Como coexistir um orçamento familiar
de uma família numerosa com a prática de piedade que se concretiza na ajuda
material?
Podemos pensar que numa família –
numerosa ou não – e de acordo com o rendimento disponível é praticamente
impossível dispor de um montante para ajudar pessoas e/ou instituições.
Mas não é bem assim. Na realidade,
podemos fazer muito com pouco.
Existem práticas de piedade que estão
condicionadas ao rendimento disponível. É suposto que quem tem maior rendimento
possa dispor de mais para ajudar. Quem tem menor rendimento também o pode fazer
na proporção e no intuito que se predispõe fazer.
É consabido que devemos fazer
um orçamento familiar mensal para não sermos apanhados desprevenidos.
É consabido que devemos acautelar
as despesas correntes e atender às necessidades do nosso agregado.
Mas como é possível fazer muito com
pouco, é possível às famílias com menor rendimento disponível cooperarem com os
outros. Tal pode ser feito através de renúncias.
Na nossa família, que é numerosa,
atendemos a este critério e fazemos o seguinte: por cada privação (que tem um
custo associado), alocamos o valor para uma caixa por via a realizarmos esta
prática de piedade.
Um exemplo prático. É
normal apetecer beber um café de manhã ou quiçá comer um bolo. Uma mortificação
não nos faz mal algum e a renúncia faz-nos crescer. O custo que se teria com a
despesa é pois alocado para a prática de piedade. Anotamos e no fim do dia
colocamos na caixa o valor correspondente à privação. No caso do exemplo dado a
renúncia do café e bolo seria sensivelmente no valor de € 1,40.
Se multiplicarmos
estes pequenos valores e/ou outros oriundos da nossa privação por 30 dias do
mês… teremos uma simpática quantia para ofertar.
No final do mês o que
a caixa contiver é dado.
É pouco? Não. Tem a grandeza da renúncia, sacrifício e privação.
Conheceis a história da “oferta da viúva pobre”?
Lucas 21, 1-4.
“Jesus olhou e viu os
ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas.
Viu também uma viúva
pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre.
E disse: "Afirmo
que esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros.
Todos esses deram do
que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para
viver".”
O importante
aos olhos de Deus é o amor com que se faz a renúncia, o sacrifício… dar tudo o
que para nós é importante educa a
alma e aproxima-nos do Pai.
Deixamos a
sugestão. Não colide com o orçamento familiar. Como se prova, do pouco pode
fazer-se muito.
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