Família em Movimento

Família em Movimento

sexta-feira, 18 de março de 2016

Oração + Jejum + Reconciliação

Nesta época concreta devemos ser concretos. Objectivos concretos, propósitos conctretos e utilizar a regra dos PPP: Pouco Pequeno Possível. Quem for fiel no pouco... Deus encarrega-se de dar mais. Não se preocupem os que gostariam de ter muito à partida.


Esta época é propícia a três coisas: à oração, ao jejum e à reconciliação.

Vamos falar um pouco sobre as três numa vertente prática.

A ORAÇÃO
Oração é a coisa mais simples e simultânemante mais difícil de fazer. É simples porque implica um diálogo com o nosso Pai mas difícil porque teimosamente nunca temos muito tempo para Ele.
De que devemos falar? De nós, claro. De nós, das nossas vicissitudes, da nossa vida familiar, social, profissional. E devemos ser profundamente honestos e abertos no trato com o nosso Pai. 
"Pai, não sei como resolver este problema; Pai, o meu filho tem esta dificuldade; Pai, esta pessoa precisa de ajuda; Pai, obrigado; Pai estou farto. Pai não me apetece rezar mas aqui estou porque me chamaste; Pai o dia correu mal e estou nervoso, incomodado... ajuda-me". Pai, Pai, Pai. 

Caros, todos... Deus é nosso Pai e devemos ter bem presente a nossa filiação divina.

Há dois mil anos atrás, na Paixão, foi a oração que sustentou Jesus e transformou o Seu temor em fortaleza. "Pai, se possível, afasta de mim este cálice", disse. E disse porque sentiu.

Jesus antecipou o sofrimento. Sabia que iria ser detido. Foge? Não, permanece. 
E avisa os dorminhocos dos apóstolos para rezarem afim de não cairem em tentação. 

Cristo encontrou a sua força na oração; em sentido oposto, os apóstolos. Estes, não rezam. São voluntariosos, é um facto.
Pedro quer agarrar a espada e cortar a orelha ao soldado. Mas não reza. E na hora do aperto, nega, foge. Os outros também. Retrocedem, recuam. Não rezam, dormem.

Sim, todos eram sinceros no afecto a Jesus mas todos fraquejaram.
Aquela vontade voluntariosa era ineficaz, estéril, uma vez que não estava fortalecida e sustentada pela oração.

Caros amigos, a oração não é dispensável. É absolutamente vital, necessária.
Como fazê-la? Uma dicas.

Hora marcada
Fazer oração "quando tivermos tempo" é o mesmo que assumir que não a iremos fazer porque não o teremos. Logo, ou antes de ir para o trabalho ou depois de regressar, devemos fazer oração. Se possível, à mesma hora todos os dias e sempre o mesmo tempo. Regra dos PPP

Lugar e Modo
É necessário recolhimento pelo que temos necessidade de nos distanciar do ambiente. O lugar ideal é diante do Santíssimo. Não podendo, o nosso quarto, o nosso oratório em casa, o canto de oração para as nossas queridas Famílias de Caná, o nosso escritório, gabinete.
O modo também é interessante. Jesus rezava de joelhos. A regra é: nem tão cómodos nem tão incómodos.
Se estivermos com sono... de pé ou de joelhos. Regra dos PPP

Aridez
Nem sempre a oração flui. Ora bem, os livros ajudam.
Os Evangelhos. De igual modo livros como Pontos de meditação e são óptimos. Recomendamos Caminho, Sulco ou Forja. São maneiras de favorecer a nossa oração. O que importa é que haja um verdadeiro diálogo.
A oração por vezes é difícil. Estamos condicionados. O dia correu francamente mal ou alguma circunstância dita ausência de vontade.Custa. Não sai. Parece estéril. É hora de usar a fé e perceber que não estamos ali por nós próprios.
E sim, mesmo quando não apetece, rezemos e façamos teatro... Deus aproveita e deliciosamente observa-nos sendo o nosso Divino Espectador. Regra dos PPP

O JEJUM
Vou ser curto aqui. O jejum pode ser tanta coisa. Vou contar-vos o meu jejum (antes de publicar a minha mulher vai ler em primeira mão): sorrir.
Sim, o meu jejum nesta Quaresma é sorrir quando entro em casa deixando os problemas profissionais do lado de lá da porta antes de meter a chave, ainda que o sorriso (às vezes forçado) não signifique ausência de problemas. Eles não se dissipam. Mas ao tirar a cara séria deixo que as crianças e a esposa vejam um semblante sorridente e isso contribui para que o meu lar seja luminoso e alegre.
Pensem um pouco no vosso jejum. Pode ser em torno de alimentos, sim. Mas pode ser de outro modo. Meditem no meu e retirem conclusões. Regra dos PPP

RECONCILIAÇÃO
Leitura recomendada: Evangelho de São marcos 1, 40-45. 
A cura do leproso é a clara analogia ao que nos sucede no Sacramento da Reconciliação.
Há duas vontades: a de Deus e a do penitente. Uma cura imediata. Um Sacerdote.
Assim é no Sacramento da Reconciliação. A eficácia é absoluta, de efeito automático.
Dizia São Josemaria que o Sacramento da Reconciliação deveria obedecer à regra dos quatro C´s. 
O Padre Gonçalo Portocarrero de Almada (que me inspirou neste escrito após uma brilhante pregação a meio da semana) junta-lhe um quinto C.
Muito bem, seguirei a ordem. Os primeiros quatro C´s são de São Josemaria e o derradeiro do Padre Gonçalo.

A confissão deve ser:

Completa
Refereir todos os pecados graves cometidos em número e espécie e não omitir um pecado grave não confessado anteriormente.

Concreta
Não ser-se abstracto. Não dizer-se generalidades ocas mas antes coisas concretas.

Clara
Não falar por via de eufemismos. falar abertamente. Por exemplo, se dei um murro em alguém não devo dizer que faltei à caridade com essa pessoa. Não, devo dizer que lhe dei um murro.

Concisa
A acusação não deve conter coisas que não interessam minimamente para a confissão. Não devemos acrescentar coisas irrelevantes. E não devemos falar de terceiros ou nomear outras pessoas.

Contrita
Significa que devemos ter pena e desejo de não voltar a pecar, que haja o propósito de não tornar a pecar. Significa que nunca mais vou cometer aquele pecado? Em princípio não. Mas haja esse propósito e pena de o ter cometido, havendo clara noção de que com ele ofendemos o nosso Pai. 

2 comentários: