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Seguindo a estrela no Oriente, os Magos perguntaram:
- Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer?
Jesus havia nascido em Belém da Judeia nos dias do rei Herodes. Diz o Evangelo que Herodes ficou perturbado. Não só Herodes, Com ele, toda a cidade de Jerusalém.
Herodes mandou chamar os Magos secretamente e pediu informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela e enviou-os a Belém com uma missão: "Ide cuidadosamente informar-vos acerca do Menino e quando O encontrades avisai-me para que também eu o vá adorar."
Os Magos seguiram a estrela que parou sobre o lugar onde estava o menino. Sentiram grande alegria.
Entraram em casa, viram Jesus com Maria e prostrando-se adoraram-nO. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, insenso e mirra.
Avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
É verdade, tal como Herodes também nós nos perturbamos quando Deus se intromete nas nossas vidas. Mas nós perturbamo-nos por razões diferentes das de Herodes. O Menino nasceu e a proposta que nos é feita é o abandono, o partir, a abnegação semelhante à dos Magos. Temos de partir de muitos territórios onde nos instalamos. Os Magos deixaram a sua terra e nós devemos seguir o seu exemplo sem sair da nossa.
É na nossa vida corrente, na nossa vida familiar, na nossa vida profissional, na nossa vida estudantil, na nossa vida social e comunitária que devemos fazer como os Magos, ir ao encontro.
Os Magos ofereceram presentes ao Menino que não se oferecem a um Homem mas a um Deus, pois o incenso e a mirra simbolizam a divindade.
O que o Menino quer de nós é o nosso coração, a nossa humanidade, a nossa relação diária e coerente, a nossa entrega, o nosso desprendidmento. Em suma, quer-nos por inteiro.
E se nos entregamos por inteiro ao Menino Deus e convivermos com Ele estamos em paz. Aconteça o que acontecer, entreguemos as nossas pequenas vitórias e derrotas humanas nas Suas mãos. Em relação às primeiras, que não nos encham de orgulho mas sirvam apenas e só para glória de Deus.
E tenhamos arcaboiço (nem sempre é fácil) de nos desprendermos das nossas frustrações pessoais e/ou profissionais. Entreguemos tudo nas mãos de Deus. Nem tudo na vida corre conforme projectamos, verdade? Mas, quiçá como Ele projectou. E nós ignoramos os Seus planos. Não recebemos um SMS ou telefonema ou mesmo uma aparição ou, como os Magos, uma informação top secret via sonhos. Então... confiemos. Nada mais nos resta senão confiar amorosamente neste Deus que também amorosamente se intromete na nossa vida e nos pede uma entrega completa e abnegada.
Esta intromissão também nos perturbou e perturba porque nos desinstala. É tão melhor estar na vida em modo low-profile. A sério. Sejamos sinceros.
Esta coisa d´Ele se meter connosco e se intrometer veio mudar tanto na nossa vida (e na vossa) que nos obrigou e obriga, renovadamente, a mudar tudo. Perturbou. Perturba. Todos os dias.
Mas não O deixamos por nada. Agora que entrou não sai. Só procuramos melhorar a relação e educar os nossos filhos a crescer nesse amor, fazendo-os perceber não só sobre a sua filiação divina como a sua vocação universal à santidade.
Findamos. Na Santa Missa de hoje o Sacerdote falou em algo relevante: a entrega do nosso coração, da nossa humanidade a Deus. É isso que Ele quer.
Mas não só a nossa. Entreguemos a nossa, a dos nossos vizinhos, a dos nossos Colegas de trabalho (sim, escrevemos com C maiúsculo propositamente) e até das pessoas que nos querem e fazem mal, nas mais variadas vertentes da vida.
Por falar nestas, um certo Santo e um certo Beato da nossa devoção faziam questão de rezar particularmente por elas, fazendo-o genuínamente.
É fácil? Não. Mas alguém nos disse que ser de Cristo é fácil? Não nos disse Ele para agarrarmos a Cruz de cada dia? Não era retórica.
Pois então... Ele é assim mesmo... perturbador.
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