Família em Movimento

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terça-feira, 8 de novembro de 2016

O céu, a morte, o purgatório e o inferno: o que nos acontece?


Há dias atrás a nossa filha "do meio" perguntou-nos para onde teria ido Lázaro depois de morrer, antes de Jesus o ressuscitar.

Dias depois visitámos um familiar próximo que nos disse ter visto a Santa Missa por transmissão televisiva e que, além de ter sido muito bonita, o Padre havia dito na homilia que havia a ressurreição o que, para o nossa familiar, era algo estranho. No fundo questionou, "onde cabemos todos"?



Estas dúvidas são dúvidas de sempre. Se perguntarmos aos católicos o que sucede depois da morte, poucos saberão responder. Mas as respostas estão no Catecismo.

Encontrámos uma série de perguntas e respostas no site do Opus Dei que vão ao encontro das dúvidas existentes.

Nos Livros Santos chama-se Novíssimos às coisas que sucederão ao homem no final da sua vida, a morte, o juízo, o destino eterno: o céu ou o inferno. A Igreja torna-os presentes de modo especial durante o mês de Novembro. Através da liturgia, convidam-se os cristãos a meditar sobre estas realidades.
O que há depois da morte? Deus julga cada pessoa pela sua vida?
O Catecismo da Igreja católica ensina que «a morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou recusa da graça divina manifestada em Cristo».
«Cada homem, depois de morrer, recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na bem-aventurança do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre». Neste sentido, São João da Cruz fala do juízo particular de cada um indicando que «ao entardecer desta vida, examinar-te-ão no amor». Catecismo da Igreja Católica, 1021-1022.

Quem vai para o céu? Como é o céu?
O céu é "o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e definitivo de felicidade”. São Paulo escreve: "Nem olho viu, nem ouvido ouviu, nem passou pelo pensamento do homem, as coisas que Deus preparou para aqueles que O amam". (1Cor 2, 9).
Depois do juízo particular, os que morrerem na graça e amizade de Deus e estiverem perfeitamente purificados, vão para o céu. Vivem em Deus, vêm-no tal como é. Estão para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, gozam da sua felicidade, do seu Bem, da Verdade e da Beleza de Deus.
Esta vida perfeita com a Santíssima Trindade, esta comunhão de vida e de amor com Ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados chama-se céu. É Cristo que, pela sua morte e Ressurreição, nos abriu o céu”. Viver no céu é "estar com Cristo" (cf. Jo 14, 3; Flp 1, 23; 1 Ts 4,17). Aqueles que chegam ao céu vivem "n’Ele", mais ainda, encontram ali a sua verdadeira identidade. Catecismo da Igreja católica, 1023-1026

O que é o Purgatório? É para sempre?
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados.
Esta doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que já fala a Sagrada Escritura: «Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas» (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o Sacrifício eucarístico para que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos. Catecismo da Igreja católica, 1030-1032

Existe o inferno?
Significa permanecer separado d'Ele – do nosso Criador e nosso fim – para sempre, por nossa própria livre escolha. E é este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela palavra «Inferno».
Morrer em pecado mortal, sem estar arrependidos nem acolher o amor misericordioso de Deus é escolher este fim para sempre.
Os ensinamentos da Igreja afirmam a existência do inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, «o fogo eterno». A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.
Jesus fala com frequência da geena e do fogo que nunca se apaga, reservado aos que, até ao fim da sua vida, se recusem a crer e a converter-se e onde se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo.
As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um chamamento à responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade relativamente ao destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão«Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14). Catecismo da Igreja católica, 1033-1036

Quando será o juízo final? Em que consistirá?
A ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores» (Act 24, 15), há-de preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida, e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação» (Jo 5, 28-29). Então Cristo virá «na sua glória, com todos os seus anjos [...]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [...] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna» (Mt 25, 31-33.46).
É perante Cristo, que é a Verdade, que será definitivamente posta a descoberto a verdade da relação de cada homem com Deus (636). O Juízo final revelará, até às suas últimas consequências, o que cada um tiver feito ou deixado de fazer de bem durante a sua vida terrena.
O Juízo final terá lugar quando acontecer a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda. Pelo seu Filho Jesus Cristo, Ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história. Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte.
A mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a «feliz esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10). Catecismo da Igreja católica, 1038-1041

No final dos tempos Deus prometeu um novo céu e uma nova terra. Que devemos esperar?
A esta misteriosa renovação, que há-de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura chama «os novos céus e a nova terra» (2 Pe 3, 13). Será a realização definitiva do desígnio divino de «reunir sob a chefia de Cristo todas as coisas que há nos céus e na terra» (Ef 1, 10).
Neste «mundo novo», a Jerusalém celeste, Deus terá a sua morada entre os homens. «Há-de enxugar-lhes dos olhos todas as lágrimas; a morte deixará de existir, e não mais haverá luto, nem clamor, nem fadiga. Porque o que havia anteriormente desapareceu» (Ap 21, 4).
Para o homem, esta consumação será a realização final da unidade do género humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrina era «como que o sacramento». Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos resgatados, a «Cidade santa de Deus» (Ap 21, 2), a «Esposa do Cordeiro» (Ap 21, 9). Esta não mais será atingida pelo pecado, pelas manchas, pelo amor-próprio, que destroem e ferem a comunidade terrena dos homens. A visão beatífica, em que Deus Se manifestará aos eleitos de modo inesgotável, será a fonte inexaurível da felicidade, da paz e da mútua comunhão.
Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino entre o mundo material e o homem:
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus [...] com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da corrupção que escraviza [...]. Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo» (Rm 8, 19-23).
Assim, pois, também o universo visível está destinado a ser transformado, «a fim de que o próprio mundo, restaurado no seu estado primitivo, esteja sem mais nenhum obstáculo ao serviço dos justos», participando na sua glorificação em Jesus Cristo ressuscitado.
«Ignoramos o tempo em que a terra e a humanidade atingirão a sua plenitude, e também não sabemos como é que o universo será transformado. Porque a figura deste mundo, deformada pelo pecado, passa certamente, mas Deus ensina-nos que se prepara uma nova habitação e uma nova terra, na qual reinará a justiça e cuja felicidade satisfará e superará todos os desejos de paz que se levantam no coração dos homens».
«A expetativa da nova terra não deve, porém, enfraquecer, mas antes ativar a solicitude em ordem a desenvolver esta terra onde cresce o corpo da nova família humana, que já consegue apresentar uma certa prefiguração do mundo futuro. Por conseguinte, embora o progresso terreno se deva cuidadosamente distinguir do crescimento do Reino de Cristo, todavia, na medida em que pode contribuir para a melhor organização da sociedade humana, interessa muito ao Reino de Deus». Catecismo da Igreja Católica, 1043-1049.

Porquê rezar pelos defuntos?
Explicações do Catecismo da Igreja Católica
Na Igreja Católica o mês de novembro está iluminado de modo particular pelo mistério da comunhão dos santos que se refere à união e à ajuda mútua que os cristãos podem prestar: aqueles que ainda estão na terra, àqueles que, já seguros do Céu, se purificam antes de se apresentarem diante de Deus dos vestígios de pecado no Purgatório e aqueles que intercedem por nós diante da Trindade Santíssima onde gozam já para sempre. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e definitivo de felicidade. (Catecismo da Igreja Católica, 1024).
" Até que o Senhor venha na sua majestade e todos os seus anjos com Ele e, vencida a morte, tudo Lhe seja submetido, dos seus discípulos uns peregrinam na terra, outros, passada esta vida, são purificados, e outros, finalmente, são glorificados e contemplam "claramente Deus trino e uno, como Ele é ". Todos, porém, comungamos, embora de modo e grau diversos, no mesmo amor de Deus e do próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de glória. (Catecismo, ponto 954).
A Igreja peregrina, perfeitamente consciente desta comunhão de todo o Corpo místico de Jesus Cristo, desde os primeiros tempos do cristianismo honrou com grande piedade a lembrança dos defuntos e ofereceu também por eles orações 'pois é uma ideia santa e proveitosa orar pelos defuntos para que se vejam livres dos seus pecados' (Catecismo, ponto 955).
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu (Catecismo, ponto 1030).
A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos que é completamente distinta do castigo dos condenados (Catecismo, ponto 1031).
Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios a seu favor, em particular o sacrifício eucarístico, para que, uma vez purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja também recomenda as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos.
Estas perguntas e respostas com meditações de São Josemaria podem ser lidas clicando aqui.

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