Família em Movimento

Família em Movimento

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mimar a Família

Nem mimados ao ponto de ficarem palermas nem sem mimo ao ponto de serem tristes e insensíveis.

Não fora de contexto que se diz “estragar com mimos”. O mimo em excesso estraga a personalidade, quando não são colocados limites e regras. O mimo terá sempre de ser dado com a mesma conta, peso e medida das regras e dos limites. Pois, se tal não acontecer corre-se o risco de não os preparar para a vida. Ao mínimo “não” dá-se uma queda violenta.


Note-se que não é por dizer sempre “sim” a um filho que se demonstra mais amor por ele. Ser pai e mãe implica responsabilizá-los mimando-os.

Excesso de mimo traz a insubordinação. É bom notar.

Mas a inexistência de mimo também não é boa. Pelo contrário. Uma criança que não receba mimo é triste, não tem autoestima.


E quem fala das crianças, fala dos adultos. É tão bom dar e receber mimos.

Num destes dias a benjamim dizia:
- “Pai, sabes que quando eu morrer vou para o céu?”.

Aquela certeza comoveu-me. “É verdade, nem sempre te terei comigo” – pensei.

A jornada peregrina é tão curta que não nos sobra tempo para deixar de fazer o que devemos. Devemos aproveitar cada momento, cada instante. Ninguém sabe o dia e a hora. Pode ser hoje. Amanhã. Daqui a uns anos. Que não percamos tempo em ninharias e aproveitemo-lo para amar, amar muito.

Há muitas formas de mimar. Um doce, uma ternura, um SMS, uma palavra, um gesto. Às vezes, uma atenção, um pormenor.

É um momento? É.

Mas é um momento que repetido muitas vezes torna-nos mais humanos e sobrenaturais.

Quando, de manhã, compro aquele bolo em concreto para ti… bem sabes que naquele momento te lembrei. E quando vos levo as gomas… de vós me recordei.
Quando vos dou afecto, um sorriso, um abraço… deixo-me invadir pela maior nobreza do coração, que é amar.

Devemos mimar a nossa família sim. Mimá-la com critério definido, sabendo o que temos e para onde queremos caminhar.

Findo. Quando estamos mais vazios, mais frios, recordemos a morte. Já o escrevi antes. Lembrar a morte humaniza-nos. “Nem sempre te terei comigo”.

Resta-nos amar e amar muito e procurar o caminho que nos conduzirá ao Céu. É para aí que quero ir. E é para aí que vos quero levar a todos. Que me queiram assim também. 

Citando o meu querido Padre António Barbosa, “estar na terra com os olhos postos no Céu."

Sem comentários:

Enviar um comentário