Família em Movimento

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sexta-feira, 15 de abril de 2016

“Vocês mesmos! Quero-vos! São meus!”

O confronto entre a paragem efectuada e a realidade é enorme. Num lado, a tranquilidade apenas mais pesada com as (naturais) saudades da família. Por outro, o ritmo alucinante de quem não mastiga a vida mas engole-a. Mas é aqui, no deserto e aridez, que Deus nos quer. E quer não para sermos mais um entre muitos mas para sermos outros Cristos.
Ainda mergulhado nos dias de Retiro o confronto com os problemas e os comportamentos dos semelhantes que nos ferem. O habitual. Como reagir? Como é possível uma diferença tão avassaladora entre ambas as realidades? Parece que o Retiro não havia passado de um chorrilho de mentiras porque o que conta, na verdade, é a realidade pura, nua e crua do nosso quotidiano.
Repelir este pensamento foi o primeiro passo.

Esta é a prova. Ser quem somos nos ambientes mais adversos exalando o doce perfume de Jesus, com confiança e serenidade, paz e alegria, ainda que custe.

Já o escrevemos, o Divino Espectador delicia-Se e auxilia os pequenos actores deste teatro.
E mesmo com estas ideias claras, caímos. Cedemos. E daí? Seremos diferentes de Pedro? Tremeu o primeiro Papa perante a autoridade? Não. Tremeu perante o povo que nada podia sobre ele. Cedeu, negou e ainda assim foi Pedro.

Que sejamos muitas vezes ao dia novos filhos pródigos neste regressar constante. Insistimos, constante.
Ânimo! Jesus ressuscitou e está bem vivo em nós e nas nossas famílias. É esta a alegria cristã perante os cenários, sejam adversos ou não.
Na imagem desta publicação a vocação de Mateus de Caravaggio. Jesus indica. Mateus não está sequer a reparar tão entretido que se encontra com o seu deus menor, o dinheiro. Mas Jesus escolhe-o perante o espanto de quem o ladeia que parece perguntar: “Este? Tens certeza?”.
Todos se espantam.
Jesus ratifica. “Esse mesmo! Quero-o! É meu!”
É assim que nos vemos. Somos Mateus absortos em nadas mas ainda assim queridos.
É Jesus que nos diz: “Vocês mesmos! Quero-vos! São meus!” ainda que quem nos ladeia desconfie da sabedoria do Mestre conotando-O como mau gestor de recursos humanos.
Até nós desconfiamos de nós mesmos. Mas Deus quer-nos frágeis para que a obra final seja como um quadro magnífico e impensável que, por sê-lo, não se elogia o pincel usado como instrumento mas o Autor da pintura.

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