Por vezes ouço entre colegas ou amigos a expressão “só trabalho até às X horas porque só me pagam até essa hora.”
Ou então e em continuidade, “cumpro escrupulosamente com o meu contrato. Querem que trabalhe mais, paguem mais.”
Não vamos discutir o mérito das mesmas. Sem prejuízo, escrevemos o que pensamos sobre o assunto.
Na nossa opinião, empregado e empregador, em sentido lato, são dependentes entre si. Um depende que o outro pague as justas retribuições enquanto o segundo depende que o empregado execute a tarefa.
A prestação do trabalho, na nossa opinião, deve reflectir o que somos em família. Nesta, não estabelecemos metas contratuais e ou não fazemos as tarefas numa medida calculada. No nosso ponto de vista, devemos ter brio no trabalho e se houver necessidade de o prolongar, devemos fazê-lo. E por regra há uma retribuição adequada ao trabalho extraordinário.
O trabalho não deve prejudicar a família, nos seus tempos. Mas casuisticamente e na necessidade, não vemos mal que empreguemos mais tempo que o habitual para colmatar qualquer situação que se apresente extraordinária e que de nós dependa.
Temos sempre a convicção de que estão fora de portas milhares de pessoas que fariam o nosso lugar. Chama-se a essa convicção humildade, porque em si é verdadeira. O que é bom é que quem nos paga o ordenado tenha de nós a noção clara de que somos laboriosos e briosos.
Mais. Deus não quer que sejamos pequeninos na doação e não quer receber de nós um trabalho circunscrito a noções fechadas. Quer que lhe ofereçamos um trabalho bem feito todos os dias e com grandeza de espírito. E se fizermos esse trabalho, com esta mentalidade nobre, seremos apreciados pelo esforço, pela conduta, pela rectidão, pelo empenho, pela qualidade e pelo espírito de quem compreende que existem dois lados.
Na família somos generosos quando a esposa carece de auxílio, quando o filho está doente e nos obriga a levantar da cama várias vezes durante a noite, entre tantas e tantas tarefas quotidianas. Nós pensamos que o trabalho é uma extensão desta atitude nobre. E pensamos também que dele dependemos para manter a família. Então, sejamos diferentes e sigamos o conselho de Monsenhor Escrivá de santificarmos o trabalho, santificarmo-nos no trabalho e santificarmos os outros pelo trabalho.
Uma coisa mais. O que somos, passamos. Os nossos filhos serão um espelho de nós mesmos. Pensemos nisto.
Em frente!
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