Família em Movimento

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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Educar a verdade

Quando éramos pequenos ouvíamos estórias de que os sacerdotes, após confissão, “faziam” os penitentes rezar vários terços e não sabemos quantos “padre nossos”.
Lembramo-nos todos de ouvir e quiçá alguns de presenciar.

Todavia, hoje não é assim. O arrependimento sincero na confissão (convém...), acarreta uma penitência mais leve. Por regra, digamos assim, uma Avé-Maria em singelo.
Não por causa da leveza da falta mas porque o fito é a reconciliação, a conversão, o arrependimento sincero e a luta (aí a luta!) por não repetir os erros.

Assim é com os filhos. De nada vale castigos severos. Aliás, se existem valores, educação e exigência em casa é de supor que as faltas dos filhos não sejam graves.

Será preferível uma palavra sincera e no rigor de não ser ao lado dos irmãos. Depois, não ocultar a estes para que possam aprender. E o castigo seja leve.

Que a reprimenda jamais implique algo que os prejudique. E que nada seja definitivo.

LeveQue compreendam a falta para que não a repitam. De nada serve castigar de uma forma agressiva e absurda que a consequência seja ouvi-los soluçar de tanto chorar. Isso é zero! 
Tal como é zero bater. Jamais!

Não se educa a gritar nem a bater. Quem ouve gritar, grita. Quem leva açoites aprende que contrariar a falta de terceiro implica a agressão física.

Por último, jamais qualquer agressão psicológica! Não é a destruir a auto-estima dos filhos que os fará crescer. Isso é zero!

Os pais querem nos filhos e estes nos pais, amigos. Amigos sinceros, genuínos. Amigos em quem confiem plenamente e sem reservas, na certeza de que em família devemos ser profundamente sinceros uns com os outros.

Voltando ao início, a benjamim da família fez no dia de ontem um disparate e não o assumiu. Claro está que sabíamos quem havia cometido o “delito”.
Que fizemos? Incentivámos a dizer a verdadeE depois de assumida, elogiámos a postura de verdade.

- “Muito bem. Estamos muito contentes contigo por teres dito a verdade. Mas repara, não voltes a fazer.” E explicámos a razão. Sim, ninguém diga para não se fazer algo se não explicar a razão de não fazer.

Não demos qualquer castigo. Mas se assim decidíssemos, seria algo tão leve quanto não comer uma goma depois do almoço. Algo que lhe causaria incómodo mas que, em rigor, em nada a prejudicaria.

E aqui temos a relação dos “castigos” da educação. Educar a verdade, sempre. E tal como ouvimos dos nossos confessores de hoje, que a penitência – se a houver – seja leve.

Importa isso sim que compreendam e aprendam. Isso sim, é educar.

2 comentários:

  1. A comparação com a penitência dada na confissão está muito boa! Nunca tinha pensado nisso :) Ab Teresa

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    1. Olá Teresa! Verdade. Entendemos que devemos ver os nossos filhos como Deus nos olha, educando e corrigindo num convite contínuo a uma perfeição que não se consegue de outra maneira senão pela delicadeza e com exemplo.
      Beijinhos
      FEM

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