«Mãe,
acabas de ferir os meus sentimentos!» ― frase pronunciada por um rapaz de 10
anos quando a mãe lhe pediu o favor de apagar o televisor e ir para a cama.
Também uma psicóloga, recentemente, dava um conselho aos jovens num artigo de
um jornal: «Se notas que sentes algo especial, não tenhas medo, liberta-te de
tabus, corre para os seus braços e entrega-te totalmente. Só assim a tua vida
será sincera e sem hipocrisias».
E a
sinceridade já não tem nenhuma relação com a verdade. Ser sincero, segundo a
psicóloga, é sentir algo especial e não reprimir esse sentimento.
Ideia importante: os
sentimentos são uma poderosa realidade humana, tanto para o bem, como para o
mal. Não têm peso ― mas pesam muito na decisão de actuar de todos nós.
Por
isso, precisam de ser “educados”.
Isto é especialmente importante para os
jovens, que vivem imersos numa cultura que exalta os sentimentos como o grande
critério de verdade e autenticidade.
Os sentimentos em si são bons
porque fazem parte da condição humana. Garantem a ligação entre a vida sensível
e a vida do espírito, uma vez que somos compostos de corpo e alma. No entanto,
não podem ser nunca o critério último da decisão de actuar. Porque não sentimos
somente ― também pensamos! E actuar só porque se sente não é actuar de um modo
plenamente humano.
Necessitamos educar os
sentimentos para que nos facilitem a realização do bem e a procura da
verdadeira felicidade. Não os educar é correr o risco de ficarmos escravos
deles. Deixamos de ser nós a decidir o que é bom fazer ou evitar. Passam a ser
eles a indicar-nos caprichosamente o caminho a seguir.
Pe. Rodrigo Lynce de
Faria
Texto amavelmente enviado pela Dra. Rita Rebordão, do Cenofa, publicado no blogue Spe Deus.
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