Família em Movimento

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terça-feira, 30 de maio de 2017

Birras

No Domingo, enquanto fazia o almoço, a pequenina pediu para brincar com dois recipientes e água.
Disse-lhe que não, pois ia molhar-se toda e estávamos quase a ir almoçar.


A benjamim que tem um géniozinho apurado, ficou amuada e foi sentar-se junto às tigelas da água e comida do nosso Verdi, com este no colo.

Disse com tom chateado:
- Pronto vou ficar aqui para sempre! Não vou à escola nem a lado nenhum. Quer dizer só como o pequeno-almoço, o almoço, o lanche e o jantar. Ah! E vou à Missa! Mas depois venho outra vez para aqui!




Achei graça e questionei-a::
-Então se não vais sair daí para lado nenhum, porque é que vais à Missa?

Respondeu sem rodeios:
-Olha, porque eu gosto de visitar Jesus!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Johnson continua a ser ponta de lança de Deus


Lembram-se de uma publicação datada de Dezembro de 2015 cujo título foi Johnson Semedo, o ponta de lança de Deus? É sempre bom recordar.


Ontem, Aura Miguel, na RR, entrevistou o Johnson no seu programa semanal Aura Miguel convida. *


Nesta entrevista, Johnson contou o seu percurso. 
É aquela entrevista pragmática e obrigatória de se ouvir.

Johnson continua a ser um ponta de lança de Deus e daqueles que Deus não prescinde de dar a titularidade. Continua a ser exemplo, grande exemplo.  

* No acesso ao link, carregar na figura do micro que está no canto inferior esquerdo da fotografia para ouvir a entrevista

domingo, 28 de maio de 2017

Ensinamentos do livro "Viver a Missa" - II



Preparação para a Santa Missa

São Josemaría costumava dividir o dia em duas partes: uma para dar graças pela Missa que tinha celebrado, a outra para se dispor para a celebração da Missa do dia seguinte.

Dizia: “Procuro que o último pensamento de cada dia seja de acção de graças ao Senhor por ter celebrado a Santa Missa nesse dia; e digo-Lhe «Senhor, dou-Te graças porque pela tua misericórdia, espero voltar a celebrar a Santa Missa amanhã»”.

E acrescentava: “Com o tempo, começarás a preparar a Santa Missa a partir do meio-dia da véspera porque até esse momento terás estado a dar graças pela comunhão e a Missa a que tiveres assistido nesse dia. Todo o teu dia será uma Missa, e assim não terás dificuldade em guardar a vista, em não ouvir determinadas coisas, em mortificar os restantes sentidos, em conter a imaginação. Tudo se torna mais fácil quando colocamos a Missa no centro da vida interior.

Os primeiros cristãos aguardavam, com preparação esmerada, pelo dia ou o momento da celebração da Missa.

Uma característica do homem apostólico e da mulher apostólica é amar a Santa Missa e muito concretamente tomar consciência de que a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja.


Revestirmo-nos de Cristo

A melhor maneira de nos abrirmos à fruição dos tesouros eucarísticos consiste em nos metermos a fundo nas cerimónias.

Na administração dos Sacramentos, o sacerdote age e fala in persona Christi. Nos sagrados mistérios ele não representa a si mesmo e não fala expressando-se a si mesmo, mas fala pelo Outro, por Cristo.

Dizia São Josemaría: “Ao chegar ao altar, a primeira coisa que penso é:«Josemaría, tu não és Josemaría Escrivá de Balaguer (…), és Cristo. Todos nós, os sacerdotes, somos Cristo. Eu empresto ao Senhor a minha voz, as minhas mãos, o meu corpo, a minha alma; dou-Lhe tudo. É Ele que diz “Isto é o Meu Corpo, isto é o Meu Sangue”, é Ele que consagra.”

O sacerdote, como pessoa, desaparece.

Convém-nos muito a todos – e não só aos presbíteros – insistir cada vez mais no rigor da liturgia. É impressionante verificar que, no Antigo Testamento, Iavé indica a Moisés como devem ser as vestes e os objectos dedicados ao culto divino. O Senhor desce a pormenores muito concretos.

As orações recomendadas ao sacerdote quando se reveste dos paramentos explicam detalhadamente que ele deve colocar todo o seu ser ao serviço do ministério que lhe foi confiado por Cristo. E a meditação destas palavras na oração pessoal poderá ter grande proveito para a vida espiritual.

Também os fiéis têm alma sacerdotal que receberam do Baptismo, e também eles devem praticar as mesmas virtudes que os sacerdotes. “Se actuares - viveres e trabalhares -, face a Deus por razões de amor e serviço, com alma sacerdotal, ainda que não sejas sacerdote, toda a tua acção adquirirá um genuíno sentido sobrenatural, que manterá a tua vida inteira unida à fonte de todas as graças”, está escrito no Ponto 369 do livro Forja.


  
FEM partilha breves trechos salteados (ipsis verbis ou adaptados por nós das partes que entendemos mais importantes), do livro Viver a Missa de Mons. Javier Echevarría, resultante da necessidade de compreender o itinerário espiritual que se segue de perto o desenrolar dos ritos litúrgicos, permitindo conhecer, por um lado e meditar, por outro. Em Portugal a edição do livro pertence à Lucerna.

sábado, 27 de maio de 2017

Almoço com colegas ou jantar com os filhos?

Quando o relógio indicar 14 horas, façam-me um favor: olhem à vossa volta e registem o que estão a ver. 

O retrato não será muito diferente do seguinte: são duas da tarde mas a cidade ainda está no almoço; ainda se come feijoada ou tomate com queijo feta de forma pausada, quase pachorrenta; os grupos de colegas de trabalho que por acaso já acabaram o repasto regressam em ritmo estival ao escritório depois da longa pausa imposta pelo sacramento que é o farto almoço – farto na comida, nas palavras e no tempo desperdiçado. 

Mas qual é o problema com este quadro bucólico? 


Uma sociedade que retoma o trabalho depois das duas é uma sociedade que só vai sair do trabalho às seis, sete ou mesmo oito da noite. E onde é que ficam os filhos nesta equação? 
Não ficam. De resto, ninguém me tira da cabeça que a principal causa da baixíssima taxa de natalidade de Portugal (1,2 filhos por mulher, talvez a mais baixa do mundo) é a forma como organizamos o nosso dia-a-dia. 

Deitamo-nos tarde, levantamo-nos tarde, começamos a trabalhar tarde e, como se tudo isto não fosse suficiente, temos o hábito do longo almoço, que não se limita a cortar o ritmo de trabalho, também corta o tempo para os miúdos. Os portugueses almoçam com os colegas de trabalho mas não jantam com os filhos. Ou jantam à pressa. Come-se uma “coisa qualquer” e não há aquela conversa formativa à mesa. Os miúdos, ou melhor, o miúdo fica entregue ao frigorífico e ao tablet. 

Um dos efeitos desta cultura almoçarista ficou evidente nesta semana: a obesidade crescente nas nossas crianças. Temos portanto a taxa de natalidade mais baixa da Europa e, como se isso não fosse suficiente, estamos a criar os garotos mais obesos da Europa. Poucos e gordos. Devido ao hábito “cultural” do longo almoço, devido à mania “cultural” de ficar até tarde no trabalho, os pais chegam demasiado tarde a casa, seis e tal, sete, oito, se não for nove. Se houver dinheiro para empregada, o cenário tem remédio, a Dona Amélia, a Svetlana ou a filipina ilegal deixam sopa e comida feita e, durante o dia, foram à fruta. Mas, se não houver dinheiro para criadagem (a maioria dos casos), come-se “qualquer coisa” à pressa. Desta forma, os pais não ensinam as crianças a cozinhar e a comer. E claro que na escola as crianças também não vão à cantina, comem entulho remotamente orgânico no boteco mais próximo. 

Acham que isto é um mero pormenor? Não, não é. Quem trabalha ou trabalhou nos EUA ou na Europa percebe logo que está aqui um problema. Na Alemanha, por exemplo, o trabalho acaba no máximo às quatro/cinco horas, porque se começa cedo e porque não se sacraliza o almoço com colegas; sacraliza-se o jantar com a família. Perante esta comparação com a Alemanha, já estou a imaginar a vossa contra-argumentação: dir-me-ão que esta é a nossa cultura, que temos direito ao almoço e à sesta. 

Lamento, mas essa é uma argumentação reaccionária. O que é “cultural” e “tradicional” não é sagrado, sobretudo quando é uma causa de morte lenta. O hábito da pausa do almoço e da sesta nasceu numa sociedade patriarcal que atribuía a gestão da casa e dos filhos à mulher, que só podia ser dona de casa; os homens no passado podiam ter longos almoços e ficar a trabalhar até tarde, porque em casa as mulheres tratavam dos filhos e do consequente futuro demográfico da sociedade. Hoje isso já não acontece. Com as mulheres no mercado de trabalho, o longo almoço torna a vida familiar num inferno e atira-nos para o deserto demográfico. Moral da história? Nós não podemos querer sol na eira e chuva no nabal. 

Não podemos ser modernos e desejar a mulher no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, não podemos ser reaccionários e desejar um horário de trabalho do patriarca marialva. 

Portanto, quando o relógio indicar 20 horas, façam-me por favor. Abram o vidro do carro e perguntem o seguinte ao vizinho do lado aí do engarrafamento: “um almoço de uma hora com colegas de trabalho é assim tão importante? Porque é que a nossa sociedade está organizada em redor do almoço com meros colegas e não em redor do jantar com a nossa família?” Obrigado. 

Henrique Raposo em "Nem Ateu, Nem Fariseu" (RR, 19 Maio) 

quinta-feira, 25 de maio de 2017

O meu testemunho da peregrinação a Fátima


Eu, filho mais velho, fui pela primeira vez às celebrações do 13 de maio no Santuário de Fátima e logo no ano em que o Papa presidiu.

O Centenário das aparições de Nossa Senhora e a Canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto (algo irrepetível!).


Dia 12 saí de casa, apanhei o comboio até Sete Rios e fui para o Terminal Rodoviário onde me encontrei com amigos que estão comigo no Clube Xénon.

Apanhámos o autocarro das 18:30 com destino a Minde (aldeia perto de Fátima). A viagem durou cerca 2:15h e sem nenhum percalço.

Chegámos a Minde e fomos diretamente para os Bombeiros, onde iríamos passar duas noites dentro de uma sala disponibilizada por eles para os grupos de peregrinos que lá passavam. Jantámos e às 22:00 já estava toda a gente no saco de cama com o pensamento que 4h depois estaríamos de pé para começar a peregrinação. Dormimos menos do que contávamos, pois passaram pela aquela sala mais 4 grupos de peregrinos durante a noite, tendo 2 deles não cumprindo regras na questão do barulho.

Às 2:15 da manhã o grupo do Clube Xénon começou a peregrinação a Fátima. Durante esta caminhada muitos começaram a fazer uma romaria, rezando um terço para Fátima, outro no Santuário e o último no regresso ao quartel.

Chegámos ao Santuário por volta das 6:40 da manhã e já se poderia considerar o local cheio. Ficámos na parte lateral do recinto, onde depois a saída seria mais fácil. Tendo de esperar algumas horas para que a missa começasse, a maior parte do grupo deitou-se, pondo debaixo da cabeça a mochila e assim aproveitaram para descansar da caminhada e da noite mal passada no quartel, outros rezaram o segundo terço da romaria.

Começou a missa presidida pelo Papa e deu-se a Canonização de Francisco e Jacinta Marto.  Confesso que fiquei muito feliz por estar a assistir aquele momento único. Durante a missa, o coro e a freira, que cantou o salmo, estiveram muito bem, tendo gostado muito de os ouvir. O Santo Padre, por sua vez, fez uma boa Homília tendo como base a vida destes dois pastorinhos, agora santos.

Depois de ter acabado a missa o grupo saiu da confusão e fomos almoçar. Logo após terminar o almoço começámos a caminhada de regresso ao quartel por volta das 14:00h.

Chegámos aos bombeiros por voltas das 18:30, já cansados e com algumas dores, alguns membros do grupo apenas tomaram um duche, jantaram e foram para dentro do saco de cama.

Na manhã seguinte acordámos às 7:00h para a apanhar o autocarro de regresso a Sete Rios.

Concluindo, foram dois dias muito bem passados e que dificilmente os irei esquecer.

Queria agradecer por fim ao Clube Xénon por ter organizado esta peregrinação, pois assim dificilmente iria a Fátima.

domingo, 21 de maio de 2017

Ensinamentos do livro "Viver a Missa" - I


Preparação para a Santa Missa

Um homem ou uma mulher que vive a Missa e que vive da Missa, por se saber filho de Deus em Cristo, sente necessariamente o grandioso peso da fraternidade com toda a humanidade.

Para participarmos frutuosamente do Sacrifício Eucarístico, temos de nos apresentar diante do altar revestidos do traje nupcial a que o Senhor Se refere no Evangelho (Mt22,11-19), ou seja, livres de pecado mortal, purificados o mais que pudermos da mancha do pecado venial e de todas as faltas que possam desfear a nossa alma.

Favorecem a disposição interior para bem viver a Santa Missa, por exemplo, o recolhimento e o silêncio durante alguns momentos pelo menos antes do início da liturgia, o jejum e – quando for preciso – a confissão sacramental.

Reduzir a vida cristã ao tempo material da duração da Missa seria empobrece-la. Se o sacrifício do Calvário recuperou para nós a vida, temos necessariamente de procurar que o nosso dia, toda a nossa existência, gire em torno dessa Santa Cruz que é vida e salvação.
É portanto natural que meditemos no empenho que investimos na preparação da Santa Missa nos minutos que precedem a celebração. Analisemos se procuramos chegar à igreja com tempo suficiente para fazer uns momentos de oração pessoal antes de se iniciar o Santo Sacrifício.
Para além desta preparação imediata, é também muito conveniente o cuidado com a preparação remota das horas que precedem a Missa, com actos de fé, de esperança e de amor, com comunhões espirituais e actos de desagravo.


FEM partilhará doravante breves trechos salteados (ipsis verbis ou adaptados por nós das partes que entendemos mais importantes), do livro Viver a Missa de Mons. Javier Echevarría, resultante da necessidade de compreender o itinerário espiritual que segue de perto o desenrolar dos ritos litúrgicos, permitindo-nos conhecer, por um lado e meditar, por outro. Em Portugal a edição do livro pertence à Lucerna.

sábado, 20 de maio de 2017

Romaria

Hoje fizemos uma Romaria em família. Mês de Maio, mês de Maria.

Às 7 horas da manhã o despertador tocou. UPA!

A filhota mais velha resmungou imediatamente porque estava com sono. 
Compreende-se, é Sábado 😉
A nossa Romaria foi ao Santuário de Nossa Senhora da Atalaia, no Montijo.

Rezámos o Terço à ida (mistérios dolorosos, de ontem), depois outro Terço no Santuário (mistérios gozosos, de hoje) e no regresso a casa, um terceiro Terço (mistérios gloriosos, de amanhã).

Já na Atalaia fomos à celebração da Santa Missa, pelas 9:00H, celebrada pelo Senhor Padre Miguel de Aguiar. 

Foi uma manhã diferente porque, como nos disse o Santo Padre em Fátima, "queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe!".




quarta-feira, 17 de maio de 2017

Diálogo do Santo Padre com jornalistas durante o voo de regresso a Roma


Estimados amigos do Blogue, é de uma importância enorme esta publicação.
Ela edifica-nos.
Temos a sério consciência de que um católico bem formado constitui, em si e para fora, um valor acrescentado.
Um agradecimento muito especial ao querido amigo António V. pela partilha que nos fez com vista a fazermos esta publicação.



terça-feira, 16 de maio de 2017

A Jacinta é Santa



No Domingo passado, durante a tarde, estivemos a assistir em família a uma série de dois episódios que passou na TVI nos passados dias 12 e 13 de Maio, de seu nome JACINTA episódio 1 e episódio 2.


A nossa benjamim, que é uma devota fervorosa da Santa Jacinta, ficou muito atenta ao que se passava na televisão. 

E no dia seguinte, a caminho da escola a pequenina perguntou-me:

- Mãe, a Jacinta é Santa?




- Sim, é. Não viste o Papa Francisco em Fátima a dizer que a Jacinta e o Francisco são Santos? - respondi.

- Mas ela já era Santa, não era? A Nossa Senhora disse que a levava para o céu. Portanto, ela já era Santa! - retorquiu a princesinha.

- Sim. A Jacinta já estava no céu. Ela foi para o céu quando morreu e Nossa Senhora veio-a buscar, conforme lhe prometera e ao Francisco. - tentei responder de forma a sanar as dúvidas da pequena.

- Então, não percebo uma coisa. - disse.

- Não percebes o quê, filha?

- Se ela já era Santa, por que é que o Papa Francisco teve de vir dizer que ela era Santa? Já toda a gente sabia disso! - finalizou a benjamim.

Ao chegar a casa depois da escola voltou a ver os dois episódios da JACINTA.

sábado, 13 de maio de 2017

Salmo 44 - Missa da Canonização dos Pastorinhos

Um dos muitos momentos belos, muito belos, da Santa Missa de hoje foi o Salmo Responsorial, superiormente cantado por uma Irmã e, de igual modo, superiormente tocado e acompanhado pelo coro. Trata-se do Salmo 44 ou, querendo, partes ou trechos do Salmo 44.
A FEM destacou o momento na sua página do Youtube e partilha convosco. 
As imagens donde destacámos o Salmo são da CTV.


OBRIGADO Santo Padre


Missa da Canonização de Francisco e Jacinta Marto


                                                          Fátima, 13 de Maio de 2017

Francisco e Jacinta são Santos

Homilia do Santo Padre, o Papa Francisco 
(fonte: acidigital)
«Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotando ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! 

Uma «Senhora tão bonita»: comentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás. E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas… estes não A viram. 



A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.
Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida – tantas vezes proposta e imposta – sem-Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvíamos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus».
Queridos peregrinos, temos Mãe. Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro.
Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante nas suas vidas, como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário.
Nas suas Memórias (III, n. 6), a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara duma visão: «Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?» Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Baptismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.
Pois Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao «pedir» e «exigir» o cumprimento dos nossos deveres de estado (carta da Irmã Lúcia, 28/II/1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24): disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.
Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.

"Cheguei. Está cheio." - mensagem e foto do nosso filho ao chegar a Fátima às 06:36H

Chegada a Fátima após caminhada desde Minde

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Testemunho do Retiro pela mãe

Há muito que não fazia um Retiro espiritual e essa oportunidade foi-me dada agora. Fiz Retiro de 29 de Abril a 1 de maio (uma semana antes do Pai). 


Tinha de aproveitar este encontro tão esperado com o Senhor. E foi bom, foi muito bom.

O local é lindo e acolhedor, promove o encontro com o Criador.
O privilégio de coabitar na mesma casa que o meu Senhor, tê-Lo ali presencialmente tão perto.


As expectativas eram muitas, mas todas foram superadas. Pois, foi muito melhor do que esperei.

A organização é excelente, assim como os temas que nos incitam à introspecção. Meditações, palestras, Via Sacra, terço,... e em especial poder comungar Jesus todos os dias que lá estive. Fui uma privilegiada!

O cuidado tido com todos os pormenores, o rigor na preparação dos diferentes tempos na Capela, as refeições, a limpeza da casa  e a certeza que tudo é feito na perfeição por amor a Deus. Foi belíssimo!

Estes encontros ajudam a encontrarmo-nos.

A dada altura é inevitável perguntar: Queres ser mais uma ou queres ser aquilo que Deus te pede? 

Como vivo o meu dia-a-dia?

Tenho presença de Deus no meu dia? Sinto-O como um Deus presente , vivo e que está sempre comigo?

Ajudo a minha Família a conhecer Deus e a reconhecer Deus em mim?
...

As interrogações são inúmeras, mas a todas o Espírito Santo vai dando respostas. 

O Retiro é uma oportunidade para fazer silêncio no coração e essencialmente ESCUTAR, estar atenta à Voz do Senhor.

Fiz a leitura espiritual de um livro antigo, de 1997 do Padre Francisco Faus, "A paz na Família". O qual recomendo vivamente. O livro é pequeno, lê-se muito bem e tem uma mensagem edificante para quem se lança na aventura de viver o amor de Deus na Família.

Conheci e revi Senhoras que foram muito afáveis e me fizeram sentir em casa e parte integrante do grupo. A todas o meu muito obrigada!

Cheguei a casa com muitas saudades do Pai e dos filhos, mas cheguei mais forte espiritualmente, com uma energia redobrada, com ideias novas...
Em suma, com o coração cheio.

A certeza revigorada que não quero ser mais uma, mas quero ser aquilo que Deus me pede. 
Aqui, no seio da minha Família, quero ser santa. 

Que Deus nos acompanhe. Rezem por nós faremos o mesmo por vós.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Testemunho do Retiro pelo pai

Tive a graça de estar em Retiro espiritual nestes dias. Iniciei 5ª feira à noite e cessei o meu Retiro ontem, Domingo, a meio da tarde.

O local é sempre o mesmo, pois permite-nos efectivamente “retirar”. Não há barulhos, a casa é grande e cuidada, familiar mesmo, diria, e uma vastidão de jardim, árvores, flores, etc. Ou seja, o local físico permite-nos efectivamente um encontro com o Senhor, um “Tu & Eu” (logo após termos feito na AESE o programa “Tu & Eu”… curiosa a analogia, porque Deus também é Família, verdade?)”.

Acresce, naturalmente, uma Capela muito cuidada, criteriosamente cuidada.

E foi uma graça deitar e acordar com Nosso Senhor. Estive três dias com Ele, a morar na mesma casa. É sem dúvida algo fantástico.

O Retiro foi, como habitual, muito cuidado, bem preparado. Os temas, os tempos, a ordem.

Agradeci ao meu Director e ao Sacerdote pela qualidade deste encontro que, não duvido, produzirá muitos frutos.

Quem tem ideia de que num Retiro se descansa, desengane-se. O Plano de um Retiro como este que fiz é exigente. Mas se não for… de que nos serve? Autogestão nunca foi caminho, verdade?

Quando falo em exigência, recordo horários de levantar e deitar (apagar as luzes, em rigor), Santa Missa, várias Meditações, Leituras, Palestras, Via Sacra, Visita ao Santíssimo, Terço, conversa com o Sacerdote que inclui, naturalmente a confissão, Regina Coeli, Bênção do Santíssimo, Exame, leitura de livros (opcional, naturalmente. Foram colocados vários à escolha. Escolhi ler Viver a Missa de Mons. Javier Echevarría e fiquei na página 43. É fabuloso! Vou comprar porque muito edifica. E recomendo-vos vivamente!).

Isto genericamente. Depois, cada “actividade” tem um conteúdo riquíssimo que procurai captar, anotar, escrever. Tive mais trabalho, bem sei. Mas o escrever dá-me a possibilidade de tornar presente, sempre que o queira, o Retiro. Mais, dali saíram propósitos para colocar em prática. E será bom, de quando em quando, fazer um exame sobre como estão os propósitos feitos.

Vim fortalecido, renovado. Animado até. Há muito a fazer. Há muito apostolado a realizar. Há muito a corrigir. Há muito a ordenar. Há muito a fazer, verdade, mas essa busca é o que o Senhor nos pede, que nos santifiquemos, que sejamos santos. Quero lá saber do que dizem ou deixam de dizer. É para o lado que melhor durmo. Quero, isso sim, fazer o que me foi pedido como cristão baptizado.

Quero, de igual modo, viver melhor a mensagem de Fátima, tão focada nestes dias.

Bem sei que a vida nos dá problemas, que pouco ou nada é rosa. Faz parte. Mas é aqui, onde estou, a fazer o que faço, que Deus me quer. Logo, é aqui que tenho de me santificar. Não é difícil. É exigente.  

Uma palavra para os amigos que encontrei e outros que reencontrei. Uma família. Foi bom oferecer a Missa por todos e cada um, o Terço no regresso por todos e cada um, e rezar daqui para a frente por todos e cada um.

Uma palavra final para as Senhoras que cuidam das refeições e cuidam da higiene dos quartos individuais, pois fazem parte de um todo, razão pela qual lhes é devido, de igual modo e a par dos demais, um agradecimento. A comidinha é – como sempre, aliás – fabulosa. E eu de dieta…

Eu dou parte do meu testemunho e a minha mulher escreverá o seu. Fizemos Retiro no mesmo local, em semanas diferentes, obviamente. Retiro de homens e Retiro de mulheres, got it?

Esperamos cativar quem nos lê e ainda não teve a dita de fazer um bom Retiro.

Rezem por nós. Nós rezamos por quem nos lê.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Deus EXISTE mesmo

No ventre da mãe haviam dois bebés. Um perguntou ao outro:
- "Acreditas na vida após o parto?"

O outro respondeu:
- "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos prepararmos para o que virá mais tarde."

- "Disparate", disse o primeiro. "Que tipo de vida seria essa?"

O segundo disse:
- "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós possamos andar com as nossas próprias pernas e comer com as nossas bocas. Talvez tenhamos outros sentidos que não possamos entender agora."

O primeiro retorquiu:
- "Isso é um absurdo. O cordão umbilical fornece-nos nutrição e tudo o que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."

O segundo insistiu:
- "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez possamos não necessitar deste tubo físico."

O outro contestou:
- "Além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que é que ninguém jamais voltou de lá?"

- "Bem, eu não sei", disse o segundo, "mas certamente vamos encontrar a Mamã e ela vai cuidar de nós."

O primeiro respondeu:-
- "Mamã, acreditas mesmo na Mamã? Isto é ridículo. Se a Mamã existe, então, onde está ela agora?"


- "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não poderia existir."


Disse o primeiro:
- "Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."



Ao que o segundo respondeu:
- "Às vezes, quando estás em silêncio, se te concentrares e realmente ouvires, vais perceber a presença dela e ouvir a sua voz amorosa".

Este foi o modo que o escritor húngaro Útmutató a Léleknek usou para explicar a existência de Deus.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Curta mas sensata e necessária ordem

O sacerdote guarda a distância e a vista de todas as mulheres.
O homem casado a distância e a vista de todas as mulheres excepto de uma, a sua.
Mutatis mutandis, também a mulher casada guarda a distância e a vista de todos os homens excepto de um, o seu.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Olá casais. Já pensaram fazer o vosso Retiro anual?

Foto tirada pela mãe na Casa de Retiros

Sim? Fantásticos! Parabéns!

Não? Não menos fantásticos mas a precisar de um empurrão, verdade?

Por aqui estamos ainda na semana do meio, entre Retiros, ou seja, a esposa fez e acabou ontem e o esposo vai iniciar no final da semana.



Senhoras, a casa não explodiu e a cozinha não incendiou! Eles surpreendem-nos às vezes... 😊 

Ora bem, agora mais a sério, os Retiros são essenciais. Jesus retirava-se constantemente, verdade? O encontro com o Senhor exige, pelo menos uma vez por ano, que nos retiremos, que nos afastemos do reboliço da nossa vida corrente. E nesses dias de Retiro, orientados pelo sacerdote, é o tal encontro, o recarregar de baterias, o organizar ideias, o retemperar de forças.

Imaginem que a nossa vida é um autocarro que anda um ano inteiro sem parar porque tem um depósito fantástico que se enche semanalmente (pelo menos) na Missa dominical. Mas esse autocarro tem de ir à revisão para que ande em perfeitas condições nos caminhos mais certos da vida. 
No decorrer do ano, vai compondo as peças, mudando o filtro do óleo, um pneu (aqui aludimos claramente à direcção espiritual e confissão). Mas esse autocarro encontra uma paragem obrigatória e pára por uns dias para uma revisão séria, profunda. Pára três ou quatro dias sem que ninguém o coloque em marcha. E sim, aí não são pequenas revisões. É uma revisão geral, a sério, para que esteja pronto a retomar caminho e iniciar mais um percurso anual.

Assim são os Retiros. É a tal paragem anual obrigatória. É o encontro com o Senhor para colocar ordem, orientação, meditação, conclusões, mudanças, assunção de compromissos.

São os retiros óptimos para quebrar rotinas, para que a relação entre o "Tu e Eu" seja mais forte. O Senhor quer falar-nos. O Senhor quer que paremos por uns dias e que voltemos para Ele todo o nosso foco. "Estou aqui à tua espera. Vens? Do que estás à espera?"

Neste Retiro realizado pela mãe estavam... 50 senhoras. Fantástico!! É estimulante.

Fisicamente, os locais onde se realizam os Retiros são, por si, em regra, propícios para o encontro com Deus. São efectivamente locais afastados de tudo onde o silêncio domina.

E estes dias foram a melhor constatação - retomando o início - que as preocupações das mães são, muitas vezes, infundadas. Os nossos maridos são fabulosos. Quando assumem estes dias connosco (é vital), fazem tudo para que estejamos de cabeça tranquila e totalmente focadas no Retiro.

Cá em casa o pai e os filhos foram uma EQUIPA que se entreajudou. A casa estava limpa, a louça lavada e arrumada, o Verdi tratado, as crianças felizes (foram mimadas pelo pai para adoçar os momentos de ausência da mãe, o que foi maravilhoso). E sim, a casa não explodiu e a cozinha não incendiou. A mãe encontrou a família feliz e unida.

Foram muito importante estes dias. Não se descansou mas obtiveram-se muitas conquistas.

Segue-se o Retiro do pai e será igual. Saudades? Muitas. Mas um bem maior o espera como também nos espera pois, em rigor, pais fortes, pais mentalmente fortes, com ideias definidas, e muito unidos, tendem a fortalecer famílias. É uma verdade, não é?

Esperamos ter sido convincentes e ter dado o tal empurrãozinho que faltava a quem ainda não pensou e decidiu fazer um Retiro anual.