Família em Movimento

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sábado, 25 de abril de 2015

Almas musculadas


Estou convencido que há um estigma sobre os católicos. Há ou não?

Há um rótulo latente mas simultâneamente vincado.
Se o homem vai à missa... huummm... é de desconfiar. Isso são coisas de mulher.
Se reza... huummm... que pessoa susceptível...
Se reza muito.... ui! É fanático.
Se fala de Deus... é alucinado.
Estou só a escrever mentiras, verdade?

Mas... pior que os rótulos são os respeitos humanos que assumimos para não ser rotulados. Aí é demonstração de cobardia e uma fé tão sólida quanto a espuma.

ALMAS MUSCULADAS - I

Vou assumir a minha condição com ou sem rótulo. 

Relativamente a estes, cumpre por graça escrever que por aqui, pai e filho são graduados em Krav Maga (קרב מגע), pelo que em nada são diminuidos. 

Pelo contrário. Como se constata, por vezes, os rótulos não colam.


Por outro lado, assim como o atleta treina para atingir a meta na prova, o aluno estuda para ser competente e o culturista exercita para que o corpo revele os músculos trabalhados, o cristão reza. E reza, pegando no derradeiro exemplo, para que a alma seja musculada.

Uma alma musculada terá força bastante para fazer face aos pesos e contrariedades que surgem. A alma musculada tem força, uma força sustentada, trabalhada, capaz de se manter firme na adversidade.

A alma musculada é alavanca na família. Exercita por si e leva os outros a fazer o mesmo, pelo exemplo.

A alma musculada é caminho seguro de convivência com Quem nos sustenta.

Assim, o conselho que damos é o exercício reiterado e contínuo da oração. Orar, nas variadas vertentes do dia-a-dia, dará alicerces sólidos para tudo. Sólidos no amor, sólidos no trabalho, sólidos nas adversidades, sólidos na família.

Uma alma pouco trabalhada, perece. Não aguenta. Não suporta a contrariedade.

Uma alma pouco trabalhada cai, por si, ao primeiro sopro, ao primeiro vento forte. Para estas, só as leves brisas se suportam.

Não se conhece Santo que não tenha tido uma vida orante. Um que seja. Vale a pena pensar nisto.

ALMAS MUSCULADAS - II

É importante atender a mais um pormenor. O exercício físico. 
Mas... por que razão é trazido para aqui? Vamos por partes.

Na vertente da família, Deus pede-nos que cuidemos uns dos outros. Ao pai e mãe, pede Deus que cuidem dos filhos. E cuidar, é cuidar. Cuidar, é amar, é educar.

Ora, os pais não podem ser amorfos, tíbios, enfadonhos, moles. Não. Querem-se pais com energia e saúde, activos, vibrantes.

Escrevo estas linhas porque nelas meditei enquato treinava, esta manhã. Por que o faço? 
Enfim, poderia dar mil e uma respostas vagas e genéricas.
Mas não. A verdadeira razão é cuidar da saúde, criar condições físicas para manter uma perfomance pujante. Porque sem saúde... que valho? Se estiver débil... a quem socorrerei?

Deus pede-me que me cuide para que esteja em pleno para cuidar dos meus que também são d´Ele. Ou o contrário. Talvez o contrário seja mais acertivo.

Estamos todos sujeitos a não ter saúde. Aí, porque permitiu, Deus cuidará e providenciará.
Mas naquilo que eu posso fazer, devo fazê-lo.

Não é por acaso que vejo dois sacerdotes ao meu lado. Tal como a mim, não lhes interessa manter o físico para algo fútil ou que revista "peneiras". Não. Cuidam do físico para que a boa forma física lhes permita dar resposta positiva às solicitações e responsabilidades que Deus lhes pede.
Assim devemos ser na família. Os pais devem cuidar-se.  
Parece coisa pouca ou despropositada? Não é.

ALMAS MUSCULADAS - CONCLUSÃO

Findo. Respeito a liberdade de pensamento e respeito os outros, as convicções que assumem, desde que coerentes. As demais...  passam-me ao lado.
Mas não posso ignorar o compromisso que assumo diariamente. Tenho normas da minha identidade cristã a cumprir que me permitem muscular a alma.
Tenho critérios, que me permitem pensar e actuar de forma diferenciada.

Ao fim e ao cabo, costumo dizer (e já o escrevi), que ser cristão é para duros

Na verdade, se o não fosse, teria uma vida bem mais facilitada.

Não seria mais fácil não fazer o que faço? Não seria mais fácil entrar no pensamento e filosofia dominante? Seria. Digo-o sem rodeios.

Não seria mais fácil ter todos o tempo do mundo para as minha coisas, os meus gostos, inclusivé, as minhas ninharias? Claro que sim.

Mas a verdade é que quero o Céu porque a ele pertenço. E se o céu é a meta, a vida é a prova.
Como tal... em frente!

Assim, não dá para ser cristão de Domingo. Estou convencido que estes não atingem os mínimos para se qualificarem. Deus pede mais.

A conversão diária traz-nos coerência de vida. E a vida do cristão é posta à prova dia após dia em todos os ambientes. Pede-se-nos rectidão, firmeza e fidelidade.

Os cristão não são diminuidos. Não são susceptiveis. Não são menos viris. Em suma, os rótulos não colam.

Em jeito de provocação a quem rotula, pergunto: afinal, quem são os duros aqui?

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