Hoje o Evangelho tocou por um pormenor e depois da Missa falámos entre todos.
Lucas escreve o seguinte:
- «Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos.»
Em treze pessoas apenas uma orava. E foi precisamente Jesus que tudo suportou e nunca negou a vontade do Pai.
Podia ter desobedecido.
Podia ter dito "assim também é demais".
Podia ter pedido ao Pai para repensar o plano da salvação.
Podia tudo. Jesus podia ter negado todo o sofrimento. Mas não. Firme como uma rocha.
E donde veio tão grande firmeza? Precisamente da oração que traz eficácia.
Ao contrário, os Apóstolos não rezavam.
Três anos com o Mestre e não aprenderam. Jesus chama-os de dorminhocos.
Por isso, sem essa força que a oração nos traz, não será de espantar que Pedro, por exemplo, tenha negado Jesus três vezes, como lemos em Marcos 14, Lucas 22 ou João 18.
Mas pior, negou o Senhor inclusive a uma pobre criada quando esta afirmou que Pedro havia estado com Jesus. Não foi perante um homem musculado ou um guarda imponente. Foi perante uma criadita tonta que por ali passava. E Pedro foi medroso. Não havia oração que sustentasse aquele Apóstolo. Estava - e os demais - demasiado frágil, demasiado humano. Homens bons sim que abandonaram tudo para estar com o Senhor mas a quem faltava os alicerces para viver com heroicidade humana um momento menos fácil. Faltou eficácia àqueles homens cheios de boas intenções.
Contudo - ensina São Josemaria Escrivá - os Apóstolos, apesar de terem sido instruídos por Jesus durante três anos, fugiram espavoridos diante dos inimigos de Cristo. Todavia, depois do Pentecostes, deixaram-se vergastar e encarcerar, e acabaram dando a vida em testemunho da sua fé.
E todo este caminho nos leva à oração. Se somos cristãos devemos imitar Cristo. Foi assim que concluímos em família esta manhã. Rezar é algo tão natural como uma relação que se estabelece por amor. Foi assim que convergimos no seio familiar.
São Mateus diz-nos que o Senhor não gosta de orações longas e formais. Não, diz-nos que entremos no nosso quarto e rezemos com espontaneidade, que oremos com o coração.
Há uma oração que diz: «Tu não me terias procurado se antes não te tivesse encontrado.»
Um dia, Alexandre Magno disse a um soldado que se chamava Alexandre:
- Se te chamas como eu, comporta-te como eu!
Sejamos almas grandes, almas de oração. É pela oração que obtemos eficácia.
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