Os ritos iniciais
Desde os primeiros séculos que
o facto de os cristãos se reunirem no mesmo local, a uma hora determinada, tem
enorme significado. É Ele, Cristo, que preside invisivelmente a toda a
celebração eucarística. É portanto lógico que nos esforcemos por chegar
pontualmente ao Santo Sacrifício, por chegar mesmo uns minutos antes, como
fazem as pessoas bem-educadas, sobretudo se o encontro foi marcado por uma
personalidade de relevo. E não há personalidade tão relevante como Nosso Senhor,
nem reunião tão sagrada como a Santa Missa.
Por conseguinte, sempre que
nos seja possível, cultivemos o hábito de nos recolhermos em oração
imediatamente antes de participarmos na celebração da Eucaristia. Haverá
circunstâncias em que teremos dificuldade em fazê-lo, devidos às nossas
circunstâncias profissionais, familiares, etc.; pois é precisamente nessas
alturas que devemos empenhar-nos mais nesse sentidos, fazendo os sacrifícios pessoais
necessários para o efeito.
Uma participação plena, consciente
e activa no santo rito que se celebra no altar, cada um à sua maneira: os sacerdotes,
que representam Cristo-Cabeça e actuam em seu nome e na sua Pessoa, apurando o
mais possível a sua identificação com o Sumo-Sacerdote; e os leigos, que
receberam o sacerdócio real no Baptismo, procurando unir-se intimamente ao
Redentor e oferecendo-se, com Ele e n´Ele, por meio do sacerdote.
Participar activamente na
Santa Missa não consiste necessariamente em realizar acções exteriores;
trata-se essencialmente de uma atitude interior, que nasce da fé e da
consideração amorosa daquilo que se realiza no Mistério Eucarístico. Procuremos,
pois, esmerar-nos na leitura dos textos ou em ouvi-los com piedade sincera e
com atenção; afastemos as pressas e precipitações, concentrando-nos naquilo que
se diz e naquilo que se faz; procuremos aplicar as palavras e as acções
litúrgicas à nossa vida de todos os dias. Com efeito, de cada vez que
celebramos ou assistimos à Santa Missa,
a liturgia abre-nos um campo imenso de aperfeiçoamento espiritual.
Para que a celebração em que
estivemos presentes se prolongue pelo nosso dia fora, torna-se imprescindível «viver»
todos e cada um dos momentos da Missa, de modo a que seja a cruz de Cristo e a
sua oblação redentora a fecundar e a servir de coluna vertebral à nossa
jornada.
FEM partilha breves trechos salteados (ipsis
verbis ou adaptados por nós das partes que entendemos mais importantes), do
livro Viver a Missa de Mons. Javier
Echevarría, resultante da necessidade de compreender o itinerário
espiritual que se segue de perto o desenrolar dos ritos litúrgicos, permitindo conhecer, por um lado e meditar, por outro. Em Portugal a
edição do livro pertence à Lucerna.
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