Nesta época concreta devemos ser concretos. Objectivos concretos, propósitos conctretos e utilizar a regra dos PPP: Pouco Pequeno Possível. Quem for fiel no pouco... Deus encarrega-se de dar mais. Não se preocupem os que gostariam de ter muito à partida.
Esta época é propícia a três coisas: à oração, ao jejum e à reconciliação.
Vamos falar um pouco sobre as três numa vertente prática.
A ORAÇÃO
Oração é a coisa mais simples e simultânemante mais difícil de fazer. É simples porque implica um diálogo com o nosso Pai mas difícil porque teimosamente nunca temos muito tempo para Ele.
De que devemos falar? De nós, claro. De nós, das nossas vicissitudes, da nossa vida familiar, social, profissional. E devemos ser profundamente honestos e abertos no trato com o nosso Pai.
"Pai, não sei como resolver este problema; Pai, o meu filho tem esta dificuldade; Pai, esta pessoa precisa de ajuda; Pai, obrigado; Pai estou farto. Pai não me apetece rezar mas aqui estou porque me chamaste; Pai o dia correu mal e estou nervoso, incomodado... ajuda-me". Pai, Pai, Pai.
Caros, todos... Deus é nosso Pai e devemos ter bem presente a nossa filiação divina.
Há dois mil anos atrás, na Paixão, foi a oração que sustentou Jesus e transformou o Seu temor em fortaleza. "Pai, se possível, afasta de mim este cálice", disse. E disse porque sentiu.
Jesus antecipou o sofrimento. Sabia que iria ser detido. Foge? Não, permanece.
E avisa os dorminhocos dos apóstolos para rezarem afim de não cairem em tentação.
Cristo encontrou a sua força na oração; em sentido oposto, os apóstolos. Estes, não rezam. São voluntariosos, é um facto.
Pedro quer agarrar a espada e cortar a orelha ao soldado. Mas não reza. E na hora do aperto, nega, foge. Os outros também. Retrocedem, recuam. Não rezam, dormem.
Pedro quer agarrar a espada e cortar a orelha ao soldado. Mas não reza. E na hora do aperto, nega, foge. Os outros também. Retrocedem, recuam. Não rezam, dormem.
Sim, todos eram sinceros no afecto a Jesus mas todos fraquejaram.
Aquela vontade voluntariosa era ineficaz, estéril, uma vez que não estava fortalecida e sustentada pela oração.
Aquela vontade voluntariosa era ineficaz, estéril, uma vez que não estava fortalecida e sustentada pela oração.
Caros amigos, a oração não é dispensável. É absolutamente vital, necessária.
Como fazê-la? Uma dicas.
Hora marcada
Fazer oração "quando tivermos tempo" é o mesmo que assumir que não a iremos fazer porque não o teremos. Logo, ou antes de ir para o trabalho ou depois de regressar, devemos fazer oração. Se possível, à mesma hora todos os dias e sempre o mesmo tempo. Regra dos PPP
Lugar e Modo
É necessário recolhimento pelo que temos necessidade de nos distanciar do ambiente. O lugar ideal é diante do Santíssimo. Não podendo, o nosso quarto, o nosso oratório em casa, o canto de oração para as nossas queridas Famílias de Caná, o nosso escritório, gabinete.
O modo também é interessante. Jesus rezava de joelhos. A regra é: nem tão cómodos nem tão incómodos.
Se estivermos com sono... de pé ou de joelhos. Regra dos PPP
Se estivermos com sono... de pé ou de joelhos. Regra dos PPP
Aridez
Nem sempre a oração flui. Ora bem, os livros ajudam.
Os Evangelhos. De igual modo livros como Pontos de meditação e são óptimos. Recomendamos Caminho, Sulco ou Forja. São maneiras de favorecer a nossa oração. O que importa é que haja um verdadeiro diálogo.
Os Evangelhos. De igual modo livros como Pontos de meditação e são óptimos. Recomendamos Caminho, Sulco ou Forja. São maneiras de favorecer a nossa oração. O que importa é que haja um verdadeiro diálogo.
A oração por vezes é difícil. Estamos condicionados. O dia correu francamente mal ou alguma circunstância dita ausência de vontade.Custa. Não sai. Parece estéril. É hora de usar a fé e perceber que não estamos ali por nós próprios.
E sim, mesmo quando não apetece, rezemos e façamos teatro... Deus aproveita e deliciosamente observa-nos sendo o nosso Divino Espectador. Regra dos PPP
O JEJUM
Vou ser curto aqui. O jejum pode ser tanta coisa. Vou contar-vos o meu jejum (antes de publicar a minha mulher vai ler em primeira mão): sorrir.
Sim, o meu jejum nesta Quaresma é sorrir quando entro em casa deixando os problemas profissionais do lado de lá da porta antes de meter a chave, ainda que o sorriso (às vezes forçado) não signifique ausência de problemas. Eles não se dissipam. Mas ao tirar a cara séria deixo que as crianças e a esposa vejam um semblante sorridente e isso contribui para que o meu lar seja luminoso e alegre.
Pensem um pouco no vosso jejum. Pode ser em torno de alimentos, sim. Mas pode ser de outro modo. Meditem no meu e retirem conclusões. Regra dos PPP
RECONCILIAÇÃO
Leitura recomendada: Evangelho de São marcos 1, 40-45.
A cura do leproso é a clara analogia ao que nos sucede no Sacramento da Reconciliação.
Há duas vontades: a de Deus e a do penitente. Uma cura imediata. Um Sacerdote.
Assim é no Sacramento da Reconciliação. A eficácia é absoluta, de efeito automático.
Dizia São Josemaria que o Sacramento da Reconciliação deveria obedecer à regra dos quatro C´s.
O Padre Gonçalo Portocarrero de Almada (que me inspirou neste escrito após uma brilhante pregação a meio da semana) junta-lhe um quinto C.
Muito bem, seguirei a ordem. Os primeiros quatro C´s são de São Josemaria e o derradeiro do Padre Gonçalo.
A confissão deve ser:
Completa
Refereir todos os pecados graves cometidos em número e espécie e não omitir um pecado grave não confessado anteriormente.
Concreta
Não ser-se abstracto. Não dizer-se generalidades ocas mas antes coisas concretas.
Clara
Não falar por via de eufemismos. falar abertamente. Por exemplo, se dei um murro em alguém não devo dizer que faltei à caridade com essa pessoa. Não, devo dizer que lhe dei um murro.
Concisa
A acusação não deve conter coisas que não interessam minimamente para a confissão. Não devemos acrescentar coisas irrelevantes. E não devemos falar de terceiros ou nomear outras pessoas.
Contrita
Significa que devemos ter pena e desejo de não voltar a pecar, que haja o propósito de não tornar a pecar. Significa que nunca mais vou cometer aquele pecado? Em princípio não. Mas haja esse propósito e pena de o ter cometido, havendo clara noção de que com ele ofendemos o nosso Pai.
Muito bom texto, excelente maneira de pôr as coisas.
ResponderEliminarObrigada!
Bom dia Mimi!
ResponderEliminarObrigado, nós.