O dia hoje amanheceu cedo para a criançada da casa. As vacinas dos dez anos esperam a filha do meio.
A princesa está ansiosa e um pouco nervosa. Levar vacinas apesar de necessário não é de todo agradável.
Mas ao seu lado tem uma irmã mais nova que cheia de coragem lhe diz:
- Não tenhas medo. Eu vou segurar-te na mão para não doer tanto!
Antes de rumar para o suplício das vacinas, a princesa colocou um coração no copo dos pequenos actos de amor junto da cruz de Jesus e ofereceu-Lhe antecipadamente a sua dor.
Durante o caminho e já no Centro de Saúde a pequena/grande não disse uma única palavra.
A enfermeira chamou e lá entrámos na sala de vacinação. Para descomprimir a senhora enfermeira foi conversando com as meninas e anotando o boletim.
Entretanto, chegou a hora de sentar na temida cadeira. A nossa filhota sentou-se corajosamente em silêncio.
A benjamim a fazer de assistente de enfermaria segura o penso, que será colocado no braço da irmã, ao mesmo tempo que lhe segura a mão e lhe diz:
- Está quase, não vai doer nada!
Sem se mexer e continuando em silêncio a princesa corajosa toma duas vacinas (uma em cada braço), não profere palavra ou som algum, mas as lágrimas caiem-lhe no rosto. Aperto-a nos meus braços e digo-lhe:
- Já passou. És uma valente!
Ela olhou-me e sorriu com os olhos enxarcados em lágrimas.
Por sua vez a mana mais nova, depois de desempenhar o seu papel de assistente na perfeição, diz:
- Estás a ver já passou! Não doeu muito pois não? Eu estava a segurar a tua mão!
A mana grande soltou uma gargalhada dizendo:
- Não doeu mesmo nada, porque tu me seguraste a mão. Obrigada Mana!
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