Preparação
para a Santa Missa
São Josemaría costumava
dividir o dia em duas partes: uma para dar graças pela Missa que tinha
celebrado, a outra para se dispor para a celebração da Missa do dia seguinte.
Dizia: “Procuro que o último
pensamento de cada dia seja de acção de graças ao Senhor por ter celebrado a
Santa Missa nesse dia; e digo-Lhe «Senhor, dou-Te graças porque pela tua
misericórdia, espero voltar a celebrar a Santa Missa amanhã»”.
E acrescentava: “Com o tempo,
começarás a preparar a Santa Missa a partir do meio-dia da véspera porque até
esse momento terás estado a dar graças pela comunhão e a Missa a que tiveres
assistido nesse dia. Todo o teu dia será uma Missa, e assim não terás
dificuldade em guardar a vista, em não ouvir determinadas coisas, em mortificar
os restantes sentidos, em conter a imaginação. Tudo se torna mais fácil quando
colocamos a Missa no centro da vida interior.
Os primeiros cristãos
aguardavam, com preparação esmerada, pelo dia ou o momento da celebração da
Missa.
Uma característica do homem
apostólico e da mulher apostólica é amar a Santa Missa e muito concretamente
tomar consciência de que a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do
Senhor está no coração da vida da Igreja.
Revestirmo-nos de Cristo
A melhor maneira de nos
abrirmos à fruição dos tesouros eucarísticos consiste em nos metermos a fundo nas cerimónias.
Na administração dos
Sacramentos, o sacerdote age e fala in persona Christi. Nos sagrados mistérios
ele não representa a si mesmo e não fala expressando-se a si mesmo, mas fala
pelo Outro, por Cristo.
Dizia São Josemaría: “Ao
chegar ao altar, a primeira coisa que penso é:«Josemaría, tu não és Josemaría
Escrivá de Balaguer (…), és Cristo. Todos nós, os sacerdotes,
somos Cristo. Eu empresto ao Senhor a minha voz, as minhas mãos, o meu corpo, a
minha alma; dou-Lhe tudo. É Ele que diz “Isto é o Meu Corpo, isto é o Meu
Sangue”, é Ele que consagra.”
O sacerdote, como pessoa,
desaparece.
Convém-nos muito a todos – e
não só aos presbíteros – insistir cada vez mais no rigor da liturgia. É
impressionante verificar que, no Antigo Testamento, Iavé indica a Moisés como
devem ser as vestes e os objectos dedicados ao culto divino. O Senhor desce a
pormenores muito concretos.
As orações recomendadas ao
sacerdote quando se reveste dos paramentos explicam detalhadamente que ele deve
colocar todo o seu ser ao serviço do ministério que lhe foi confiado por
Cristo. E a meditação destas palavras na oração pessoal poderá ter grande
proveito para a vida espiritual.
Também os fiéis têm alma
sacerdotal que receberam do Baptismo, e também eles devem praticar as mesmas
virtudes que os sacerdotes. “Se actuares - viveres e trabalhares -, face a Deus
por razões de amor e serviço, com alma sacerdotal, ainda que não sejas
sacerdote, toda a tua acção adquirirá um genuíno sentido sobrenatural, que
manterá a tua vida inteira unida à fonte de todas as graças”, está escrito no Ponto 369
do livro Forja.
FEM partilha breves trechos salteados (ipsis
verbis ou adaptados por nós das partes que entendemos mais importantes), do
livro Viver a Missa de Mons. Javier
Echevarría, resultante da necessidade de compreender o itinerário
espiritual que se segue de perto o desenrolar dos ritos litúrgicos, permitindo conhecer, por um lado e meditar, por outro. Em Portugal a edição do
livro pertence à Lucerna.
Sem comentários:
Enviar um comentário