Aproxima-se o Retiro anual.
Vivemos em permanente agitação. São horários, compromissos, eventos
sociais, reuniões, imprevistos. Por vezes não temos sequer tempo para a família
e isso constitui desordem.
Mesmo no trabalho, nem sempre estamos no que fazemos e fazemos o que
devemos. A uma solicitação surge outra e outra. Cansados, muito cansados.
Outras vezes ocupamos o nosso tempo com programas que em nada nos edificam
e mais tarde, provavelmente, lamentaremos o tempo perdido e lamentaremos ter
perdido tempo.
Lemos há dias um texto que tocou particularmente e onde era afirmado o
vazio que o tudo gera. O nosso tudo por vezes é uma mão cheia de nada, vazia.
O Retiro mais não é que a pausa para sentir a proximidade de Deus. Temos essa necessidade de parar e privar de perto. Ordenar. Reencontrar.
Há tanto para meditar: família e educação, trabalho, apostolado, vida
social, vida cristã comunitária. São Josemaria dizia que devíamos amar
apaixonadamente o mundo porque é aqui que Deus nos quer. É aqui que Deus nos
pede a santificação. Não é em mais lado nenhum. É aqui. Com esta família, com
estes amigos, com estes colegas, com estes vizinhos, com esta comunidade. Aqui.
E é daqui que prestaremos contas.
O retiro será de silêncio e terá duração de três dias. Palestras, Meditações, Santa Missa, Sacramento da Reconciliação, Visita ao Santíssimo e Exposição do Santíssimo, Leitura Espiritual, Via Sacra e devoção a Nossa Senhora.
No Retiro falaremos com Deus, colocaremos ordem na vida, dimensionaremos
alguns aspectos da nossa vida e faremos propósitos. Os frutos virão imediata ou
mediatamente.
Num retiro colocamo-nos na presença de Deus. Afastamo-nos. Afastamo-nos até
de nós mesmos e do nosso egoísmo para que Ele fale.
Existirão saudades? Sim. Mas ao chegar a casa uma pessoa melhor virá e a
comunidade familiar sentirá essa diferença. Que assim seja.
Ouve! Deixa por um momento as tuas ocupações
habituais, entra por um instante dentro de ti mesmo, longe do tumulto dos teus
pensamentos. Lança para longe de ti as preocupações que te esgotam. Dedica
algum tempo a Deus e descansa, mesmo que seja só por um momento, na sua
presença. Entra nos aposentos da tua alma: exclui tudo, menos Deus e o que
possa ajudar-te a procurá-Lo. Assim, fechadas todas as portas, vai atrás d’Ele.
Diz a Deus: Senhor, procuro o teu rosto, desejo ver o teu rosto”
S. Boaventura
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