Mas queria muito comungar.
Convidei o meu querido amigo Padre João para jantar connosco no dia de ontem e pedi especial favor de me trazer a Sagrada Comunhão. Aceitou prontamente. Todavia e infelizmente, adoeceu e não pôde vir. Desejo-lhe rápidas melhoras e agradeço o que se propôs fazer por mim.
Mais tarde, liguei para uma pessoa da minha paróquia e perguntei se algum ministro extraordinário da comunhão podia vir a minha casa.
- Só se ligar para a pessoa X e pedir.
Assim fiz. Liguei para a pessoa X. Uma vez não se ter oferecido pessoalmente para me trazer a comunhão perguntei se podia facultar o número de contacto de outros ministros extraordinários da comunhão que fizessem essa gentileza. Disse que mais tarde me enviaria uma mensagem escrita com os números de telefone.
Não tendo recebido resposta enviei SMS a um sacerdote de uma paróquia que dista 4 kms daqui. O pedido era igual. Mas também o sacerdote não respondeu.
Não tendo recebido resposta enviei SMS a um sacerdote de uma paróquia que dista 4 kms daqui. O pedido era igual. Mas também o sacerdote não respondeu.
À 1:06 horas da manhã e dada a ausência de uma resposta da pessoa X, escrevi-lhe um SMS com o seguinte teor: Não se esqueça de mim, por favor.
Nunca me respondeu. Paciência.
Lembrei hoje que num lar perto da minha casa os ministros extraordinários da comunhão de outra paróquia visitam os utentes aos Domingos de manhã. Liguei para esse lar, expliquei a situação e deixei o meu contacto.
Foi um desses ministros, o Senhor Soares, que me trouxe a desejada comunhão.
Pobre coitado homem de Deus teve de voltar primeiro à igreja e ao Sacrário pois não tinha mais hóstias consagradas. Agradeço-lhe imenso o gesto e atitude cristã.
Compreendi hoje a grande importância destas pessoas. São fundamentais e devem ser muito estimadas. Contudo, nem todos os ministros extraordinários têm vocação ou condições para o ser.
Retomo. No fim e ao sair da minha casa, ofereci-lhe uma pagela de São Josemaria e prometi entregar algumas dores por ele. Compenso-o dessa forma. Ele ficou grato e eu grato fiquei.
Foi uma espécie de odisseia. Tive de "viajar" muito para receber Nosso Senhor.
Não entendo a razão de Deus me ter provado. Às páginas tantas parecia um capricho meu. Parecia surreal. Queria comungar e ninguém se chegava à frente.
Mas Deus permitiu tudo isto. Quereria saber se eu desistiria facilmente ao primeiro obstáculo? Não parece. Acredito antes que me fez a prova para O desejar mais e mais, lutar por Ele, ir ao limite para O receber. Mas só Ele saberá.
Não entendo a razão de Deus me ter provado. Às páginas tantas parecia um capricho meu. Parecia surreal. Queria comungar e ninguém se chegava à frente.
Mas Deus permitiu tudo isto. Quereria saber se eu desistiria facilmente ao primeiro obstáculo? Não parece. Acredito antes que me fez a prova para O desejar mais e mais, lutar por Ele, ir ao limite para O receber. Mas só Ele saberá.
Gostava muito que na minha paróquia me tivessem ligado a perguntar como estava e se precisava de alguma coisa. Prefiro pensar que desconhecem a minha situação ou tenham assumido que não comparecemos as duas missas dominicais por estarmos em gozo de férias.
Assisti à Santa Missa pela televisão, deitado. Reflecti muito com o sacerdote e aqui partilho a reflexão.
A palavra do Senhor propõe uma reflexão muito séria sobre a indiferença. O Senhor provoca-nos. Fala aos fariseus que viviam certinhos, limpinhos e cumpriam todos os preceitos. Porém, faltava-lhes o resto, o essencial. Ao contrário, criticavam muito. Havia neles hipocrisia e indiferença.
Assim também nos falou o Profeta Amós que foi o primeiro Profeta a escrever no século nono antes de Cristo. Naquela altura vivia-se bem em Israel mas vivia-se igualmente com indiferença.
Os israelitas vivam bem mas viviam igualmente com enorme indiferença perante os demais, "sem se compadecerem da ruína de José".
Os israelitas vivam bem mas viviam igualmente com enorme indiferença perante os demais, "sem se compadecerem da ruína de José".
Quem é este José? Amós cita José, o filho rejeitado de Jacob, o mais novo de doze irmãos, que foi rejeitado pelos irmãos e vendido para o Egipto. Este paralelismo de Amós significa que somos indiferentes perante os os humildes.
Jesus diz o mesmo no Evangelho de forma ainda mais contundente.
Quantas vezes olhamos para o lado? Será que precisam de nós ou vivemos indiferentes perante o próximo?
Quantas vezes olhamos para o lado? Será que precisam de nós ou vivemos indiferentes perante o próximo?
O problema do rico não foi ser rico. O abismo depois da morte do rico e o pobre já existia antes. O problema do rico que cavou o abismo foi não ter olhado para o lado e ter compaixão para com os irmãos, um amor sincero e cuidado com os outros. Ele não reparou em mais ninguém.
Lucas cujo o Evangelho lemos descreve a igreja primitiva nos Actos dos Apóstolos como um grande espaço de solidariedade, onde as pessoas cuidavam umas das outras. Isto tem de ser dito e ensinado a quem segue Jesus. Deve ser uma matriz dos cristãos.
A indiferença é um problema sério. Na Carta a Timóteo também nos é dito algo importante. Conquista a vida eterna para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. E isto não é coisa pouca.
Medito os textos e lembro o Senhor Soares que olhou para o lado, para quem precisava e não se poupou a esforços para me trazer Jesus vivo. Ele não foi indiferente.
Seguir Jesus compromete e traz-nos implicações. Não bastam teorias. Essas tinham os outros e foram repreendidos.
Por último, um à parte. Ramalde tem um grande Padre. É o Padre Mário Henrique Melo.
Santo Domingo.
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