Dias depois visitámos um familiar próximo que nos disse ter visto a Santa Missa por transmissão televisiva e que, além de ter sido muito bonita, o Padre havia dito na homilia que havia a ressurreição o que, para o nossa familiar, era algo estranho. No fundo questionou, "onde cabemos todos"?
Estas dúvidas são dúvidas de sempre. Se perguntarmos aos católicos o que sucede depois da morte, poucos saberão responder. Mas as respostas estão no Catecismo.
Encontrámos uma série de perguntas e respostas no site do Opus Dei que vão ao encontro das dúvidas existentes.
Nos Livros Santos chama-se Novíssimos às coisas que sucederão ao homem no
final da sua vida, a morte, o juízo, o destino eterno: o céu ou o inferno. A
Igreja torna-os presentes de modo especial durante o mês de Novembro. Através
da liturgia, convidam-se os cristãos a meditar sobre estas realidades.
O que há depois da morte? Deus julga cada pessoa pela sua vida?
O Catecismo da Igreja católica ensina que «a morte põe termo à vida do
homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou recusa da graça divina manifestada
em Cristo».
«Cada homem, depois de morrer, recebe na sua alma imortal a retribuição
eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer
através duma purificação, quer para entrar imediatamente na bem-aventurança do
céu, quer para se condenar imediatamente para sempre». Neste sentido, São João
da Cruz fala do juízo particular de cada um indicando que «ao entardecer desta
vida, examinar-te-ão no amor». Catecismo da Igreja Católica, 1021-1022.
Quem vai para o céu? Como é o céu?
O céu é "o fim último e a realização das aspirações mais profundas do
homem, o estado supremo e definitivo de felicidade”. São Paulo escreve: "Nem
olho viu, nem ouvido ouviu, nem passou pelo pensamento do homem, as coisas que
Deus preparou para aqueles que O amam". (1Cor 2, 9).
Depois do juízo particular, os que morrerem na graça e amizade de Deus e
estiverem perfeitamente purificados, vão para o céu. Vivem em Deus, vêm-no tal
como é. Estão para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, gozam
da sua felicidade, do seu Bem, da Verdade e da Beleza de Deus.
Esta vida perfeita com a Santíssima Trindade, esta comunhão de vida e de
amor com Ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados chama-se
céu. É Cristo que, pela sua morte e Ressurreição, nos abriu o céu”. Viver no
céu é "estar com Cristo" (cf. Jo 14, 3; Flp 1, 23; 1 Ts 4,17).
Aqueles que chegam ao céu vivem "n’Ele", mais ainda, encontram ali a
sua verdadeira identidade. Catecismo da Igreja católica, 1023-1026
O que é o Purgatório? É para sempre?
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados,
embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação,
a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja
chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é
absolutamente distinta do castigo dos condenados.
Esta doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que
já fala a Sagrada Escritura: «Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício
expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas» (2 Mac 12,
46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos,
oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o Sacrifício eucarístico
para que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda
também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos
defuntos. Catecismo da Igreja católica, 1030-1032
Existe o inferno?
Significa permanecer separado d'Ele – do nosso Criador e nosso fim – para
sempre, por nossa própria livre escolha. E é este estado de autoexclusão
definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela
palavra «Inferno».
Morrer em pecado mortal, sem estar arrependidos nem acolher o amor
misericordioso de Deus é escolher este fim para sempre.
Os ensinamentos da Igreja afirmam a existência do inferno e a sua
eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente,
após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, «o fogo eterno». A
principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem
o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.
Jesus fala com frequência da geena e do fogo que nunca se
apaga, reservado aos que, até ao fim da sua vida, se recusem a crer e a
converter-se e onde se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo.
As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito
do Inferno são um chamamento à responsabilidade com que o
homem deve usar da sua liberdade relativamente ao destino eterno. Constituem,
ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: «Entrai pela porta
estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e
muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho
que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram!» (Mt 7,
13-14). Catecismo da Igreja católica, 1033-1036
Quando será o juízo final? Em que consistirá?
A ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores» (Act 24,
15), há-de preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos
túmulos hão-de ouvir a sua voz e sairão: os que tiverem praticado o bem, para
uma ressurreição de vida, e os que tiverem praticado o mal, para uma
ressurreição de condenação» (Jo 5, 28-29). Então Cristo virá
«na sua glória, com todos os seus anjos [...]. Todas as nações se reunirão na
sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos
cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
[...] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna» (Mt 25,
31-33.46).
É perante Cristo, que é a Verdade, que será definitivamente posta a
descoberto a verdade da relação de cada homem com Deus (636). O Juízo final
revelará, até às suas últimas consequências, o que cada um tiver feito ou
deixado de fazer de bem durante a sua vida terrena.
O Juízo final terá lugar quando acontecer a vinda gloriosa de Cristo. Só o
Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda. Pelo seu Filho Jesus
Cristo, Ele pronunciará então a sua palavra definitiva sobre toda a história.
Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a
economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a
sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final
revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas
suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte.
A mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda
aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6,
2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e
anuncia a «feliz esperança» (Tt 2, 13) do regresso do Senhor, que
virá «para ser glorificado nos seus santos, e admirado em todos os que tiverem
acreditado» (2 Ts 1, 10). Catecismo da Igreja católica, 1038-1041
No final dos tempos Deus prometeu um novo céu e uma nova terra. Que
devemos esperar?
A esta misteriosa renovação, que há-de transformar a humanidade e o mundo,
a Sagrada Escritura chama «os novos céus e a nova terra» (2 Pe 3,
13). Será a realização definitiva do desígnio divino de «reunir sob a chefia de
Cristo todas as coisas que há nos céus e na terra» (Ef 1, 10).
Neste «mundo novo», a Jerusalém celeste, Deus terá a sua morada entre os
homens. «Há-de enxugar-lhes dos olhos todas as lágrimas; a morte deixará de
existir, e não mais haverá luto, nem clamor, nem fadiga. Porque o que havia
anteriormente desapareceu» (Ap 21, 4).
Para o homem, esta consumação será a realização final da unidade do
género humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrina
era «como que o sacramento». Os que estiverem unidos a Cristo formarão a
comunidade dos resgatados, a «Cidade santa de Deus» (Ap 21, 2), a
«Esposa do Cordeiro» (Ap 21, 9). Esta não mais será atingida
pelo pecado, pelas manchas, pelo amor-próprio, que destroem e ferem a
comunidade terrena dos homens. A visão beatífica, em que Deus Se manifestará
aos eleitos de modo inesgotável, será a fonte inexaurível da felicidade, da paz
e da mútua comunhão.
Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino
entre o mundo material e o homem:
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de
Deus [...] com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas
da corrupção que escraviza [...]. Sabemos que toda a criatura geme ainda agora
e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as
primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a
libertação do nosso corpo» (Rm 8, 19-23).
Assim, pois, também o universo visível está destinado a ser transformado,
«a fim de que o próprio mundo, restaurado no seu estado primitivo, esteja sem
mais nenhum obstáculo ao serviço dos justos», participando na sua glorificação
em Jesus Cristo ressuscitado.
«Ignoramos o tempo em que a terra e a humanidade atingirão a sua
plenitude, e também não sabemos como é que o universo será transformado. Porque a
figura deste mundo, deformada pelo pecado, passa certamente, mas Deus
ensina-nos que se prepara uma nova habitação e uma nova terra, na qual reinará
a justiça e cuja felicidade satisfará e superará todos os desejos de paz que se
levantam no coração dos homens».
«A expetativa da nova terra não deve, porém, enfraquecer, mas antes ativar
a solicitude em ordem a desenvolver esta terra onde cresce o corpo da nova
família humana, que já consegue apresentar uma certa prefiguração do mundo
futuro. Por conseguinte, embora o progresso terreno se deva cuidadosamente
distinguir do crescimento do Reino de Cristo, todavia, na medida em que pode
contribuir para a melhor organização da sociedade humana, interessa muito ao
Reino de Deus». Catecismo da Igreja Católica, 1043-1049.
Porquê rezar pelos defuntos?
Explicações do Catecismo da Igreja Católica
Explicações do Catecismo da Igreja Católica
Na Igreja Católica o mês de novembro está iluminado de modo particular pelo
mistério da comunhão dos santos que se refere à união e à ajuda mútua que os
cristãos podem prestar: aqueles que ainda estão na terra, àqueles que, já
seguros do Céu, se purificam antes de se apresentarem diante de Deus dos
vestígios de pecado no Purgatório e aqueles que intercedem por nós diante da
Trindade Santíssima onde gozam já para sempre. O Céu é o fim último e a
realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e
definitivo de felicidade. (Catecismo da Igreja Católica, 1024).
" Até que o Senhor venha na sua majestade e todos os seus anjos com
Ele e, vencida a morte, tudo Lhe seja submetido, dos seus discípulos uns
peregrinam na terra, outros, passada esta vida, são purificados, e outros,
finalmente, são glorificados e contemplam "claramente Deus trino e uno,
como Ele é ". Todos, porém, comungamos, embora de modo e grau diversos, no
mesmo amor de Deus e do próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de
glória. (Catecismo, ponto 954).
A Igreja peregrina, perfeitamente consciente desta comunhão de todo o Corpo
místico de Jesus Cristo, desde os primeiros tempos do cristianismo honrou com
grande piedade a lembrança dos defuntos e ofereceu também por eles orações
'pois é uma ideia santa e proveitosa orar pelos defuntos para que se vejam
livres dos seus pecados' (Catecismo, ponto 955).
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados,
embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação,
a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu (Catecismo, ponto 1030).
A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos que é
completamente distinta do castigo dos condenados (Catecismo, ponto 1031).
Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e
ofereceu sufrágios a seu favor, em particular o sacrifício eucarístico, para
que, uma vez purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja
também recomenda as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor
dos defuntos.
Estas perguntas e respostas com meditações de São Josemaria podem ser lidas clicando aqui.
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