Família em Movimento

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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O fim da família micro-ondas. Uma aposta, um investimento.

As mudanças operadas (a caminho dos dois anos) trouxeram muitas coisas boas bem como muitas coisas que não sendo em si mesmas boas, foram benéficas. Parece um paradoxo mas não é.

Um sacerdote nosso amigo disse-nos há dias que a nossa decisão se tratava de um enorme investimento

Para quem não nos conhece bem, o Blogue é um complemento de uma decisão que implicou, entre outras, uma carreira profissional. Este Blogue apenas complementa uma realidade. E complementa porque nos faz sair para fora. Complementa porque procuramos, além da nossa família, fazer algo pela Família.

Hoje, com maiores ou menores dificuldades, assumimos que todas as decisões foram correctas. Hoje e fruto delas, temos uns filhotes muito abertos, cooperantes, dialogantes, comprometidos como nós, muito felizes na sua família.

Há dias comentámos entre nós que "antes" não havia tempo para nada. Os banhos, os TPC´s em final de dia e começo de noite, mais o jantar por fazer faziam da casa um reboliço desordenado onde nem lugar havia para a conversa pois era absorvido pela TV.

Chegámos a essa conclusão - que nos levou a comentar - pela abertura dos miúdos connosco. Não ficam mais fechados em si mesmos como antes porque antes não tinham espaço nem tempo para poderem falar, dialogar entre eles e connosco. A actividade diária, o stress, a aceleração de tudo fazer, era a realidade. Éramos uma família micro-ondas onde tudo era feito em cima do joelho.

Chegar a casa das escolas, colégio e trabalho - como a maioria das famílias a quem muitos queremos e estimamos - e fazer em duas a três horas uma panóplia de tarefas... é francamente difícil e, por via disso, muito ficava para trás. A relação ficava para trás. E ficava por falta de tempo para tudo fazer mas igualmente por desordem porque e por exemplo, queiramos ou não, desligar a televisão fica à distância de um click; e o click à distância de uma decisão.

Hoje temos ordem e a ordem é um imperativo de vida. Para tudo. E temos mais tempo.

Hoje falamos, dialogamos. Os meninos nada escondem de nós. As notas escolares são boas. Quando entram no carro falam de tudo e depois, quando chegam a casa, tudo é diferente. O abraço ao Verdi e as inevitáveis brincadeiras, os banhos tranquilos, os TPC´s com os pais ao lado e ainda tempo para os desenhos animados.

O jantar e ao contrário do que antes sucedia, quando os meninos chegam a casa, já se encontra feito ou encaminhado. Só aqui já se ganhou tempo. Os quartos - antes por arrumar do reboliço matinal - já se encontram arrumadinhos. Também aqui se conquista tempo.

Hoje temos tempo! Eles têm tempo! Nós temos tempo para eles e eles para nós!
Hoje temos a harmonia que antes não tínhamos.

Além da habituais orações, hoje em dia e como antes aqui escrevemos, lemos o Evangelho do dia à mesa da refeição, ao jantar, e falamos sobre ele. Antes não havia tempo. Além de lermos, comentamos e procuramos saber a interpretação que os meninos fazem. 
Em suma, há um notório crescimento no campo familiar, académico e espiritual.

Mas - notemos - não apenas os meninos cresceram. Também nós, casal, crescemos. Crescemos entre nós e crescemos em família.

Terá sido para nós o fim da família micro-ondas. Foi um crescer paulatino, uma aposta com várias implicações mas, citando o nosso amigo sacerdote, um investimento. O construir de um caminho que, procuramos, nos mantenha e aumente o amor existente e nos personifique como uma família cristã e feliz!

3 comentários:

  1. FEM foi uma decisão muito arriscada e até radical, se bem compreendi.
    Mas quero dizer-vos que fico muito contente por ainda existirem jovens que tenham causas. Continuem assim.
    Maria Alice Vieira

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  2. Boa tarde Maria Alice Vieira e Marta Reisinho
    Muito gratos por nos lerem e por partilharem connosco o vosso sentimento.
    Até breve. FEM

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