Fim-de-semana à porta. A Sexta-feira traz-nos aquela sensação psicológica
de “descanso”.
Pensamos na pausa do trabalho durantes dois dias que saberão muitíssimo
bem. Imagina-se a pausa, a leitura, o passeio, uma ida ao estádio, o
visionamento de um filme cómico refastelados no sofá…
Desenganemo-nos. Nada é como pensamos excepto… a sensação irreal que nos
assome.
Sem querer detalhar a nossa vida, é importante que o façamos pela rama por
via a chegar a uma conclusão.
Já não somos donos do relógio nem do destino. Outrora sim… na inexistência
de grandes compromissos e responsabilidades, uma vida a dois geria-se de outra
forma.
É aqui que temos noção de que estamos a caminhar, aparentemente, para o
derradeiro terço da nossa peregrinação.
Antes era melhor? – Surge a pergunta.
Não, apenas diferente. O fim-de-semana não é mais propriedade nossa, nem o
tempo, nem o destino, nem o espaço. Faz parte.
Os filhos crescem e com eles surgem as novidades que outrora assumimos com
os nossos próprios pais.
Assim, o Sábado é iniciado cedo. É a hora do desporto, do treino de Krav
Maga, da caminhada semanal.
E o regresso a casa faz-se apressadamente porque às 14:30H ruma-se ao clube
católico onde o mais velho faz as suas actividades.
Pelo meio aproveita-se o tempo. Não há sofá. Mas há 5 horas a serem
preenchidas e, se possível, com critério.
Aproveita-se para fazer uma visita ao oratório e falar com o Ilustre Mestre
a quem procuramos, no meio de tantas debilidades, seguir.
Há tempo para ler o jornal Público (o nosso preferido) e ainda fazer a
leitura de um livro.
Mas porque o tempo acaba por ser longo, ainda há lugar à Missa vespertina.
Com tudo isto e porque o regresso faz-se pelas 19 Horas, o Sábado está
passado.
O Domingo também tem compromissos. A Missa, a catequese, a visita à
família.
Sobra a tarde. E aí sim, há lugar ao curto descanso que a semana
proporciona.
Em tempos chegou a existir lamentos. Hoje não. O cansaço existe, é um
facto. Mas teremos uma eternidade inteira pela frente. Por ora, assume-se a
educação e compromisso. Não há lugar a lamentos lamechas mas à proactividade
familiar.
Todos os passos contados são em prol de algo maior.
A situação complicar-se-á mais à frente com o crescimento dos outros? É
verdade que sim.
Mas aqui, pontualmente, podemos dizer que quem pode o menos pode o mais. É
uma inversão que assume propriedade quando muito se quer, quando muito se ama e
quando se percebe que a vida mudou.
O tempo em que éramos donos do tempo, do relógio, do destino e do espaço
cessou.
Agora somos donos de uma responsabilidade maior que nos foi confiada.
Que saibamos não desiludir Quem a confiou.
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