Diz São Josemaria Escrivá que a relação
entre pais e filhos deve ser, antes de tudo o mais, uma relação de
profunda amizade.
Os verdadeiros amigos partilham as
inquietações, os problemas mas também as vitórias e as alegrias.
Para tal – recomenda – é necessário união,
é necessário ouvir e saber ouvir a todos e a cada um, a sós,
individualmente.
É necessária astúcia para nos adiantarmos
e falar serenamente sobre os temas centrais e das diferentes etapas da vida,
tais sejam a origem e o fim último, as crises da adolescência, o namoro, a
vocação de cada um.
A relação entre pais e filhos não pode
ser redutora, baseando-se no simples passar de informação e conhecimento parco.
Dizia Bento XVI que a grande pergunta sobre a verdade não pode
ser descurada.
Os pais devem passar valores, identidade, conhecimento. Mas passar não como quem lê de cátedra. Errado caminho esse.
Não. Passar é sinónimo de vivenciar.
Eu só posso dizer que sou se o sou de
facto. O espelho que reflecte a minha imagem é traduzido pelo caminho, decisões
e condutas que assumo. Porque se assim não fosse seria incoerente e mentiroso.
Ou seja, não devem os pais temer falar
sobre todos os assuntos. E todos são todos. É necessário que os filhos cresçam
com identidade e sentido crítico. Aliás, o sentido crítico é o motor de todas
as decisões.
Mas atenção: os pais não sabem tudo. Os
pais devem crescer com os filhos porque estes também os ensinam. É ou não
verdade que as crianças trazem tantas vezes a noção de ingenuidade e pureza que
os pais perderam? Os filhos educam-nos porque não trazem filtros. É importante
meditar nisto e procurar trazer para nós, pais, esta sã sapiência que as
pequenas criaturas nos dão.
Pais esses que foram jovens, que
cometeram e cometem erros: admitam o erro. Admitir o erro quando se enganam só
traz confiança aos filhos. Nada se perde.
Que os filhos sintam absoluta confiança
nos pais. Se a sentirem, jamais ocultarão nada e poderão, nos momentos mais
difíceis, ser educados e aconselhados. Com total liberdade. Isso é crescer.
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