indicando que «ao entardecer desta vida, examinar-te-ão no amor». Catecismo da Igreja Católica, 1021-1022.

Quem vai para o céu? Como é o céu?
O céu é "o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e definitivo de felicidade”. São Paulo escreve: "Nem olho viu, nem ouvido ouviu, nem passou pelo pensamento do homem, as coisas que Deus preparou para aqueles que O amam". (1Cor 2, 9).
Depois do juízo particular, os que morrerem na graça e amizade de Deus e estiverem perfeitamente purificados, vão para o céu. Vivem em Deus, vêm-no tal como é. Estão para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, gozam da sua felicidade, do seu Bem, da Verdade e da Beleza de Deus.
Esta vida perfeita com a Santíssima Trindade, esta comunhão de vida e de amor com Ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados chama-se céu. É Cristo que, pela sua morte e Ressurreição, nos abriu o céu”. Viver no céu é "estar com Cristo" (cf. Jo 14, 3; Flp 1, 23; 1 Ts 4,17). Aqueles que chegam ao céu vivem "n’Ele", mais ainda, encontram ali a sua verdadeira identidade. Catecismo da Igreja católica, 1023-1026

O que é o Purgatório? É para sempre?
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados.
Esta doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que já fala a Sagrada Escritura: «Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas» (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o Sacrifício eucarístico para que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos. Catecismo da Igreja católica, 1030-1032

Existe o inferno?
Significa permanecer separado d'Ele – do nosso Criador e nosso fim – para sempre, por nossa própria livre escolha. E é este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela palavra «Inferno».
Morrer em pecado mortal, sem estar arrependidos nem acolher o amor misericordioso de Deus é escolher este fim para sempre.
Os ensinamentos da Igreja afirmam a existência do inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, «o fogo eterno». A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.
Jesus fala com frequência da geena e do fogo que nunca se apaga, reservado aos que, até ao fim da sua vida, se recusem a crer e a converter-se e onde se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo.
As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um chamamento à responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade relativamente ao destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão«Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14). Catecismo da Igreja católica, 1033-1036

Quando será o juízo final? Em que consistirá?
A ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores» (Act 24, 15), há-de preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida, e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação» (Jo 5, 28-29). Então Cristo virá «na sua glória, com todos os seus anjos [...]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [...] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna» (Mt 25, 31-33.46).
É perante Cristo, que é a Verdade, que será definitivamente posta a descoberto a verdade da relação de cada homem com Deus (636). O Juízo final revelará, até às suas últimas consequências, o que cada um tiver feito ou deixado de fazer de bem durante a sua vida terrena.
O Juízo final terá lugar quando acontecer a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda. Pelo seu Filho Jesus Cristo, Ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história. Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte.
A mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a «feliz esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10). Catecismo da Igreja católica, 1038-1041

No final dos tempos Deus prometeu um novo céu e uma nova terra. Que devemos esperar?
A esta misteriosa renovação, que há-de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura chama «os novos céus e a nova terra» (2 Pe 3, 13). Será a realização definitiva do desígnio divino de «reunir sob a chefia de Cristo todas as coisas que há nos céus e na terra» (Ef 1, 10).
Neste «mundo novo», a Jerusalém celeste, Deus terá a sua morada entre os homens. «Há-de enxugar-lhes dos olhos todas as lágrimas; a morte deixará de existir, e não mais haverá luto, nem clamor, nem fadiga. Porque o que havia anteriormente desapareceu» (Ap 21, 4).
Para o homem, esta consumação será a realização final da unidade do género humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrina era «como que o sacramento». Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos resgatados, a «Cidade santa de Deus» (Ap 21, 2), a «Esposa do Cordeiro» (Ap 21, 9). Esta não mais será atingida pelo pecado, pelas manchas, pelo amor-próprio, que destroem e ferem a comunidade terrena dos homens. A visão beatífica, em que Deus Se manifestará aos eleitos de modo inesgotável, será a fonte inexaurível da felicidade, da paz e da mútua comunhão.
Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino entre o mundo material e o homem:
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus [...] com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da corrupção que escraviza [...]. Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo» (Rm 8, 19-23).
Assim, pois, também o universo visível está destinado a ser transformado, «a fim de que o próprio mundo, restaurado no seu estado primitivo, esteja sem mais nenhum obstáculo ao serviço dos justos», participando na sua glorificação em Jesus Cristo ressuscitado.
«Ignoramos o tempo em que a terra e a humanidade atingirão a sua plenitude, e também não sabemos como é que o universo será transformado. Porque a figura deste mundo, deformada pelo pecado, passa certamente, mas Deus ensina-nos que se prepara uma nova habitação e uma nova terra, na qual reinará a justiça e cuja felicidade satisfará e superará todos os desejos de paz que se levantam no coração dos homens».
«A expetativa da nova terra não deve, porém, enfraquecer, mas antes ativar a solicitude em ordem a desenvolver esta terra onde cresce o corpo da nova família humana, que já consegue apresentar uma certa prefiguração do mundo futuro. Por conseguinte, embora o progresso terreno se deva cuidadosamente distinguir do crescimento do Reino de Cristo, todavia, na medida em que pode contribuir para a melhor organização da sociedade humana, interessa muito ao Reino de Deus». Catecismo da Igreja Católica, 1043-1049.

Porquê rezar pelos defuntos?
Explicações do Catecismo da Igreja Católica
Na Igreja Católica o mês de novembro está iluminado de modo particular pelo mistério da comunhão dos santos que se refere à união e à ajuda mútua que os cristãos podem prestar: aqueles que ainda estão na terra, àqueles que, já seguros do Céu, se purificam antes de se apresentarem diante de Deus dos vestígios de pecado no Purgatório e aqueles que intercedem por nós diante da Trindade Santíssima onde gozam já para sempre. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e definitivo de felicidade. (Catecismo da Igreja Católica, 1024).
" Até que o Senhor venha na sua majestade e todos os seus anjos com Ele e, vencida a morte, tudo Lhe seja submetido, dos seus discípulos uns peregrinam na terra, outros, passada esta vida, são purificados, e outros, finalmente, são glorificados e contemplam "claramente Deus trino e uno, como Ele é ". Todos, porém, comungamos, embora de modo e grau diversos, no mesmo amor de Deus e do próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de glória. (Catecismo, ponto 954).
A Igreja peregrina, perfeitamente consciente desta comunhão de todo o Corpo místico de Jesus Cristo, desde os primeiros tempos do cristianismo honrou com grande piedade a lembrança dos defuntos e ofereceu também por eles orações 'pois é uma ideia santa e proveitosa orar pelos defuntos para que se vejam livres dos seus pecados' (Catecismo, ponto 955).
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu (Catecismo, ponto 1030).
A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos que é completamente distinta do castigo dos condenados (Catecismo, ponto 1031).
Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios a seu favor, em particular o sacrifício eucarístico, para que, uma vez purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja também recomenda as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos.
Estas perguntas e respostas com meditações de São Josemaria podem ser lidas clicando aqui.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

«Dress Code» na Missa?

1. Existirá um dress code a ser tido em conta para ir à Missa? 
Em sentido rigoroso, não existe nenhum dress code. No entanto, uma coisa é defender uma etiqueta estrita e minuciosa, geradora de comparações, fonte de problemas sobretudo para pessoas com menos recursos e que acabaria por se tornar odiosa, e outra é argumentar que o modo como se vai vestido à Missa completamente indiferente.
2. Pode servir de enquadramento, para o que a seguir se dirá, o ilustrativo episódio de Jesus na casa do fariseu que O convidou para uma refeição. Jesus entra, cumprimenta-o, nada reclama. No entanto, no desenrolar da refeição, devido à intervenção da mulher que derrama perfume sobre Ele e que é interiormente censurada pelo fariseu e outros que ali se encontravam, Jesus não deixa de chamar a atenção do seu anfitrião para as sucessivas faltas de cortesia ao recebê-Lo: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas banhou os Meus pés, e enxugou-os com os seus cabelos. Não Me deste o ósculo; porém ela, desde que entrou, não cessou de beijar os Meus pés. Não ungiste a Minha cabeça com óleo, porém esta ungiu com perfume os Meus pés» (Lc 7, 44-46).
3. Ninguém duvida que o realmente importante quando se participa na Missa é a atitude interior, de reverência e amor para com Deus. «O que o homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração» (1 Sam 16, 7), explica Deus a Samuel. No entanto, quando alguém quer amar a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento (Cfr. Mt 22, 37) é normal que também o expresse com gestos externos. De modo semelhante a como se procede na vida civil: quando se dá verdadeira importância a um evento, a compostura externa serve para vincar a atitude interna.  Assim, por um lado, ao preparar-nos, também externamente para a Missa, reconhecemos, diante dos outros, como Deus é importante na nossa vida; por outro lado, mesmo que não houvesse mais ninguém, a nós próprios faz-nos bem condicionar o nosso modo de proceder, de estar e de nos arranjarmos de modo a intensificar a consciência de que vamos ao encontro do Senhor: a preparação exterior, contribui, em certa medida, para reforçar interiormente o encanto que é poder estar com Deus de um modo tão especial.
4. Qualquer pessoa com fé e senso comum admite as premissas que se acabam de enunciar. Muitas vezes o problema reside na sua concretização atualizada: o que é hoje «ir bem vestido ou arranjado»? É indecoroso usar certas roupas?
5. Não é fácil concretizar e menos ainda determinar de modo fixo os limites. Mas, a verdade seja dita, mesmo sem pretender uma rigidez nesses limites, é normal que a todos beneficiem as referências concretas, não tanto para as assumir como se fossem os Mandamentos da Lei de Deus, mas como enquadramento, sugestões, conselhos que orientem as próprias escolhas.
6. A ideia comum a estas sugestões talvez se possa sintetizar assim: correção, discrição, modéstia. Tudo o que atraia demasiado a atenção dos outros pode não favorecer a atenção na Missa. Por exemplo, em geral não parece aconselhável que uma senhora use um vestido de gala, apesar de muito elegante e decoroso. Mesmo sendo arriscada a concretização que se segue, enunciamos as peças de roupa que não parecem adequadas numa Missa e, logo a seguir, exemplos de peças de vestuário que podem servir para acentuar o respeito pelas coisas de Deus, sobretudo ao domingo. As sugestões procedem de boas experiências do que tem sido feito em vários países.
7. Para os homens não parece aceitável que usem na Missa: calções, fato de treino, camisolas sem mangas, fatos-de-banho, roupas apertadas e calças caídas. Logicamente e exceto nalgum caso de doença, os homens nunca cobrem a cabeça na Igreja com chapéus, gorros ou o que quer que seja. Apesar de se terem generalizado, as sandálias de praia não são adequadas. A partir de certa idade, a gravata e o casaco, ajudam a dignificar o vestuário.
8. Ao vestirem-se, as mulheres católicas deveriam ter bem presente a imagem de Nossa Senhora. Além dessa referência imprescindível, o senso comum e a modéstia ajudam a resolver bem a escolha da roupa apropriada. Sobretudo na Missa, são desaconselháveis as seguintes peças: calções curtos, tops, vestidos com mangas que não cubram o ombro ou vestidos com decotes exagerados, roupa de praia ou fatos de treino, roupa muito apertada, minissaias e em geral saias curtas, transparências. As sandálias de praia também não são o mais digno. Vestidos elegantes e sóbrios, blusa e saia modestas são aconselhados
9. Aliás, para muita gente bastaria fazer pensar se usa alguma das peças de vestuário que se assinalou como menos convenientes num evento que para elas seja considerado importante – uma festa de aniversário, uma entrevista de emprego – para tirar a conclusão óbvia: por que seguir então, nas coisas de Deus, critérios que não se usam nas outras áreas da própria vida? Acreditamos mesmo no valor da Missa?
10. Sublinhamos que, com estas breves linhas, não se trata tanto de avaliar se usar isto ou aquilo é ou não pecado, ou pode levar os outros a ofender Nosso Senhor pois essa análise é feita por qualquer pessoa de bem em qualquer situação; aqui, interessa sobretudo considerar em como aproveitar o vestuário para pensar em Deus e usar a necessidade de se vestir como um recurso ou instrumento que facilite a preparação para estar com o Senhor de modo mais consciente. Portanto, pede-se ao leitor e sobretudo à leitora que leiam estas páginas não como proibições ou censuras, mas como conselhos com implicações espirituais que visam favorecer a consciência de que toda a nossa vida pode ter a ver com Deus. Logicamente, não se trata de usar estas indicações para julgar o modo de vestir dos outros.
11. Em resumo: evitem-se roupas ostentosas porque a Missa não é nem uma reunião social nem uma ocasião para se mostrar. É o sacrifício de Nosso Senhor na Cruz. Deus é o Anfitrião e é n’Ele que devemos estar centrados. O melhor é não chamar a atenção com a roupa, nem por ser pouco modesta nem por ser deslumbrante. Vestir-se adequadamente, para estar na Missa, é parte da humildade com que podemos louvar, agradecer e suplicar a Deus.

12. Então, qual é a roupa ideal para ir à Missa? Um modo de vestir discreto, mas especial, com o desejo de, também com isso, louvar a Deus e não distrair as outras pessoas. Ninguém se deve preocupar se não tem a roupa que gostaria: Deus sabe o que cada um pode dar de melhor! Além disso, há ocasiões em que a pessoa vem ou vai para o trabalho, o que condiciona as opções do vestuário. Por isso, muitas das sugestões concretizam-se mais facilmente na Missa ao domingo.
In site Oratório SJM

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

NOVIDADES nos SANTOS para BRINCAR



Santo António de Lisboa (sentado) com o Menino Jesus em feltro inteiramente cozidos à mão. Rostos pintados. Sentado em cadeira de madeira.

Santo António de Lisboa (em pé) com o Menino Jesus em feltro inteiramente cozidos à mão. Rostos pintados. Altura 32cm. 

Santa Rita de Cássia em feltro inteiramente cozida à mão. Rosto pintado. Com estigma pintado ou com uma estrelinha no lugar deste.  Altura 32cm.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pão por Deus

E hoje, Dia e Festa de Todos os Santos, depois da Santa Missa, foi a vez das nossas princesas - acompanhadadas pelo irmão mais velho - pedirem o Pão por Deus.

Agradecemos desde já a grande generosidade e amabilidade de todas as famílias que abriram a porta aos nossos filhos. Bem hajam.

O Pão por Deus dos nossos filhos