Família em Movimento

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sábado, 30 de abril de 2016

Confiar e esperar

Os sintomas mantinham-se. E em rigor mantêm-se. O primeiro médico diz não se tratar do que pensava e parecia lógico e deixa o recado:"Se mantiver faça uma TAC à cabeça". Não relevei.


Os sintomas continuam e procuro o segundo médico que me segue há anos. Era dia do aniversário da filhota. Após algumas perguntas e alguns exercícios, determina duas TAC sendo que uma é precisamente à cabeça. Saio da consulta preocupado com a palavra "compressão". 
É uma possibilidade apenas. 
Mas era dia de aniversário e teria de mudar o semblante. Agir como se nada fosse. 
Nada poderia perturbar o dia de festa.


No dia da TAC a tensão aumenta. Recebo um SMS com uma mensagem encorajadora: «Estás nas mãos de São José e não esqueças que um filho nunca diz "não" a um pedido do Pai».

Quantas vezes obedeceu Jesus a São José... imensas.
Não recorri somente a São José mas foi o foco das intenções.
A caminho do Hospital onde a TAC estava marcada para as 18:15H a mão direita segura e aperta a dezena enquanto as petições são feitas.

Pedi antes da TAC para me dizerem algo antes do relatório para não perpetuar a ignorância.
- Pode abrir os olhos, ouço.
Sinto estar a sair do "donut" e abro os olhos. Vejo duas pessoas à espera que o trajecto da máquina cesse.
- Já estás! - pensei.
Uma delas sorri. Era o médico.O sorriso altera o meu pensamento momentâneo.
- Não tem nada no crânio. A outra ainda terei de ver melhor as imagens - disse-me.
Sorri, agradeci.

Depois agradeci a São José. E a Maria. E a São Josemaria.
Sair do hospital era uma dúvida inicial pelo que, no regresso, rezei um Terço em acção de graças.

Entrei em casa e vi os meus. Que alegria genuína.

Já antes escrevera que o melhor antídoto para valorar os nossos era o pensamento da morte.
Este episódio veio reforçar o seguinte:
O dia de ontem passou. O de amanhã ninguém o viu e não sabemos se o veremos. É hoje que temos de viver e com qualidade.
Extraí esta convicção: viver todos os minutos com quem amamos com imensa qualidade e não deixar que nada condicione esses minutos, esses momentos únicos e irrepetíveis.

Ainda que mantenha os sintomas e não saiba a causa; ainda que não saiba o resultado da segunda TAC; ainda que nada saiba, sei que nada tenho na cabeça.
Se tivesse, entregaria nas mãos de Deus. Mas não minto: a tensão baixou.

Lembro de ter pensado muitas vezes e isso ter ajudado que não me deveria preocupar e confiar.
Porque Deus não nos "manda" nada de mal, tudo o que permite acontecer, tira maior proveito. Penso que a unidade de vida, a vida interior e a relação com a família sairam muito beneficiadas.

Agora é esperar que se descubra a causa. Até lá, viver com qualidade e aproveitar com qualidade todos os momentos que Deus me concede. Além deste propósito a noção muito clara de que devemos ser muito agradecidos por todas as bençãos que a nossa família tem recebido.

«Sim, percebi ainda mais o quanto vos amo»

2 comentários:

  1. ... as lições que a vida nos ensina...
    Sim confiar e esperar, mas acima de tudo viver!
    bjs

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  2. Olá Olívia!
    Nem mais. Viver. Nem mais...
    Beijinhos e obrigado pelo comentário.

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