Família em Movimento

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sábado, 19 de dezembro de 2015

O outro lado do Natal

Minutos antes das 10 Horas da manhã e por razões de saúde e necessidade encontrava-me num híper para adquirir, em loja própria, uma almofada ortopédica.

Quando cheguei ao híper as lojas ainda estavam fechadas. Filas de pessoas aguardavam, em frente a algumas lojas, a abertura de portas. Eis o consumismo no seu expoente máximo e em época propícia.

Fiz a compra e saí. Senti-me sufocado. Acelerei o passo e cruzei-me com uma fila crescente de pais e filhos que pacientemente esperavam tirar (e pagar!) uma fotografia com o “Pai Natal”.


E era cedo. Imagino o que serão os dias que se seguem. Adiante.

Há poucos dias publicámos o texto Luzes, cartões de crédito… acção! que versava o consumismo exacerbado em época que celebra o nascimento de Deus. É um texto que vem sempre a propósito nesta época.


É verdade que nesta quadra natalícia vivemos um espírito diferente que, para mal nosso, não contagia os restantes 330 dias do ano. Reunimos a família. Recuperamos a amnésia anual. Visitamos quem esquecemos. Fazemos tantas coisas bonitas. E ainda bem que fazemos. Pena não prorrogarmos as benfeitorias. Naturalmente que este parágrafo só nos vincula a nós, fique claro.

Ao chegar a casa, no iTunes, ouvi um episódio de O Outro Paulo, o podcast de Paulo Pereira Cristóvão, cujo título, curiosamente, visava esta época natalícia com dose de ironia: É Natal?

Ouvi atenciosamente e, além de recordar o texto antes escrito e o que havia vivido parte desta manhã, dei comigo a reflectir em tantas e tantas realidades com que nos deparamos diariamente. Umas mediáticas; outras não tanto. Umas à vista; outras mais camufladas. Todas existentes.

O episódio termina com uma frase do autor que diz daquele ser o outro lado do Natal pelo que tomo a liberdade de dar o mesmo título a esta publicação.

Também a fotografia desta publicação pertence ao site e ao episódio em causa, na certeza que o autor não levará a mal este abuso.

Infra, o link do episódio para que possa ser ouvido. Vale a pena. Permite-nos reflectir.


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