Família em Movimento

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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Deus é desconcertante

“Tenho o melhor filho(a) do mundo!”
“O meu filho(a) é o mais bonito do mundo!”

Pode ser. Pode não ser. Para nós, será sempre.

Deus é efectivamente desconcertante. Coloca-nos perante a novidade de gerar vida e reconhecer que os nossos são ao mais belos. Não fisicamente (podem sê-lo), mas interiormente. São nossos e são a nossa imagem. São sempre os mais bonitos. E são-nos efectivamente.

Cada família é como um jardim. E em cada jardim Deus planta as mais belas flores. 
As flores de cada um dos jardins são sempre as mais belas.

Essa novidade é fabulosa. Cada família tem os mais belos no seu seio. E cada família assume essa verdade. E muito bem, porque o são. 
Algo mágico e desconcertante.

Deus havia escolhido doze e consta não serem os mais sapientes e audazes. 


Ao contrário. Eram pessoas tão comuns e pequenas quanto nós. Alguns resistentes e incrédulos. Nem perante as evidências Lhe reconheciam a divindade. O Tomé, só depois de tocar as chagas acreditou.

Ora, Deus continua operante e desconcertante. Foi assim antes e é-o hoje. Confunde, baralha.

Escolhe-nos não pelas nossas virtudes. Se as temos, com humildade devemos reconhecer que o mérito não é nosso.
Escolhe-nos não pela sapiência. Que sabemos nós que Deus não conheça primeiro?
Escolhe-nos não por sermos ricos ou pobres. Deus não nos diferencia pela conta bancária.

Deus escolhe-nos todos os dias porque nos ama. E isso volta a ser desconcertante.
Entre o deve e o haver, o saldo devedor é manifesto. E nem por isso Deus desiste de nós. Curioso…

Deus ama-nos de uma forma extraordinária e faz-nos crescer em família, dando-nos a dita de observar o crescimento sustentado dos nossos filhos. Delega em nós a competência de ensino e formação religiosa e intelectual. Acredita em nós.

Este Deus desconcertante que nos confunde é motivo bastante de permanente conversão.

Só alguém muito apaixonado e louco de amor não desiste de nós, das nossas fragilidades, da nossa tibieza, da nossa ingratidão e da nossa reiterada infidelidade.
E acreditemos, jamais o fará. Antes pelo contrário.
Puxa por nós e pela nossa família todos os dias. Não desarma. Insiste. É aborrecidamente chato. É paciente. E isso, é desconcertante.

Que saibamos crescer em família com a consciência de um permanente e doce desconcerto.

Neste teatro da vida – dizia Monsenhor Escrivá – somos actores perante O espectador.
Que saibamos cumprir o nosso papel em conformidade com o guião que nos foi dado.

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