Família em Movimento

Família em Movimento

sábado, 30 de abril de 2016

Confiar e esperar

Os sintomas mantinham-se. E em rigor mantêm-se. O primeiro médico diz não se tratar do que pensava e parecia lógico e deixa o recado:"Se mantiver faça uma TAC à cabeça". Não relevei.


Os sintomas continuam e procuro o segundo médico que me segue há anos. Era dia do aniversário da filhota. Após algumas perguntas e alguns exercícios, determina duas TAC sendo que uma é precisamente à cabeça. Saio da consulta preocupado com a palavra "compressão". 
É uma possibilidade apenas. 
Mas era dia de aniversário e teria de mudar o semblante. Agir como se nada fosse. 
Nada poderia perturbar o dia de festa.


No dia da TAC a tensão aumenta. Recebo um SMS com uma mensagem encorajadora: «Estás nas mãos de São José e não esqueças que um filho nunca diz "não" a um pedido do Pai».

Quantas vezes obedeceu Jesus a São José... imensas.
Não recorri somente a São José mas foi o foco das intenções.
A caminho do Hospital onde a TAC estava marcada para as 18:15H a mão direita segura e aperta a dezena enquanto as petições são feitas.

Pedi antes da TAC para me dizerem algo antes do relatório para não perpetuar a ignorância.
- Pode abrir os olhos, ouço.
Sinto estar a sair do "donut" e abro os olhos. Vejo duas pessoas à espera que o trajecto da máquina cesse.
- Já estás! - pensei.
Uma delas sorri. Era o médico.O sorriso altera o meu pensamento momentâneo.
- Não tem nada no crânio. A outra ainda terei de ver melhor as imagens - disse-me.
Sorri, agradeci.

Depois agradeci a São José. E a Maria. E a São Josemaria.
Sair do hospital era uma dúvida inicial pelo que, no regresso, rezei um Terço em acção de graças.

Entrei em casa e vi os meus. Que alegria genuína.

Já antes escrevera que o melhor antídoto para valorar os nossos era o pensamento da morte.
Este episódio veio reforçar o seguinte:
O dia de ontem passou. O de amanhã ninguém o viu e não sabemos se o veremos. É hoje que temos de viver e com qualidade.
Extraí esta convicção: viver todos os minutos com quem amamos com imensa qualidade e não deixar que nada condicione esses minutos, esses momentos únicos e irrepetíveis.

Ainda que mantenha os sintomas e não saiba a causa; ainda que não saiba o resultado da segunda TAC; ainda que nada saiba, sei que nada tenho na cabeça.
Se tivesse, entregaria nas mãos de Deus. Mas não minto: a tensão baixou.

Lembro de ter pensado muitas vezes e isso ter ajudado que não me deveria preocupar e confiar.
Porque Deus não nos "manda" nada de mal, tudo o que permite acontecer, tira maior proveito. Penso que a unidade de vida, a vida interior e a relação com a família sairam muito beneficiadas.

Agora é esperar que se descubra a causa. Até lá, viver com qualidade e aproveitar com qualidade todos os momentos que Deus me concede. Além deste propósito a noção muito clara de que devemos ser muito agradecidos por todas as bençãos que a nossa família tem recebido.

«Sim, percebi ainda mais o quanto vos amo»

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ser Santo até parece fácil!

Ontem publicámos aqui um vídeo sobre o exemplo de vida de Dora del Hoyo, que através das suas ocupações diárias com o cuidado do lar conseguiu chegar perto de Deus, ter convivência diária com Ele, fazendo da sua vida a vida de Cristo na aceitação da vontade do Pai em todas as horas.

Pois bem, todos nós temos este desejo de santidade. Contudo, por vezes achamos ser uma coisa extremamente difícil  e depressa abandonamos os nossos bons propósitos.
Todavia, a vida dos Santos mostra que qualquer um pode alcançar a santidade basta QUERER.

E para nosso espanto, no dia de ontem 28 de Abril o Papa declarou Montse Grases venerável. 

Montse Grases


Uma rapariga (1941-1959) do Opus Dei, que «correspondeu desde muito jovem ao amor de Deus no meio do mundo e procurou ser piedosa, trabalhar bem, aproveitando as suas qualidades, com desejo de servir, com uma disposição permanente de atender com generosidade aos outros, esquecendo-se de si mesma. Seguiu fielmente ao Senhor quando começou a fazer parte do Opus Dei e procurou caminhar muito unida a Ele, através de uma vida igual à de muitas outras mulheres. 




Também quando padeceu um câncer que lhe causava dores muito intensas e trouxe a sua morte.Tentou terminar com delicadeza sobrenatural as suas ocupações diárias, por amor a Deus e aos outros, e procurou aproximar de Jesus suas amizades.» (D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei)

Estes dois bons exemplos fazem-nos pensar que é possível. Felizmente são publicitados. Não foram super homens ou mulheres. Não. Foram como todos nós. Mas viveram intensamente as virtudes e a relação íntima com o Senhor, uma vida interior que contagiou, uma vida interior que foi como que o catalisador das acções de cada dia.

Quantas mulheres cumprem os seus deveres diários como mães  e esposas de família?
Não o fazem com amor aos seus?
E amando os seus não estão a amar a  Deus?

Penso que a santidade passa por ter consciência desse amor. Ser agradecida pela família que Deus me deu. Tratar os meus com amor é meu dever, porque é sobre estes que Deus Pai me deu como família que me pedirá contas no fim.
É aqui que tenho de me esmerar, superar e doar.

Fazer uma cama bem feita, tratar da roupa o melhor que sabemos, limpar a casa com esmero e cuidado, fazer refeições saborosas e agradáveis, ter paciência com os nossos...e depois voar para fora e cada vez mais alto. Não como os pássaros que voam baixinho mas como os outros que sobrevoam as montanhas e tocam mais perto o Céu.

Visto assim: ser Santo até parece fácil!

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Um exemplo no lar cujo nome é Dora del Hoyo

Este documentário conta quem foi Dora e como o seu exemplo de vida pode-nos ajudar nos dias de hoje.
Dora del Hoyo nasceu a 11 de Janeiro de 1914 em Boca de Huérgano (Espanha).
Os seus pais, cristãos exemplares, educaram-na a ser boa filha de Deus.


Em 1940 foi para Madrid trabalhar como empregada doméstica e chegou a um elevado nível de competência profissional.
Em Bilbau, no dia 14 de Março de 1946, pediu admissão ao Opus Dei.
Soube corresponder com fidelidade à chamada divina. Destacava-se nela a devoção eucarística sendo a Santa Missa o centro e raiz da sua vida interior, um enorme amor a Nossa Senhora e São José e o recurso confiado ao seu Anjo da Guarda.
Em 27 de Dezembro de 1946 foi viver para Roma - a convite de São Josemaria - onde viveu até ao fim dos seus dias.
Soube descobrir o significado santificador e apostólico que se esconde por trás de cada acção aparentemente trivial, conjugando o espírito de serviço e a competência profissional.
Em Roma colaborou na formação de mulheres de todo o mundo.
Faleceu em 10 de Janeiro de 2004.

Estudo científico sobre a vida de Dora em "Studia et Documenta"

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Curtas



«Quem diz "não tenho pecados" deve entrar no confessionário pela porta das urgências! 
Tem - pelo menos - dois! 
- A mentira e a soberba.»

Padre Gonçalo Portocarrero de Almada

terça-feira, 26 de abril de 2016

Comunhão de joelhos

Este Domingo tomámos uma decisão: ser coerentes na Santa Missa. Se noutros lugares comungamos de joelhos por que comungar de outro modo na nossa própria paróquia? 
Por respeitos humanos?


Em vários locais são colocados genuflexórios havendo um convite tácito à comunhão de joelhos. E aqui por regra os crentes comungam de joelhos. A excepção é quem não comunga desta forma.

Na nossa paróquia - por ora - não existem genuflexórios para o acto da comunhão. Mas quiçá com o nosso gesto outros paroquianos procurem compreender a dignidade e a razão pela qual o fazemos e imitem. Hoje duas pessoas. Amanhã, não sabemos. Que o Espírito Santo nos trabalhe a todos.

Estaremos sujeitos ao riso, ao comentário fácil e quiçá à crítica. Mas estaremos sujeitos de igual modo à compreensão e procura, por parte dos irmãos, das razão que subjaz ao acto.

Nos Retiros comungamos de joelhos. Noutros locais também o fazemos. Por que não fazer o mesmo na nossa paróquia? É ali que damos testemunho cristão quando em família frequentamos os Sacramentos, onde somos presença assídua, onde os filhos frequentam a catequese. Então também é ali o local para dizermos que comungamos de joelhos.
Curiosamente os nossos filhos que comungaram depois de nós e encontravam-se atrás, nada disseram. Não comentaram. A razão? Simples. Comungar de joelhos é natural em nós. Não é uma novidade. Logo, não estranharam. Provavelmente e doravante irão também eles comungar de joelhos, assim o queiram.

Da nossa parte acabaram os respeitos humanos. Estamos convencidos que o nosso pároco não nos chamará à atenção. Se o fizer, saberemos acolher. Por outro lado, não obstando, aqui fica o convite para que os genuflexórios sejam colocados na Santa Missa para a comunhão podendo a comunidade, querendo, receber Jesus de joelhos. 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

«A outra carta» - Um vídeo SEMPRE ACTUAL

«A outra carta» é um vídeo que data do Natal de 2014 mas assume uma actualidade extraordinária. 
No nosso entendimento deve ser visto e lembrado muitas vezes como sinal de alerta.
Ficámos agradavelmente espantados por ter sido produzido pelo IKEA. Não esperávamos. Foram enormes pela mensagem que passaram e continuam a passar.


sábado, 23 de abril de 2016

Na relação familiar...

Há dia prometemos escrever uma publicação curta mas incisiva.

Resulta da aprendizagem que fazemos, das leituras, das conversas com os Sacerdotes e da própria condição de sermos uma família católica.
Se é o nosso caminho por que não partilhar? Assim faremos.

Advertência prévia: não é fácil a sua implementação mas é o caminho que nos parece sensato, coerente e próprio de uma unidade de vida.

Feitas as considerações, seremos sucintos e esperamos que o método seja adequado.

Na relação familiar…

Qual a prioridade?
A nossa prioridade é a Família.

Dentro da prioridade o que reveste carácter de prioridade das prioridades?
O nosso cônjuge. Ponto. Não é discutível. A prioridade da mulher é o marido e vice-versa.



Que trato devemos dar ao nosso cônjuge?
O melhor. Que a nossa conduta passe por amar, mimar, elogiar, pedir desculpa quando e sempre que necessário, desculpar, agradecer e cuidar.
Definamos prioridade: fazer o outro feliz. A nossa prioridade é fazer o marido ou a mulher feliz. E Deus pedirá contas sobre isto, não tenhamos dúvidas.



Um exemplo prático na definição da prioridade?
Por exemplo o chegar a casa. Quando o marido chega a casa, ainda que os filhos corram todos para os seus braços à procura do beijo, a primeira pessoa a ser cumprimentada é a mulher. Só depois os filhos. E eles irão aperceber-se que a prioridade do pai é a mãe e a prioridade da mãe é o pai. Eles são o bom fruto do amor entre o casal. Mas o casal precede-os. E isso tem de ficar muito claro.

Não discutem?
Sim. Quem não discute? Mas evitem os pais (por favor) fazê-lo diante dos filhos. Que eles saibam que os pais vivem em harmonia. E a discussão a acontecer não deve ser reactiva. Deve-se deixar o pó assentar e depois, de forma pouco apaixonada, discutir. Mas no fim da discussão um abraço e o pedido de desculpa. É difícil porque somos seres humanos com emoções. Exige treino. Mas chega-se lá. 

Nessa harmonia há alguma dica?
Sim, várias. 
- Nunca contradizer o outro. Se algo foi menos claro ou gera desacordo deve ser debatido em privado e, se necessário, emendar. Os filhos apreciarão a coerência.
- Cá em casa a pasta das finanças está entregue à esposa. As relações com o exterior é uma pasta do marido. 
- Uma única conta bancária.
- Não há assuntos ocultos.
- Todos trabalham e não há uns a ler o jornal enquanto outros trabalham.
- Santificar tudo quanto se faz; até fazer a cama. Como? Façamo-la com brio e que fique impecavelmente feita. Ofereça-se a Deus esse pouco que é muito.

O casamento não cai em rotina?
Cai se não formos operativos. As rotinas quebram-se. 
Por exemplo e já o escrevemos: todos os meses há um fim de semana do casal. 
Os filhos podem ficar nos avós (que muito agradecem) e aquele Sábado e Domingo é nosso. 
Haja lugar ao passeio, ao restaurante, ao cinema, ao teatro, ao concerto no CCB... 
Antecipe-se esse fim de semana e programe-se para ser difereciado. Haja cuidado com ele por via a trazer para dentro do casal o que o casal dele espera. Deste modo muitas forças se recuperam e o casal vive debaixo da intensidade do amor que os une. O casamento não entra em rotina porque não há espaço para ela. 

E na educação dos filhos?
Nunca educar pelo medo. Consigamos (exige treino) que eles queiram fazer o bem. Essa é a educação. Que os filhos sejam educados a querer o bem (que é diferente de não fazer o mal) pelo exemplo e não por decreto.
Mais. Isso deve acontecer para que possamos, paulatinamente, sair. E se assim for, nessa data, eles irão fazer – por si mesmos – o bem que será consequência da nossa educação feita com amor.

Devemos viver para os filhos?
Não. Devemos viver em harmonia sabendo o lugar destacadíssimo que cada um ocupa. Mas nunca viver em função dos filhos e para os filhos. Porquê? Porque viver nesse cenário até à natural saída deles de casa implicaria duas situações: A primeira uma angústia incontrolável pela não presença deles na nossa vida. A segunda, o viver com um estranho. Sim, seria isso que aconteceria se vivêssemos em função dos filhos. Quando saíssem perguntaríamos ao nosso marido ou mulher: «Quem és tu?» 
Pois é! Que duro é reencontrar o nosso cônjuge 20 anos depois. Vamos falar de?!? … pois.

E o trabalho profissional?
Se daqui a 20 anos formos uns grandes profissionais, reputados, estimados e quiçá ricos mas estivermos divorciados e considerados pelos filhos maus pais e mães, seremos uns infelizes. 
A felicidade vem pela família.
Logo, que as actividades profissionais não afectem negativamente a célula familiar que é a nossa prioridade. 
Haja ordem.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Educar na Fé

Há dias dei comigo a pensar o que é isso de “educar na fé”?

Educar segundo a Wikipédia é a transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade.


Pois para mim, Educar é um acto de amor. Numa família todos educam pais, avós, irmãos…todos sem excepção. 

Porque ao conviver entre si, a família transmite valores, formas de pensar, amor e  também a Fé. Através dos gestos, das expressões, da maneira de ser, da forma de pensar entre tantas outras coisas.
Em Educação diz-se que os filhos são sempre o espelho dos pais. É verdade.



Numa família católica a vivência e experiência de educar é igual a todas as outras famílias que o não são ou que ainda não fizeram a experiência da Fé.
Portanto, educar na fé não é nenhum “bicho de sete cabeças” que nos exige muito tempo ou aulas intensas de catequese. Nada disso, educar na fé apenas nos exige ser quem somos. Neste caso, católicos.

Simplificando:
Comemos todos os dias, pois temos de dar graças a Deus por termos comida na mesa. Como tal, rezamos antes das refeições. É um hábito que os nossos filhos já têm tão enraizado que mesmo sem estarem connosco (por exemplo na escola) rezam antes de comer. Para eles é uma coisa natural. E é de facto.

Quando algum membro da família está doente vamos ao médico. Pois também, se algum de nós precisa de se confessar vamos à confissão. Por exemplo, a mãe vai à confissão e a restante família acompanha-a e por vezes acabam por se confessar também. Porque diante do Santíssimo percebem que também estão necessitados desse sacramento. Nada é imposto.

O pai e a mãe rezam o terço todos os dias, as crianças participam na oração porque querem. A benjamim nem sempre colabora, mas está presente a brincar. E como não é uma imposição, acreditamos que um dia rezará o terço todos os dias porque quer.

Quando as crianças completam 6 anos inscrevêmo-las na escola. Porque não inscrevê-las na catequese? Não nos comprometemos a educá-las na fé no dia do seu Baptismo? Então, como pais temos a obrigação de as inscrever na catequese, porque esta é a nossa Fé. Por aqui, a pequenina já pergunta muitas vezes quando será ela a ir para a catequese, e mostra-se ansiosa com essa nova fase assim como no seu ingresso no ensino básico. É natural, faz parte da idade.

Pela manhã e antes de sairmos de casa benzemo-nos com Água Benta. E as meninas lembram-se uma à outra e por vezes até a nós pais para não nos esquecermos.

Estes são apenas alguns exemplos, do que vamos fazendo para educar os nossos filhos na fé. São actos naturais, porque a educação não pode ser uma imposição. Tem de ser um acto de amor.

Como casal transmitimos aos nossos filhos o que somos naturalmente.
Se como casal amamos a Deus e queremos amá-Lo verdadeiramente, isso transmite-se de forma simples. Porque como criaturas não nos conseguimos dissociar do nosso Criador.

Educar é querer ensinar que os filhos queiram, saibam e desejem fazer o bem. 
Não que não façam o mal; antes, façam o bem.
Se assim for, quando saírem da alçada dos pais (é inevitável), terão asas para voar.

domingo, 17 de abril de 2016

Curtas




«Não rezar o terço todos os dias não é pecado. É uma vergonha.»

Padre Hugo de Azevedo

sábado, 16 de abril de 2016

O "carimbo"

Há dias ouvi uma estória engraçada. Contaram ter sido perguntado inúmeras vezes a um pai de uma família numerosa se era do Opus Dei. Ele foi respondendo negativamente.
Porém, a pergunta reiterava-se pelo tempo. Dia houve em que, após ser formulada novamente a pergunta, o pai respondeu naturalmente:
- Se calhar sou e não sei.


Conclusão: há sinais que nos identificam. 
Assim são as famílias católicas. São identificadas, carimbadas, rotuladas. E se não são algo está mal, algo não bate certo e deve ser alvo de observação com um Sacerdote.

As famílias cristãs católicas não agem por omissão. Ao contrário, são identificadas por serem operativas e diferenciadas. 

Diferenciadas na sua postura em relação à vida e abertura a esta pelo casal, diferenciadas pelos critérios educativos, diferenciadas pela alegria, paz e serenidade. São igualmente diferenciadas pela postura que assumem no trabalho e pela visão que têm da comunidade que integram.

Diferenciam-se de igual forma - em regra - pela atitude do próprio casal em relação a si mesmo, pela sua unidade de vida.
A este propósito e em breve escreveremos um texto concreto da relação entre marido e mulher, pais e filhos. Será um texto curto mas incisivo. Não será hoje. Mas está pensado.

Hoje deixamos esta curta reflexão sobre os rótulos e carimbos. Desejemos ser rotulados e carimbados pois essa seria a prova de estarmos no caminho certo.

Porque quem aprende a viver com Cristo e para Cristo descobre o Amor e este transborda para os demais.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

“Vocês mesmos! Quero-vos! São meus!”

O confronto entre a paragem efectuada e a realidade é enorme. Num lado, a tranquilidade apenas mais pesada com as (naturais) saudades da família. Por outro, o ritmo alucinante de quem não mastiga a vida mas engole-a. Mas é aqui, no deserto e aridez, que Deus nos quer. E quer não para sermos mais um entre muitos mas para sermos outros Cristos.
Ainda mergulhado nos dias de Retiro o confronto com os problemas e os comportamentos dos semelhantes que nos ferem. O habitual. Como reagir? Como é possível uma diferença tão avassaladora entre ambas as realidades? Parece que o Retiro não havia passado de um chorrilho de mentiras porque o que conta, na verdade, é a realidade pura, nua e crua do nosso quotidiano.
Repelir este pensamento foi o primeiro passo.

Esta é a prova. Ser quem somos nos ambientes mais adversos exalando o doce perfume de Jesus, com confiança e serenidade, paz e alegria, ainda que custe.

Já o escrevemos, o Divino Espectador delicia-Se e auxilia os pequenos actores deste teatro.
E mesmo com estas ideias claras, caímos. Cedemos. E daí? Seremos diferentes de Pedro? Tremeu o primeiro Papa perante a autoridade? Não. Tremeu perante o povo que nada podia sobre ele. Cedeu, negou e ainda assim foi Pedro.

Que sejamos muitas vezes ao dia novos filhos pródigos neste regressar constante. Insistimos, constante.
Ânimo! Jesus ressuscitou e está bem vivo em nós e nas nossas famílias. É esta a alegria cristã perante os cenários, sejam adversos ou não.
Na imagem desta publicação a vocação de Mateus de Caravaggio. Jesus indica. Mateus não está sequer a reparar tão entretido que se encontra com o seu deus menor, o dinheiro. Mas Jesus escolhe-o perante o espanto de quem o ladeia que parece perguntar: “Este? Tens certeza?”.
Todos se espantam.
Jesus ratifica. “Esse mesmo! Quero-o! É meu!”
É assim que nos vemos. Somos Mateus absortos em nadas mas ainda assim queridos.
É Jesus que nos diz: “Vocês mesmos! Quero-vos! São meus!” ainda que quem nos ladeia desconfie da sabedoria do Mestre conotando-O como mau gestor de recursos humanos.
Até nós desconfiamos de nós mesmos. Mas Deus quer-nos frágeis para que a obra final seja como um quadro magnífico e impensável que, por sê-lo, não se elogia o pincel usado como instrumento mas o Autor da pintura.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Retiro - O regresso


Estimados amigos leitores, muito boa tarde.
Retomamos os nossos textos.

O encarregado do Retiro definiu-o e bem com uma estação. Uma paragem forçosa e necessária. O combóio que pára e efectua uma pausa para retormar a marcha. Não apenas para não descarrilar mas como combustível para que a marcha não sofra retrocessos ou recuos por falta daquele bem necessário.



Início na noite de Quinta-feira e final na tarde de Domingo. Um local particularmente especial para o efeito e o silêncio a manter a concentração para um diálogo que urgia.


O primeiro encontro diante do Sacrário soltou a frase: "Aqui estou porque me chamaste".




Jesus retirava-se e orava. Assim foi. Foram dias de retiro de tudo para um "Tu e eu" que depois consolidou o nós.

Santa Missa, Visita ao Santíssimo, Meditações, Palestras, Leituras, Oração e propósitos. A Capela sempre disponível para visitarmos Quem nos esperou.

A conversa com o Sacerdote e o Sacramento da Reconciliação.

Foi um bem enorme, uma graça.

No regresso, a mesma pessoa. Quiçá restaurada. Um número enorme de ensinamentos escritos e resultantes das Meditações e Palestras para que a memória não apague o que de bom Deus concedeu.
O regresso, o abraço dos filhos e as saudades que já se faziam sentir fazendo do reencontro um momento de enorme e profunda alegria.

Quem beneficia com o Retiro?
Nós e a nossa família. Os 40 retirantes beneficiaram individualmente mas as suas famílias também.
Apresentaram-se em casa homens novos, restaurados, com propósitos definidos. Que Maria nos ajude a colocá-los em prática.

O combóio partiu. A estação ficou para trás. Mas definitivamente a carruagem, antes vazia, está agora cheia.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Retiro Anual

Aproxima-se o Retiro anual.
Vivemos em permanente agitação. São horários, compromissos, eventos sociais, reuniões, imprevistos. Por vezes não temos sequer tempo para a família e isso constitui desordem.
Mesmo no trabalho, nem sempre estamos no que fazemos e fazemos o que devemos. A uma solicitação surge outra e outra. Cansados, muito cansados.
Outras vezes ocupamos o nosso tempo com programas que em nada nos edificam e mais tarde, provavelmente, lamentaremos o tempo perdido e lamentaremos ter perdido tempo.
Lemos há dias um texto que tocou particularmente e onde era afirmado o vazio que o tudo gera. O nosso tudo por vezes é uma mão cheia de nada, vazia.


O Retiro mais não é que a pausa para sentir a proximidade de Deus. Temos essa necessidade de parar e privar de perto. Ordenar. Reencontrar.
Há tanto para meditar: família e educação, trabalho, apostolado, vida social, vida cristã comunitária. São Josemaria dizia que devíamos amar apaixonadamente o mundo porque é aqui que Deus nos quer. É aqui que Deus nos pede a santificação. Não é em mais lado nenhum. É aqui. Com esta família, com estes amigos, com estes colegas, com estes vizinhos, com esta comunidade. Aqui. E é daqui que prestaremos contas.


O retiro será de silêncio e terá duração de três dias. Palestras, Meditações, Santa Missa, Sacramento da Reconciliação, Visita ao Santíssimo e Exposição do Santíssimo, Leitura Espiritual, Via Sacra e devoção a Nossa Senhora.
No Retiro falaremos com Deus, colocaremos ordem na vida, dimensionaremos alguns aspectos da nossa vida e faremos propósitos. Os frutos virão imediata ou mediatamente.
Num retiro colocamo-nos na presença de Deus. Afastamo-nos. Afastamo-nos até de nós mesmos e do nosso egoísmo para que Ele fale.
Existirão saudades? Sim. Mas ao chegar a casa uma pessoa melhor virá e a comunidade familiar sentirá essa diferença. Que assim seja.
Ouve! Deixa por um momento as tuas ocupações habituais, entra por um instante dentro de ti mesmo, longe do tumulto dos teus pensamentos. Lança para longe de ti as preocupações que te esgotam. Dedica algum tempo a Deus e descansa, mesmo que seja só por um momento, na sua presença. Entra nos aposentos da tua alma: exclui tudo, menos Deus e o que possa ajudar-te a procurá-Lo. Assim, fechadas todas as portas, vai atrás d’Ele. Diz a Deus: Senhor, procuro o teu rosto, desejo ver o teu rosto”

S. Boaventura

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Pequenos Actos de Amor (continuação)

A Semana Santa terminou. 
Como partilhámos convosco neste texto fomos fazendo pequenos actos de amor para ajudar Jesus a carregar a cruz durante a semana que culminou na Sexta-feira Santa e conseguimos encher o copinho de actos de amor.

Há dias a nossa filhota do meio disse-me: -"Já não há corações no prato!"
Pensei: "Bom, há que vazar o copo e começar de novo!"
Mas não o fiz logo.

No Sábado passado a benjamim depois de ter recuperado da queda que vitimou o seu queixo, foi surpreendida pela varicela!
O Domingo foi doloroso com muita comichão, febre e mau estar. Enquanto os manos e o pai foram à Missa olhei para o copo com os pequenos actos de amor aos pés da cruz e pensei: " É agora!".


A pequenina viu-me a colocar os corações no prato e o copo vazio novamente. Perguntou-me porque estava a fazer aquilo. Respondi que poderemos continuar a oferecer actos de amor a Jesus sempre que quisermos.

Surpreendentemente a nossa princesinha perguntou-me:

- Posso oferecer as minhas borbulhas a Jesus?

Respondi de imediato:

-Podes.

E assim neste recomeço, o primeiro acto de amor oferecido a Jesus foram as borbulhas da benjamin. Estou certa que Nosso Senhor deu um grande valor ao sofrimento da nossa pequenina e que o aproveitou para algo grandioso que só Ele sabe. 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Fuga para a frente

Fuga para a frente nem sempre significa retrocesso ou adiar o inevitável.

Assim foi, uma vez mais. As monotonias quebram-se. As rotinas destroem-se. Fugas, necessitam-se!

Sim, todos os casais devem ter as suas fugas a dois. Insistimos, a dois. Reiteramos, a dois.
Foi o que fizemos nestes dias. Uma fuga a dois que só nos fez bem. 


Daí ser uma fuga para a frente pois só nos trouxe benefícios que nos ajudarão no imediato e no mediato. É como que carregar baterias e destruir rotinas que tantas vezes inquinam relações. 

Numa fuga, namora-se. Mas além de se namorar, reza-se. E além de se rezar, conversa-se.

Algum casal nega este antídoto?

Findamos. Recomendamos a todos os casais que o façam. Ou aqui em Portugal ou fora do país. Mas fujam do mais do mesmo.  

Não revelamos o lugar escolhido este ano. Mas foi bom, trouxe-nos paz e tempo para nós. Sim, tempo para nós. Depois, bom depois houve coisas muito agradáveis como a gastronomia e mesmo os bons vinhos que ajudam a manter um bom ar e conservam-nos bem dispostos.

Fica a dica para os amigos que nos seguem. Fujam para a frente! A dois.