Família em Movimento

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terça-feira, 6 de junho de 2017

Ensinamentos do livro "Viver a Missa" - III


Os paramentos do sacerdote

Continua a ser actual o elogio de São Jerónimo a um bom sacerdote: “Preocupava-o que o altar estivesse resplandecente, as paredes limpas, o chão brilhante; insistia para que o porteiro fosse diligente no cumprimento da sua missão, para que houvesse sempre véus nas portas; preocupavam-no a limpeza do pórtico e o resplendor dos vasos sagrados; e em todas as cerimónias, cheio de uma piedosa solicitude, não descuidava nem o pequeno nem o grande”.

O templo e a sua limpeza; a riqueza do altar; a harmonia da cruz e dos castiçais; a disposição cuidada das toalhas no altar; o material dos vasos sagrados, que deve ser rico; a pulcritude dos livros, do missal e do leccionário; a dignidade e a conservação dos paramentos sacerdotais, etc., tudo isto nos recorda o diálogo, respeitoso e cheio de fé, com que o povo de Deus – constituído por todos e cada um de nós – deve dirigir-se à Santíssima Trindade, no culto de latria, de sincera e total adoração a Deus-Pai, a Deus-Filho, a Deus-Espírito Santo, pela sua presença no Sacrifício do Altar.

O primeiro paramento de que os sacerdotes se revestem é o amito. Enquanto o coloca e depois de beijar a cruz que, em geral, está bordada no centro do mesmo, o presbítero reza: “Colocai Senhor, na minha cabeça o elmo da salvação, para que possa repelir as investidas diabólicas”, simbolizando a necessidade do recolhimento dos sentidos e do pensamento para a digna celebração da Missa.

E o mesmo cuidado, idênticas atenção e dedicação dos sentidos e das forças têm de ter os fiéis que vão participar no Santo Sacrifício.

Enquanto veste a alba, o sacerdote pede a Deus que lhe purifique o coração com o Sangue precioso do Cordeiro que é Cristo. Ao por a estola, suplica que lhe seja devolvido o estado de imortalidade que todos perdemos com o pecado dos nossos primeiros pais. Estas orações «evocam a veste dominical que o pai ofereceu ao filho pródigo quando regressou a casa esfarrapado e sujo.»
Só Ele nos pode dar a veste dominical.

A boa colocação da alba, com porte digno e adequado à estatura do sacerdote, é e sempre foi importante, Não é irrelevante enverga-la em desalinho, por ser excessivamente comprida ou demasiado curta, por ter as pregas soltas, sem dar importância ao rigor atento no modo de vestir, pois essa atitude denotaria, tanto no sacerdote como naqueles que ajudam à Missa ou que participam no Santo Sacrifício, uma falta de respeito pelo Senhor dos senhores (Ap.19,16).

O cíngulo facilita a correcta colocação da alba, ao mesmo tempo que nos recorda a pureza de alma e de corpo que é exigida a quem se aproxima dos sagrados mistérios; é precisamente isso que exprime a oração que a Igreja recomenda ao sacerdote quando o põe: «cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza e extingue nos meus rins o fogo da paixão, para que permaneça em mim a virtude da continência e da castidade».


FEM partilha breves trechos salteados (ipsis verbis ou adaptados por nós das partes que entendemos mais importantes), do livro Viver a Missa de Mons. Javier Echevarría, resultante da necessidade de compreender o itinerário espiritual que se segue de perto o desenrolar dos ritos litúrgicos, permitindo conhecer, por um lado e meditar, por outro. Em Portugal a edição do livro pertence à Lucerna.

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