Família em Movimento

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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O desejo do folhado de salsicha

Há dias a nossa filhota do meio confidenciou a sua luta com um folhado de salsicha no bar da escola.

Ao que parece os folhados de salsicha da escola têm um ar apetitoso e de cada vez que são colocados à venda desaparecem num ápice.

A nossa menina contou-nos que por diversas vezes já se colocou na fila do bar, com o intuito de comer um desses ditos folhados. Todavia, sempre que chega a sua vez os folhados já terão desaparecido.


No outro dia, numa das suas tentativas, viu dois folhados na montra do bar e apenas tinha um colega à sua frente. Ficou satisfeita, pois pensou:”Hoje chegou a minha vez!”

Enganou-se! O colega da frente comprou os dois folhados de salsicha: um para si e outro para o irmão. A pequena ficou mais uma vez desiludida.


Ontem, utilizando o Whatshap Família, o filho mais velho enviou uma fotografia da montra do bar da sua escola com dois folhados de salsicha bem apetitosos! E começou a brincar com a irmã, a fazer pirraça.

Mas a atitude que teve deixou-nos enternecidos, comprou um folhado de salsicha e deu à mana ao chegar a casa, para que esta pudesse satisfazer o seu desejo.

Lembrou a irmã, quis satisfazer o gosto da mana. Saiu de si mesmo para agradar a quem ama.
Foi um gesto muito bonito e carinhoso que elogiámos.

Ao jantar ao ler o Evangelho e depois o comentário feito pela Santa Teresa de Calcutá liamos:

“O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da sua. [...] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto às escuras, mas por permitirmos a Jesus que viva a sua Paixão, o seu amor, a sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como sua mensagem pessoal de amor (Mc 16,15).”

“Não é uma questão de fazer, mas de ser.” 
Esta frase ficou-nos gravada assim como o gesto do filho mais velho. Fez o que de certeza o Espírito Santo o inspirou no seu coração.
E a felicidade interior que experimentou por fazer feliz quem ama, é a recompensa amorosa de quem faz da sua vida a vida de Cristo.

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