Na semana passada a nossa Maria (filha do meio) chegou ao carro cabisbaixa e um tanto perturbada.
Perguntei o que se passava, pois ao vê-la caminhar para o carro percebi que não estava bem.
Explicou-me que na aula de SER+, a professora terá falado sobre a igualdade de direitos, que nenhuma pessoa deverá ser discriminada pela sua raça, religião, orientação sexual...
Com a ingenuidade que lhe é própria a nossa princesa perguntou à professora o que significava "orientação sexual". A professora explicou que há meninos que namoram com meninas e outros que namoram com meninos e vice-versa.
A Maria sabia o que era mas não com aquele nome. E disse na aula que não concordava com a opção de rapazes namorarem com rapazes e raparigas com raparigas.
-Maria, nem pareces que és católica! Jesus amou e deu-se com todos!
-Maria, e se fosse um filho teu o que farias?
-Pareces uma velha!
-Maria, és homofóbica!
Ao ouvir isto, como mãe fiquei aflita com este "ataque", mas respirei fundo e perguntei-lhe:
- E como respondeste a isso?
-Mãe, eles nem me ouviram. Eu disse que respeito todas as pessoas, mas não concordo. Só isso. - disse.
- Fizeste bem. Devemos respeitar todas as pessoas como seres humanos amados por Deus, mas podemos não concordar com as suas opções e acções. E temos o direito de as exprimir sem ofender ninguém. A isso chama-se liberdade de expressão, democracia. Não temos de pensar todos da mesma maneira.
O facto de tu não concordares não muda as opções das pessoas, mas podes pensar diferente.
Se uma amiga tua for mal educada para um professor, tu não concordas com a sua acção mas não deixas de ser sua amiga, e talvez lhe digas que não estás de acordo com a sua atitude. Não lhe faltas ao respeito nem deixas de gostar dela. Percebes?
Depois já com a Maria tranquila, pedi-lhe para não entrar em discussões e manter sempre a calma, e se por acaso os colegas insistirem nestes "ataques" para com ela deverá falar connosco em casa que depois entraremos em contacto com a Directora de Turma.
Fiquei a pensar nos desafios que os nossos filhos estão sujeitos como Cristãos.