Família em Movimento

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domingo, 8 de novembro de 2015

Com a morte a opção da tua vida torna-se definitiva

No Oratório, no dia de ontem, ouvi o sacerdote José Maria Moreira falar aos mais pequenos numa catequese fantástica sobre, acima de tudo o mais, como construir uma vida pautada pelo critério ordenado de desejar o Céu.

À noite e ao jantar procurei reproduzir a história ouvida a toda a família. Todos ouviram atentamente e concluíram sobre o facto de que a vida é o momento próprio para construir a eternidade.



Reza a história que um senhor chamado Manuel, carpinteiro de profissão muito competente e trabalhador, era pessoa respeitada no seu local de trabalho por todos os colegas e pelo próprio patrão.

Um trabalhador exemplar. Rigoroso e cumpridor. Assíduo e pontual. 
O seu trabalho era de excelência.

Ora, chegara a altura de se reformar.



Nesse momento apenas pensava na reforma e na forma de a gozar. Havia dedicado uma vida inteira ao trabalho e ao seu patrão bem como à família. Era agora tempo de desfrutar o descanso merecido.

Todavia, o patrão chamou-o e disse-lhe:
- Meu caro, antes de te reformares tenho de te pedir um trabalho mais que é muito importante.

Manuel ficou siderado e nem queria acreditar. Logo agora que iria obter a sua merecida reforma o patrão parecia desconsiderar esse tempo e parecia desconsiderar todo o empenho que Manuel lhe havia dedicado uma vida. A contragosto, aceitou.

O patrão levou-o então ao local onde iria realizar o seu derradeiro trabalho. Mostrou uma casa de sonho com vista para o mar. Uma casa linda e num local paradisíaco.

Pediu-lhe então que fizesse as janelas, as portas, os armários e todos os trabalhos afectos à carpintaria.

Manuel olhou e disse:
- Patrão, para fazer tudo isso preciso de dois meses.

O patrão respondeu:
- São teus. Demora o tempo necessário mas faz um bom trabalho, como habitual.

Manuel começou o trabalho mas a cabeça não estava nele. Só pensava na reforma e no descanso.

Perante este cenário, o trabalho que antes era de excelência transformara-se num trabalho sem qualidade. 

Pregos à vista, cortes mal executados, portas e janelas por envernizar, prateleiras mal cortadas e coladas, acabamentos muito mal feitos. Queria despachar a obra o mais rápido que lhe fosse possível para abraçar, em definitivo, a reforma.

Visitou o patrão e disse-lhe ter findado a obra.

O patrão, perguntou:
- Já?!? Mas passaram duas semanas. Havias pedido dois meses… Muito bem. Vamos ver a casa.

E foram os dois.

Ao chegarem ao local o patrão disse a Manuel:

- Manuel, foste-me dedicado a vida inteira. Foste o meu melhor trabalhador. Alguém exemplar como nunca vira.   Esta casa é para ti. É o meu presente e agradecimento por todos estes anos de trabalho.

Assim é Deus connosco. 

Citando o Padre António Barbosa, «com a morte a opção da tua vida torna-se definitiva».

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