Família em Movimento

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domingo, 27 de março de 2016

E agora?

As celebrações foram bonitas e a convicção da Tua ressurreição tomou de assalto os corações. 
E agora, Jesus?

Fazer jus a essa realidade implica um número enorme de atitudes coerentes e diárias, bem o sei.
Há tanto por fazer.
Acabo de saber que no Paquistão alguém se explodiu e consta que o fito era matar cristãos. Consta que a maioria dos mortos eram crianças e mulheres que celebravam em família o seu Domingo de Páscoa. Mas a chacina não começou nem acaba aqui. E ficamos calados não é? Valha-nos o Santo Padre que não tem medo e fala com o coração.

Por aqui não há chacinas mas há políticas que verdadeiramente nos atacam e, mais recentemente, cobardes blasfémias. E daí? Não fora uns críticos na comunicação social e Terias ficado pouco defendido porque continuas a Ter poucos amigos, acredita. 

Ninguém se mobilizou por Ti marcando presença na rua nem que fosse num silêncio ensurdecedor?
E poderia continuar a escrever.

Parece que o Papa pede que a Igreja se abra e continuamos a ver que tal não sucede nem tão pouco para a celebração da Missa diária. Já não vou ao pormenor de achar que há necessidade de um abanão violento (o reino dos céus conquista-se com violência) com prejuízo da relação leigo/Igreja se assemelhar a uma relação conjugal monótona e regrada pela rotina que só não dá divórcio porque "vai andando". Mas Tu mereces mais que uma relação que "vai andando".
É possível imaginar um casal que se cumprimenta apenas e somente ao Domingo de manhã? 
Caramba, há quem entenda ser a relação perfeita. Sacerdotes, acordem para este fenómeno.

Gosto de meditar nos meus irmãos em oração e creio firmemente estarem cheios de problemas. Olho os casais e penso se serão felizes. Olho os pais e filhos e pergunto-me se estarão em harmonia, se serão imensamente felizes.
Mas as perguntas podem ter duas respostas e deve-se acautelar que a comunidade cristã onde estes irmãos se inserem dá imediato feedback  a quem dele carece.

Fique esclarecido: há famílias dentro e fora da Igreja em declínio. Que isso fique claro de uma vez e não continue a representar-se uma cegueira que já incomoda. A omissão, muitas vezes, é semelhante à acção. Nada fazer (e há tanto por fazer e tantos a querer fazer) é omissão que prejudica. Ponto. Fale-se da FAMÍLIA por favor.  

E acordem para outro fenómeno que visa o espaço que todos devem ter na construção e edificação da Igreja sob pena daqueles que se cumprimentam à semana dizerem que o fazem porque não encontram espaço.

E quanto a mim... tanto para fazer. As ideias são claras mas a sua concretização implica dar muita morte ao corpo. Tanta morte a dar. Tenho tanto medo da morte porque ficarei sem quem tanto amo ou quem me ama sem mim mas socorro-me tanto dela para me corrigir. A vida é tão curta e passaram tantos anos que me devo preocupar verdadeiramente com os que me restam, se me restam.  

O mais difícil é a coerência pois os apelos são enormes e as dificuldades também - sejam sociais, profissionais ou familiares - pelo que há necessidade de manter um equilíbrio que nem sempre é possível ou fácil. Mas a vida cristã é um eterno começar e recomeçar.

E tal como quando praticava Krav Maga e não tinha medo de nada nem de ninguém porque nada nem ninguém me fazia frente, também me encorajo a prosseguir este caminho cristão com determinação, custe o que custar e doa a quem doer. Sim, penso em mim. Quem mais?

Pois é, Zara. Não há telefonema nosso que não acabe em publicação. 
O outro apaguei. Este, juro, não farei.

1 comentário:

  1. A doutrina filosófica cristã prega que o lar é uma Igreja doméstica. É, mas o maligno tenta para que não seja. No templo de uma Igreja reza-se. Naquele fofoca-se. O maligno astuto por vezes transveste a fofoca em assuntos estéreis e alienantes. Mas eu penso que nós não estamos à deriva embarcados neste magnífico planeta, sincronizado numa fantástica montagem de engenharia cósmica, que nos conduz vazio de um negro espaço sideral afora, a uma velocidade aproximada e combinada de 600 km/s. A grandeza e a magnificência de tudo que nos circunda parecem apagar nossas miseráveis pobrezas. Viver o Reino de Deus aqui na terra só é possível na humildade da carne e na fé. Eu não descobri, me foi descoberto isto ontem. Eu diria no meu mau inglês there´s no way, não tem jeito, ou Deus entra no circuito ou o demônio deita e rola. E como fazer para Deus entrar no circuito? Aí entra um mistério e uma dinâmica que nos escapam à compreensão. O humano por si não faz Deus entrar no circuito. Ele entra atendendo pedidos. Graças a Deus pelos monges e pelas monjas...:)

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