Falas do quê? - perguntei.
Depois lembraste-me. Sim, escrevo. Aquilo que te disse foi simples. Falei-te do amor entre nós.
Enquanto esperava na sala de espera da clínica e depois de rezar por ti, esperar por ti, li parte do último livro do Padre Rodrigo Lynce de Faria sobre o casamento. Li esta passagem bonita:
«Para ela o casamento era exactamente isso: a maior e mais definitiva viagem que tinha decidido realizar com ele até ao fim da sua vida.
Ficou inquieta ao pensar na intensa vida social do marido (que viajara) e arrependeu-se de não o ter acompanhado. Resolveu escrever-lhe.
"Temo que o convívio com princesas e embaixatrizes te faça esquecer de mim, que sou uma mulher simples e sem títulos, excepto o maravilhoso de ser só tua."
Ele não tardou em responder-lhe:
"Esqueces, minha amada, que casei contigo não só porque te amava, mas porque tinha e tenho o propósito firme de te amar sempre, cada dia mais, aconteça o que acontecer".»
O amor, o compromisso do eterno é isto: "Tu, só tu, aconteça o que acontecer."
Amar em todas as circunstâncias, cada dia mais, até ao fim.
A resposta é atribuída a Otto von Bismarck (1815/1898), estadista prussiano e unificador da Alemanha.
Naquele dia concreto meu amor, as minhas dores não existiram para mim, porque tu estavas primeiro. A intensidade do amor repele a intensidade da dor mas esta é tradução daquele que, com ela, se fortalece e unifica. Farias o mesmo por mim. Quando amamos, o outro está sempre primeiro. Como foi possível levantar da cama alguém que não se mexia? Não sei. Mas aconteceu. Como fazer alguém andar quando não consegue? Não sei. Mas aconteceu. O corpo cede quando o outro de nós precisa. E cede porque o amor prevalece.
Amo-te muito. Até ao fim. Aconteça o que acontecer.
Teu! Muito teu.
Teu! Muito teu.
P
Não consigo dizer nada. Acho que digo tudo.
ResponderEliminarEstá dito.
EliminarUm abraço Paulinho.
Lindíssimo. Vou ter a liberdade de partilhar, se não levarem a mal.
ResponderEliminarDiria que um texto se transformou numa serenata de amor partilhada publicamente o que em si é belo. Fale-se do amor.
Beijinhos
Maria Alice Vieira
Boa tarde, Maria Alice Vieira. Muito obrigado pelo que escreveu. É muito bonito.
EliminarSim, pode partilhar. Não levamos nada a mal. Fique tranquila.
Até breve e muito obrigado.