Minutos antes das 10 Horas
da manhã e por razões de saúde e necessidade encontrava-me num híper para
adquirir, em loja própria, uma almofada ortopédica.
Quando cheguei ao híper as
lojas ainda estavam fechadas. Filas de pessoas aguardavam, em frente a algumas
lojas, a abertura de portas. Eis o consumismo no seu expoente máximo e em época
propícia.
Fiz a compra e saí. Senti-me
sufocado. Acelerei o passo e cruzei-me com uma fila crescente de pais e filhos que
pacientemente esperavam tirar (e pagar!) uma fotografia com o “Pai Natal”.
E era cedo. Imagino o que
serão os dias que se seguem. Adiante.
Há poucos dias publicámos o
texto Luzes, cartões de crédito… acção! que versava o consumismo exacerbado em
época que celebra o nascimento de Deus. É um texto que vem sempre a propósito nesta época.
É verdade que nesta quadra
natalícia vivemos um espírito diferente que, para mal nosso, não contagia os
restantes 330 dias do ano. Reunimos a família. Recuperamos a amnésia anual.
Visitamos quem esquecemos. Fazemos tantas coisas bonitas. E ainda bem que
fazemos. Pena não prorrogarmos as benfeitorias. Naturalmente que este parágrafo só nos vincula a nós, fique claro.
Ao chegar a casa, no iTunes,
ouvi um episódio de O Outro Paulo, o podcast de Paulo Pereira Cristóvão, cujo título, curiosamente, visava esta época
natalícia com dose de ironia: É Natal?
Ouvi atenciosamente e, além
de recordar o texto antes escrito e o que havia vivido parte desta manhã, dei
comigo a reflectir em tantas e tantas realidades com que nos deparamos
diariamente. Umas mediáticas; outras não tanto. Umas à vista; outras mais
camufladas. Todas existentes.
O episódio termina com uma
frase do autor que diz daquele ser o
outro lado do Natal pelo que tomo a liberdade de dar o mesmo título a esta
publicação.
Também a fotografia desta
publicação pertence ao site e ao episódio em causa, na certeza que o autor não
levará a mal este abuso.
Infra, o link do episódio
para que possa ser ouvido. Vale a pena. Permite-nos reflectir.
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