Esquerda. Direita. Centro. Centro de esquerda. Centro de direita.
Por onde ir?
Gostaria de ler um programa eleitoral que defendesse a Família. Mas não estou crente.
Há dias um jornal diário noticiava a candidatura de Júlia Mendes Pereira em primeira página. Concorrerá pelo BE e, sendo eleita, será a primeira deputada transsexual em Portugal.
Júlia é feminista, activista dos direitos das pessoas transexuais e intersexo, co-fundadora e co-directora da associação API - Ação Pela Identidade, organização não-governamental para a defesa e o estudo da diversidade de género e de características sexuais, é membro do Steering Committee da TGEU – Transgender Europe, organização europeia de defesa dos direitos das pessoas trans, foi também coordenadora do GRIT – Grupo de Reflexão e Intervenção sobre Transexualidade da associação ILGA Portugal.
Júlia vai a votos que é como quem diz, vai à guerra. Lutará por um lugar na AR que lhe permita desenvolver um trabalho na defesa do que acredita, das causas que defende.
As causas de Júlia não são as minhas. Nunca foram. Não serão. Mas aprecio as pessoas que não são reactivas, que falam e escrevem depois de acontecer, esquecendo que para ter acontecido muito trabalho foi efectuado. Júlia não é reactiva. Procura construir um caminho que lhe permita defender política e socialmente no que acredita.
Faltam católicos vibrantes e enérgicos no Parlamento, que defendam política e socialmente os valores que são os nossos, de sempre. Faltam deputados assumidamente católicos na AR que promovam a defesa intransigente da Família.
O caminho que outros se atrevem percorrer deveria ser percorrido por outros para, em regime democrático, dirimir diferenças e defender causas que nos são próximas.
Não nos interessa a nós pessoas voláteis e que cedam na sua fé e na sua cultura. Interessam-nos pessoas que assumam o que são, onde estiverem, com quem estiverem, lutando e zelando por uma doutrina social católica em que acreditamos.
Onde estão essas pessoas? Aparecerão à frente criticando “o que aconteceu” sem terem dado passos firmes e antecipados na projecção de cenários e o evitar de outros, quiçá contruindo caminhos conducentes à implementação de políticas que promovam a Família.
É tão triste quando nos comparamos aos países do norte da Europa. Aliás, não há comparação possível. Quem, por exemplo, quiser aprofundar as políticas de natalidade, pasme-se. E depois, pense.
Está na altura dos católicos mergulharem na política?
Está. Há muito tempo. Mas não será ainda neste tempo. E não sei quando será
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