Os
paramentos do sacerdote
Continua a ser actual o elogio
de São Jerónimo a um bom sacerdote: “Preocupava-o que o altar estivesse
resplandecente, as paredes limpas, o chão brilhante; insistia para que o
porteiro fosse diligente no cumprimento da sua missão, para que houvesse sempre
véus nas portas; preocupavam-no a limpeza do pórtico e o resplendor dos vasos
sagrados; e em todas as cerimónias, cheio de uma piedosa solicitude, não
descuidava nem o pequeno nem o grande”.
O templo e a sua limpeza; a
riqueza do altar; a harmonia da cruz e dos castiçais; a disposição cuidada das
toalhas no altar; o material dos vasos sagrados, que deve ser rico; a
pulcritude dos livros, do missal e do leccionário; a dignidade e a conservação
dos paramentos sacerdotais, etc., tudo isto nos recorda o diálogo, respeitoso e
cheio de fé, com que o povo de Deus – constituído por todos e cada um de nós –
deve dirigir-se à Santíssima Trindade, no culto de latria, de sincera e total
adoração a Deus-Pai, a Deus-Filho, a Deus-Espírito Santo, pela sua presença no
Sacrifício do Altar.
O primeiro paramento de que os
sacerdotes se revestem é o amito.
Enquanto o coloca e depois de beijar a cruz que, em geral, está bordada no
centro do mesmo, o presbítero reza: “Colocai Senhor, na minha cabeça o elmo da
salvação, para que possa repelir as investidas diabólicas”, simbolizando a
necessidade do recolhimento dos sentidos e do pensamento para a digna
celebração da Missa.
E o mesmo cuidado, idênticas
atenção e dedicação dos sentidos e das forças têm de ter os fiéis que vão
participar no Santo Sacrifício.
Enquanto veste a alba, o sacerdote pede a Deus que lhe
purifique o coração com o Sangue precioso do Cordeiro que é Cristo. Ao por a estola, suplica que lhe seja devolvido
o estado de imortalidade que todos perdemos com o pecado dos nossos primeiros
pais. Estas orações «evocam a veste dominical que o pai ofereceu ao filho
pródigo quando regressou a casa esfarrapado e sujo.»
Só Ele nos pode dar a veste
dominical.
A boa colocação da alba, com porte digno e adequado à
estatura do sacerdote, é e sempre foi importante, Não é irrelevante enverga-la
em desalinho, por ser excessivamente comprida ou demasiado curta, por ter as
pregas soltas, sem dar importância ao rigor atento no modo de vestir, pois essa
atitude denotaria, tanto no sacerdote como naqueles que ajudam à Missa ou que
participam no Santo Sacrifício, uma falta de respeito pelo Senhor dos senhores
(Ap.19,16).
O cíngulo facilita a correcta colocação da alba, ao mesmo tempo que
nos recorda a pureza de alma e de corpo que é exigida a quem se aproxima dos
sagrados mistérios; é precisamente isso que exprime a oração que a Igreja
recomenda ao sacerdote quando o põe: «cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza
e extingue nos meus rins o fogo da paixão, para que permaneça em mim a virtude
da continência e da castidade».
FEM partilha breves
trechos salteados (ipsis verbis ou adaptados por nós das partes que entendemos
mais importantes), do livro Viver a
Missa de Mons. Javier Echevarría, resultante da necessidade de compreender
o itinerário espiritual que se segue de perto o desenrolar dos ritos
litúrgicos, permitindo conhecer, por
um lado e meditar, por outro. Em
Portugal a edição do livro pertence à Lucerna.
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